28 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

TÍTULO: O DESAFIO DO ADEQUADO ALEITAMENTO MATERNO NA COMUNIDADE RURAL

ESPECIALIZANDO: WANDEIR LIMA DOS SANTOS

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

COLABORADORES: ANNAYR BARRETO (COORDENADORA DA ATENÇÃO BÁSICA MUNICIPAL); ALINE TÂMISA OLIVEIRA (ENFERMEIRA DA UNIDADE BÁSICA); ELEÔNIA SILVA (TÉCNICA EM ENFERMAGEM DA UNIDADE BÁSICA); MAÍSA SILVA (AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE); ELENILDA OLIVEIRA (AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE)

 

O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de imunizações e de orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. As crianças que necessitem de maior atenção devem ser vistas com maior frequência (BRASIL, 2012).

Utilizando como referência as recomendações do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), nossa equipe tem realizado ações em busca ativa por pacientes com situação vacinal inadequada, prematuros, baixo peso ao nascer, pacientes em situação crítica de moradia, Atualização de cadastro, registros, realizado constantemente, tanto na Unidade de Saúde como em domicílio.

Em busca de otimizar este trabalho, decidimos nos reunir em duas oportunidades no último mês em busca de capacitar e ampliar a qualidade na captação de dados, registros e casos voltados para os recém-nascidos, crianças até os 02 (dois) anos de idade e seus pais. Várias dúvidas dos agentes comunitários de saúde, principalmente, foram esclarecidas pelo médico e enfermeiro nesta oportunidade. Diante disto, notamos que um ponto que se destacou de maneira extremamente relevante nesta reunião, foi o que envolve tudo sobre o aleitamento materno.

Os Agentes de Saúde, em seus depoimentos, declararam que boa parte das mães não estariam realizando o adequado aleitamento, por falta de exclusividade ou desconhecimento da forma e técnica indicados para a realização correta de tal ação. Diante de tais informações, ampliamos de forma significativa a pauta neste dia, tratando de esclarecer dúvidas sobre posição, pega, importância de revezamento entre as mamas, além de capacitor, também, estes profissionais em relação ao aleitamento exclusivo até os 06 (seis) meses de vida, sem a necessidade de qualquer outro alimento, ou até mesmo água.

Várias situações foram expostas como um caso em que a genitora havia dado leite em pó junto com farinha de milho para uma criança de 04 meses de vida, dois dias depois procurou a Agente Comunitária de sua área para solicitar uma visita médica pois a criança não estaria com adequado funcionamento intestinal, entre outros casos.

Voltados para o serviço interno na Unidade de Saúde, procuramos ajustar meios e implementar estratégias na busca constante por manter dados relacionados ao estado nutricional, calendário vacinal, suplementação profilática e intercorrências, todas atualizações, estando atentos a qualquer novo caso que possa fugir a esta forma de trabalho. Também foi discutido e mantido como foco prioritário tudo o que se relaciona com a realização dos testes de triagem neonatal. Não registramos casos de violência sexual ou familiar até o momento no nosso território.

Seguimos o trabalho, agendando e programando ações voltadas para a importância do aleitamento materno exclusivo, como palestras e exposição de multimídia, ilustrando de maneira simples para a população. Mas temos ainda, como principais obstáculos em nossa área de atuação, que é localizada na zona rural do município de Japoatã-SE, fatores culturais, sociais, ambientais, econômicos entre outros. Existe ainda, por parte desta população, a persistência de mitos e crenças, como: “leite fraco”, “o bebê precisa beber água” ou “somente este meu leite não vai matar a fome”.

Voltados para tal problemática, concluímos que o esclarecimento de dúvidas e orientação dos pais sobre tal tema, deveria se dar de maneira constante ao longo dos primeiros seis meses de vida da criança, mediante visitas frequentes por parte dos Agente Comunitários de Saúde, previamente capacitados para esclarecer as principais dúvidas, além de visitas periódicas por parte do Enfermeiro (a) e Médico (a) da Unidade Básica de Saúde responsável.

Procuramos também esclarecer e incluir nas pautas seguintes, tudo o que se relaciona com a alimentação após os primeiros seis meses de vida, a importância de introduzi-la gradativamente, em forma de papas, a base de frutas ou verduras, mantendo o foco no tópico de alimentação saudável para o adequado desenvolvimento físico e psicomotor.

Outra ferramenta que utilizamos para atingir o grau máximo de efetividade é a orientação, não somente coletiva, em palestras na Unidade Básica, ou domiciliar, como também durante consultas com puérperas, independente do motive. Aproveitamos esta oportunidade e ao final da avaliação inicial, buscamos destacar a importância e estimular o aleitamento materno exclusivo, e nos casos dos maiores de 06 (seis) meses, a implementação adequada dos alimentos de acordo a faixa etária da criança.  Tais medidas, além de ajudar na melhoria de tudo o que se relaciona a esta temática como um todo, nos serve ainda, como profissionais de saúde, para avaliar o grau de conhecimento que nossos usuários (pais) possuem no que diz respeito a esta fase tão importante na vida destas pessoas.

A equipe, se mostrou bastante satisfeita com as reuniões e temas abordados, também serviu para senti-los mais confiantes para informar e esclarecer dúvidas durante suas visitas. Também nos serviu, de forma geral, para capacitar e elevar o nível e qualidade nos serviços oferecidos aos usuários por toda nossa equipe, servindo assim, como motivação, para seguirmos mantendo o mesmo foco e a estratégia de informações constantes no que se relaciona com a Atenção Básica à Saúde.

Seguimos buscando melhorias e capacitações e, consequentemente, otimizando mais e mais a qualidade no nosso atendimento, mesmo diante da falta de estrutura e condições adequadas presentes na zona rural e em todo nosso território de atuação.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. (Cadernos de Atenção Básica, n° 33).

 

 

 

 

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