13 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

ACOMPANHAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

 

ESPECIALIZANDA: MARLEN CHANG GARCIA

ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS

           

As consultas para pessoas com diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM), no HIPERDIA, são realizadas nas terças feiras, mediante prévio agendamento. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) têm a tarefa de informar aos pacientes sobre o agendamento, lembrar-lhes de comparecer com as receitas dos medicamentos que consomem, apresentar exames laboratoriais e, no caso dos pacientes idosos, é sugerida a companhia de algum membro da família.

            O tempo de espera para a primeira consulta dos pacientes do HIPERDIA costuma ser de uns 10 dias para aqueles diagnosticados com HAS, já no caso de suspeita de DM, pode demorar até um mês devido a demora em marcar a realização dos exames laboratoriais. Para aqueles que fazem exames na rede privada, o período de espera é mais curto, em média de 15 dias. De forma geral, para os usuários da unidade não existem grandes obstáculos.

            A equipe faz uso de protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão segundo uma sugestão de periodicidade de consulta de acordo com o risco cardiovascular estabelecido por meio do escore de Framingam para atendimento médico, de enfermagem e odontológico. No caso dos pacientes diabéticos, a estratificação de risco é feita de acordo com o controle metabólico (BRASIL 2013).

            Na nossa equipe os pacientes diagnosticados com HAS e/ou DM são cadastrados nas fichas de cadastro/acompanhamento dos ACS, organizadas por microáreas, e no caderno de pessoas com HAS e DM da Unidade. Igualmente se faz o registro dos pacientes com maior risco/gravidade que padecem dessas doenças. Desta forma fica garantida a programação das consultas em função da estratificação dos casos e de outros elementos considerados pela equipe na gestão de cuidado.

            Além disso, a equipe possui o registro dos pacientes com HAS e DM de maior risco de gravidade encaminhados para outros pontos de atenção. No concernente à coordenação de filas de espera e acompanhamento dos usuários que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção, todo o processo é feito na secretaria de saúde e não é oferecida à equipe nenhuma informação sobre isto.

            Todos os indivíduos diabéticos que comparecem na reunião de HIPERDIA recebem avaliações dos pés (integridade da pele, deformidades musculoesqueléticas, pulsos e sensibilidade), mediante um teste clínico simples, toque nos dedos dos pés ou Ipswich Touch Test, que é fácil e seguro de executar, não necessita de nenhum tipo de instrumento para sua realização e mostrou excelente concordância em comparação com o teste do monofilamento.

Em relação à atenção à pessoa com obesidade, assim como nos demais usuários, a técnica em enfermagem realiza a avaliação antropométrica. Cabe sinalizar que medir peso e altura é uma atividade feita regularmente como parte das ações de saúde desenvolvidas pela equipe no Programa de Saúde da Escola (PSE), dirigido a diagnosticar sobrepeso ou obesidade em etapas precoces da vida.

            O índice de massa corporal (IMC) é calculado no transcurso da consulta médica. Uma vez identificado IMC iguais ou maiores que 30 kg/m2, o diagnóstico fica devidamente anotado na ficha de atendimento individual e os pacientes são orientados a participar nas diferentes ações que desenvolve a equipe encaminhada aos usuários com sobrepeso ou obesidade. Na prática diária, o mais comum é a associação a outras doenças como HAS e DM.

            A oferta de ações desenvolvidas pela equipe voltadas à atividade física e à alimentação saudável é variada, frequente e sempre constituem parte da nossa agenda de trabalho. O apoio do Núcleo Ampliado em Saúde da Família (NASF) é fundamental para o desenvolvimento desta tarefa, que oferece tanto consultas individualizadas como atendimentos coletivos para grupos de diabéticos, hipertensos, gestantes e adolescentes, com os quais temos experiências de trabalho muito gratificantes.

            Por último, existe um ínfimo número de pacientes com sobrepeso ou obesidade refratários às mudanças do estilo de vida e reeducação alimentar ou com sintomas de doenças de origem endócrinas, como o hipotireoidismo, que necessariamente precisam ser encaminhados para serviço especializado, que nem sempre é fácil e garantido acompanhamento por essa especialidade.

            A UBS conta com várias fortalezas, como ter uma Equipe de Saúde da Família completa, uma estrutura física adequada, próximo dos padrões de qualidade, assim como agendas organizadas para o cuidado continuado/programado e demanda espontânea e o apoio matricial do NASF. Entre nossas dificuldades, pouca informação anterior da equipe ao respeito dos instrumentos norteadores do Programa Nacional de Melhoria e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) e das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)

 

 

 

 

REFERÊNCIAS          

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Hipertensão Arterial Sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014a.

______ Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Diabetes Mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2014b.

 

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