RELATO DE EXPERIÊNCIA
Integro o programa Mais Médicos desde junho de 2017, residindo e atuando em Patu/Rio Grande do Norte. Por isto participei da autoavaliação realizada em setembro de 2017. Embora a atenção integral à saúde estivesse bem avaliada, identificamos necessidade de aprimoramentos das ações de saúde que dependiam exclusivamente de nossa intervenção. Começamos a atuar: palestras, reuniões de grupos da saúde (hiperdia, pré-natal, saúde mental, tabagismo, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)/Asma) programas de rádio, fóruns de bairros, campanhas (aleitamento materno, setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul, dezembro vermelho).
Agora, para realizar a microintervenção, foi necessário nova autoavaliação. Ao reavaliarmos a nossa Unidade Básica de Saúde (UBS) comprovamos progressos em nossas ações, porém ainda aguardando a atuação dos gestores quanto a regularização dos insumos e medicamentos para a urgência, transporte para as visitas domiciliares, entre outros.
Optamos por intervir na dimensão “Educação permanente, processo de trabalho e atenção integral à saúde”, na subdimensão “Atenção integral à saúde” pois poderíamos atuar independentemente de instâncias superiores e com recursos disponiveis. Foi sugerido um trabalho com idosos pois esses padecem do pior mal – o abandono. Carecem de atenção (cuidados higiênicos, alimentares, e também no acompanhamento de tratamentos) e de paciencia dos membros da família no trato diário. Fatos mais que suficientes para criarmos um grupo de atenção aos idosos. Como já vinhamos trabalhando com outros grupos que absorviam idosos, teríamos uma clientela já participativa,onde atuaríamos com esclarecimentos sobre os cuidados necessários. Tarefas que dependeriam exclusivamente do nosso envolvimento profissional.
Como a sugestão da criação do grupo dos idosos foi aceita por todos, passamos a estabelecer as estratégias para a implantação e a implementação do referido grupo com funções, atividades e responsabilidades. Aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) caberia o levantamento populacional acima dos 60 anos, e aos profissionais da UBS e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) a participação na conscientização de familiares e cuidadoras(es) através de palestras, fóruns de bairros, roda de conversas, programas de rádio, e atendimento individual.
Realizamos uma primeira reunião onde explicitamos os motivos e a necessidade da criação do grupo dos idosos. O ponto principal desta reunião foi o cuidado com a medicação e a alimentaçao.
Ao defender a tese da criação do grupo dos idosos, baseei-me principalmente na comprovação “in loco”, nas visitas domiciliares, da situação de abandono e desrespeito em que se encontravam os idosos impossibilitados de locomoção. E o mais grave, era uma visita de um profissional executando uma atividade solicitada pelos familiares. Nunca perdia a oportunidade de orientar, e sempre criava uma necessidade de um familiar ter que ir à UBS para conversarmos reservadamente (principalmente reclamando o abandono). As abordagens com os familiares produziam uma melhora significativa no trato com os idosos. Porém esbarramos nas dificuldades dos familiares que necessitam trabalhar ou estudar, e outros que não se envolvem emocionalmente.
Como as abordagens funcionam, a expectativa de sucesso na intervenção é muito boa. Com a conscientização de que a teimosia do idoso não significa rebeldia e que a calma,a paciencia e o carinho abrandam a teimosia, teremos uma melhora sensível tanto na insônia do idoso quanto na aceitação dos medicamentos.
Com a continuação dos trabalhos, observaremos mais concretamente os resultados positivos da microintervenção, realizando avaliações trimestrais.
MATRIZ DA INTERVENÇÃO
Descrição do padrão
Saúde do Idoso
Descrição da situação-problema para o alcance do padrão
Implantar grupo voltado para o idoso
Objetivos/metas
Prevenção de sequelas e envolvimento familiar e de cuidadores(as)
Estratégia para alcançar os objetivos/metas
Levantamento populacional acima de 60 anos, pelos ACS
Envolvimento familiar e cuidadores(as) nas atividades, convites pelos ACS e conscientização através de palestras pelos profissionais envolvidos(UBS e NASF)
Demanda na UBS, pela EAB
Atividades a serem desenvolvidas
Reuniões na UBS
Fóruns de bairros
Orientações individuais nos atendimentos na UBS
Recursos necessários para desenvolvimento das atividades
Material didático
Audio-visuais
Resultados esperados
Maior envolvimento/participação familiar no tratamento/acompanhamento do idoso
Responsáveis
Equipe da UBS
NASF
Prazos
Inicio imediato com avaliações trimestrais
Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados
Visitas domiciliares aos impossibilitados
Percentual de comparecimento dos participantes
Padronização de exames complementares
Ponto(s)