10 de Maio de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO: AVALIAÇÃO É A CHAVE DO APERFEIÇOAMENTO.

ESPECIALIZANDO: LADYS ELENA JIMÉNEZ ACANDA

ORIENTADOR: CLEYTON CEZAR SOUTO SILVA

        O imenso trabalho que desenvolvemos, embora tenhamos todo o nosso esforço em fazê-lo da melhor maneira possível, periodicamente é necessário que seja avaliado, e quem melhor do que nós para avaliar o nosso trabalho, procurando contribuir para a superação e lograr que cada dia seja feito com maior qualidade. O dia 25 de abril, no lugar que ocupa a copa-cozinha da UBS Alberto Lima, foi efetuada a reunião da equipe 017 com objetivo de fazer a auto avaliação da mesma, utilizando o instrumento AMAQ na versão impressa, com a participação da médica, a enfermeira, a técnica e enfermagem e sete Agentes comunitários de Saúde, cabe sinalar que dita auto avaliação tinha sido feita no mês de agosto do ano anterior, por isso, decidimos conjuntamente fazer novamente o trabalho.

        A equipe centrou a análise na dimensão Educação Permanente, Processo de trabalho e Atenção á Saúde, especificamente nas seguintes sub dimensões Organização do processo de trabalho, Atenção integral á saúde, Participação controle social e satisfação do usuário e programa de saúde na escola. A enfermeira Renata começou dando leitura aos padrões mostrados no instrumento, e seguindo o consenso das opiniões de todos os membros da equipe, outorgamos uma pontuação desde zero até dez pontos, segundo a situação real, a repercussão do problema e a possibilidade de resolutividade do mesmo, na verdade encontramos vários padrões com uma pontuação menor que cinco mais como falei anteriormente, pelas consequências desfavoráveis e a capacidade de reverter à situação com os nossos próprios recursos, decidimos construir uma matriz de intervenção a raiz do seguinte padrão: ¨A equipe de Atenção Básica realiza captação das gestantes no primeiro trimestre¨ .

        Apesar da redução importante da mortalidade infantil e materna no Brasil nas últimas décadas, um número expressivo de mortes ainda faz parte da realidade social e sanitária do país (BRASIL, 2015). Tais mortes ainda ocorrem por causas evitáveis, principalmente no que diz respeito ás ações dos serviços de saúde e entre elas a atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido (BRASIL, 2015)

        Ate o momento, a maioria das pacientes grávidas em nossa comunidade inicia o pré-natal no segundo e até no terceiro trimestre da gestação, tal atitude representa um grave problema, partindo de que o cuidado pré-natal busca promover a saúde materna e fetal, rastrear situações de risco e tratar intercorrências o mais precocemente possível. Esse cuidado melhora desfechos clínicos e psicológicos na gestação e no puerpério, que reduzem a morbimortalidade materno-infantil. ( Rosa, Silveira, Costa; 2014)

        A privação desse cuidado pode causar gestações prematuras, retardo do crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer e óbitos maternos e infantis por afecções no período peri e pós-natal.(Rosa,Silveira,Costa; 2014). Problema como sífilis congênita morte neonatal e prematuridade tem sido identificados por vários estudos como fortemente associados com a realização de pré-natal tardio. (BRASIL, 2005)

        A equipe de Atenção Básica não tem como reverter uma situação em que uma gravida chega a nossa consulta no terceiro trimestre da gestação, com distúrbios no índice de Massa Corporal, ou com uma Diabetes gestacional, ou com uma doença hipertensiva provocada pela gestação ou crónica. Com o objetivo de reverter essa situação, a nossa equipe, depois de um amplo debate, construiu uma matriz de intervenção para o padrão proposto a alcançar.

        Ao término das ações planejadas a curto prazo esperamos detectar 100% das gestantes do território e sua vinculação precoce ao pré-natal, garantindo um bom acompanhamento, com consultas em número suficiente e qualidade satisfatória. A equipe estimará o número de gestantes do território, cadastrará e fará acompanhamento até nos domicílios, considerando todas, inclusive aquelas cobertas por planos de saúde privados. Além disso, os ACS serão capacitados alcançando a sensibilização da população alvo e oferecerá conhecimento sobre as possíveis consequências de iniciar o acompanhamento pré-natal tardiamente.

        Após o desenho da matriz de intervenção, a equipe se empenhou na construção de um instrumento que fosse capaz de monitorar ao menos um dos indicadores do PMAQ. . O PMAQ-AB tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos do território. Para isso, propõe um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde. (BRASIL, 2011) É preciso sinalar que todos os indicadores são acompanhados na unidade de forma quantitativa mensalmente, mais, a equipe gostou de desenvolver o indicador  analisando que através dele podemos avaliar nosso poder de resolutividade.

        O nosso instrumento conta com dois momentos, num primeiro momento  se faz o cálculo da porcentagem de pacientes encaminhados durante todo o  mês, e num segundo momento  esse resultado é levado para uma tabela onde sinala  a porcentagem comparativamente entre todos os meses de um ano, podendo observar se tem aumento ou diminuição do indicador, concluindo que, para maior porcentagem de encaminhamentos, menor terá sido a capacidade de resolutividade da equipe, aliás , é importante esclarecer que essa interpretação é relativa, porque tem pacientes que necessariamente precisam ser avaliados pelo serviço especializado embora o atendimento por parte da equipe tenha sido ótima.

         Finalmente posso concluir que aproveitei cada momento destas duas experiências, e junto os demais membros da equipe refletimos e compreendemos algumas questões importantes, a auto avaliação não se realiza com a frequência requerida na minha equipe, também não concordamos em quanto a forma utilizada de monitorizar os indicadores até agora, mostrando só uma cifra quantitativa sem fazer nenhum analise ao respeito.

         Desde que a nossa estratégia foi posta em pratica tanto da primeira como da segunda experiência, agente se deparou com algumas dificuldades, no primeiro lugar a população de Amapá tem sua própria idiossincrasia, e para a gente resulta difícil fazer uma mudança num período de tempo tão curto, mais com o empenho dos profissionais da equipe eu tenho certeza que tudo vai dar certo, as estratégias estão desenhadas e as atividades já estão se desenvolvendo, a nossa equipe espera um ótimo resultado logrando acolher a maior porcentagem de grávidas possíveis no primeiro trimestre, fazendo um pré-natal de qualidade e com a quantidade de consultas requeridas.

        Em quanto à segunda experiência sobre a construção do instrumento para monitorizar os indicadores do PMAQ não houve dificuldade alguma, todos os membros concordaram em que o método comparativo dos resultados obtidos mensalmente, funciona como um termômetro que indica em direção a onde temos que trabalhar para garantir que o indicador mantenha o padrão esperado.

          É importante o processo auto avaliativo se queremos alcançar a perfeição do nosso trabalho. Monitorar cada um dos indicadores do PMAQ e fazer a interpretação mensal sobre quais deles ficaram mais fracos, com a finalidade de buscar alternativas e por em prática novas estratégias que possam mudar nossa perspectiva de trabalho permite obter resultados satisfatórios.

         Com certeza ganharemos todos desde que as mudanças propostas virem rotina, a equipe, porque vai ter uma maior organização do sistema de trabalho e também vai ter elementos que possam nos retroalimentar e agir sobre as deficiências, mais o melhor de todo, vai ganhar a população, que tanto merece uma atenção de qualidade e a razão do nosso esforço.

          Muito obrigada.

  

REFERENCIAS

 BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de atenção Básica (Atenção ao pré-natal de baixo risco). Ministério da Saúde, 2015.

ROSA, Cristiane Quadrado da; SILVEIRA, Denise Silva da; COSTA, Juvenal Soares Dias da. Fatores associados à não realização de pré-natal em município de grande porte.Rev. Saúde Pública,  São Paulo ,  v. 48, n. 6, p. 977-984,  Dec.  2014 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102014000600977&lng=en&nrm=iso>. access on  08  May  2018.  http://dx.doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005283.

 BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca virtual em Saúde. Manual pré-natal e puerpério. Ministério da Saúde, 2005.

 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ): manual instrutivo. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

ANEXOS

ANEXO 1

ANEXO 2   Matriz de intervenção

ANEXO 3

ANEXO 4

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