22 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

ATENÇÃO AO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE BURACO DA LAGOA

 

ESPECIALIZADA: LISANDRA DUENAS HERNANDEZ

COLABORADORA: IONARA BORGES (ENFERMEIRA)

ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS

 

O bem-estar da criança por meio da promoção da saúde tem sido há muito tempo prioridade da assistência a saúde das populações, sendo necessários para o crescimento saudável cuidados básicos com a finalidade de prevenir agravos, promover e recuperar a saúde na infância e tais cuidados devem ser garantidos na atenção básica.

Nesta perspectiva, tem-se que o foco das ações da Unidade Básica de Saúde (UBS) busque visualizar a criança de forma integral, inserida no contexto familiar, sobretudo nos aspectos que determinam a saúde, para assim reduzir as taxas de morbimortalidade por causas evitáveis.

O crescimento e desenvolvimento da criança e o principal indicador de suas condições de saúde, por isso é prioritário o seu acompanhamento desde o nascimento por meio da consulta de puericultura, buscando detectar precocemente alterações e evitar complicações.

O crescimento é um processo dinâmico e continuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal e para avaliá-lo é preciso realizar a mensuração e o acompanhamento das medidas antropométricas da criança como peso, estatura, perímetro cefálico e torácico (ROCHA; MAGALHÃES; SILVA, 2018).

Em relação ao desenvolvimento, este pode ser entendido como mudanças e expansão graduais, processo de estágios mais simples aos mais avançados de complexidade, surgimento e expansão das capacidades do individuo por meio do crescimento, da maturidade e do aprendizado (ROCHA; MAGALHÃES; SILVA, 2018).

Além disso, temos que lembrar que cada contato entre a criança e os serviços de saúde, independentemente do fato, queixa ou doença, deve ser tratado como uma oportunidade para a análise integrada de sua saúde e para ação resolutiva de promoção da saúde, com caráter educativo. A identificação de um ou mais fatores de risco como baixo peso ao nascer, baixa escolaridade materna, idades maternas extremas, gemeralidade, intervalo intergestacional curto, criança indesejada, desmame precoce, mortalidade em crianças menores de cinco anos na família, condições inadequadas de moradias e baixa renda, exigem um acompanhamento especial, uma vez que aumentam a probabilidade de existir uma doença perinatal e infantil (BRASIL, 2002).

A partir da consulta de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (puericultura), nossa equipe realiza o estabelecimento de condutas curativas se a criança apresenta alguma doença aguda e preventivas adequadas a cada idade, sobre vacinação, alimentação, estimulação e cuidados gerais com a criança, em um processo contínuo de educação para a saúde.

Essa consulta de puericultura é um dos instrumentos utilizados para o acompanhamento da saúde das crianças englobando um conjunto de medidas e cuidados preventivos capazes de orientar a promoção de saúde e do bem-estar e a resolução de problemas que as afetam. E o registro dessas ações devem ser realizado na caderneta da criança, sendo um documento que permite a anotação dos fatos mais significativos da saúde da criança.

Sendo então a puericultura uma assistência a criança saudável capaz de prevenir agravos, melhorar a percepção da família sobre a importância dos cuidados preventivos, com a participação da equipe da unidade que deve estar sempre permeada de reflexões para gerar mudanças na implementação de ações de saúde. Para isso, o Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida, duas consultas, no segundo ano e a partir daí, consultas anuais.

Na atenção a saúde da criança, a figura do Agente Comunitário de Saúde (ACS) é de fundamental importância, uma vez que permite o planejamento das ações direcionadas aos principais problemas da população, a partir do conhecimento de sua realidade, promovendo o acompanhamento sistemático das crianças e mantendo o vínculo com as famílias.

Na UBS Buraco da Lagoa, após o nascimento do bebê e sua chegada na área, o ACS comunica a enfermeira e fazemos a primeira consulta pós-natal, no domicílio, no quinto dia do nascimento. Nesta visita domiciliar, a mãe é informada sobre vacinação (vacina contra a tuberculose e Hepatite) e caso a criança não tenha sido imunizada, marcamos as vacinas no nosso município antes dos 30 dias do nascimento. Além disso, orientamos sobre a triagem de doenças por meio de teste do pezinho, para o diagnóstico de fenilcetonuria, hipotiroidismo congênito, anemia falciforme e fibrose cística; teste da orelhinha; da linguinha e do olhinho, enfatizando que todos podem ser feitos por especialistas em pediatria e fonoaudiólogo em nosso município. Por fim, orientamos sobre os cuidados gerais com recém-nascido, importância do aleitamento materno com livre demanda até seis messes de vida e cuidados do coto umbilical e agendamos a próxima consulta da criança aos 30 dias do nascimento, esclarecendo que as consultas serão mensais no primeiro ano, entre o primeiro e o segundo ano, trimestrais e do segundo até o quinto, semestrais.  Todas as crianças a partir de seis meses até os cinco anos recebem suplementação com vitamina A e com sulfato ferroso até os dois anos, para evitar anemia e hipovitaminose. As demais atividades da UBS constam no Questionário abaixo.

Questionário para Microintervenção

QUESTÕES

SIM

NÃO

 

A equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos (crescimento/desenvolvimento)?

x

 

 

A equipe utiliza protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos?

x

 

 

A equipe possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território?

x

 

 

A equipe utiliza a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento?

x

 

 

Há espelho das cadernetas de saúde da criança, ou outra ficha com informações equivalentes, na unidade?

x

 

 

No acompanhamento das crianças do território, há registro sobre:

QUESTÕES

SIM

NÃO

 

Vacinação em dia

x

 

 

Crescimento e desenvolvimento

x

 

 

Estado nutricional

x

 

 

Teste do pezinho

x

 

 

Violência familiar

x

 

 

Acidentes

x

 

 

A equipe acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de outro serviço (CRAS, Conselho Tutelar)?

x

 

 

A equipe realiza busca ativa das crianças:

QUESTÕES

SIM

NÃO

 

Prematuras

x

 

 

Com baixo peso

x

 

 

Com consulta de puericultura atrasada

x

 

 

Com calendário vacinal atrasado

 

 

 

A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses?

x

 

 

A equipe desenvolve ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses da criança?

x

 

 

 

Na nossa unidade, mediante esta microintervenção, a equipe elaborou um calendário de controles de puericulturas e as consultas são agendadas mensalmente para as crianças de até dois anos. Para controle dos agendamentos e comparecimentos, cada ACS realiza visita domiciliária e avisa a mãe sobre a data da consulta, bem como procura saber o motivo do não comparecimento, quando ocorre. Com essas medidas, os índices de não acompanhamento têm diminuído.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da Criança. Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 

ROCHA, N. S. P. D; MAGALHÃES, M. L.; SILVA, J. A. Crescimento e Desenvolvimento na Unidade Básica de Saúde. NATAL: PEPSUS UFRN, 2018.

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