22 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

 

A LINHA DE CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA UNIDADE BÁSICA DO BOQUEIRÃO

 

                        ESPECIALIZANDA: LILIANA ROMÁN RAMÍREZ

                       ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS

 

A presente microintervenção tem como base os conteúdos apreendidos sobre os pressupostos teóricos e práticos da saúde mental e a importância da Atenção Primária à Saúde (APS), por meio da Estratégia de Saúde da Família, como porta de entrada para a Saúde Mental. Afinal, os problemas mais comuns de saúde mental são de alta prevalência nos territórios de saúde de todo o Brasil (ALVES, 2001).

É importante ressaltar que, a partir do Módulo Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde, compreendemos o desafio de atuar de forma mais proativa na saúde mental e contar com o importante apoio matricial do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).

Mesmo sabendo que o foco da formação profissional em saúde ainda seja na reabilitação e apresente deficiência na prevenção, a inserção da prática preventiva contra álcool e outras drogas na rotina da assistência estaria condicionada, nessa perspectiva, ao treinamento dos profissionais na prática clínica para, por exemplo, identificar os casos precocemente e saber como proceder quando estes são confirmados (BRASIL, 2014).

Nesse sentido, esta microintervenção foi importante pelo fato de integrar ações de saúde mental e para isso, a equipe se organizou em dois encontros para confecção do material de apoio que foi utilizado pelos profissionais. A proposta foi muito bem acolhida pela equipe, fomos capazes de interagir e explicar os efeitos e malefícios do uso de psicofármacos. Durante os encontros foram respondidas dúvidas, debates e trocas de informações.

Os desafios encontrados foram inerentes ao processo de trabalho em saúde, trabalho vivo e dinâmico realizado entre pessoas. Os desafios maiores estiveram relacionados à disponibilidade conjunta dos profissionais, realização das ações, ajustamento da oferta e agenda semanal dos serviços, replanejamento de ações e cronogramas.

Quanto ao atendimento a Saúde Mental, os pacientes que vem pela primeira vez a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou que já estão em acompanhamento com especialistas são encaminhados ao NASF e ao CAPS, segundo o nível de complexidade de sua doença. Uma vez ao mês a equipe do NASF se reúne com a equipe da UBS e nestas reuniões discutem-se os casos clínicos, seguindo a prioridade, é agendada consulta na UBS ou são encaminhados diretamente CAPS.

O fluxo de informações de contrarreferência do NASF funciona adequadamente, no entanto quanto ao CAPS, em algumas ocasiões as comunicações são perdidas e não temos dados ou registros no prontuário para seguimento de paciente.

Durante esses encontros, fizemos levantamento em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), dos pacientes com doenças diagnosticadas por especialista e tratamentos de longa duração, assim como tempo de consumo dos psicofármacos. Ainda realizamos discussão sobre como diminuir doses ou trocar medicamento para melhorar a capacidade de enfrentamento dos problemas da vida, assim como o aumento da autoestima e da resiliência. Além disso, discutimos o caso clínico abaixo:

Nome

Cartão

SUS

Sexo

Idade

Medi-camento

Quanto tempo de uso

Local de ultimo atendimento

Data de último atendimento

Diagnóstico

Na família mais alguém toma medicamento

X

0000

F

72

Clonazepam 0,5mg, 1 comprimido à noite

10 anos

UBS

4/6/2018

Ansiedade

não

 

 Este paciente, como outros, tem seguimento em consulta mensal para renovações de receita e avaliação de sua patologia, além da atualização de seu tratamento na planilha de seguimento. O seguimento do paciente é acompanhado também pelo ACS da área, através de visitas domiciliárias para cumprimento do tratamento. A equipe também acompanha as consultas realizadas com psiquiatra através da contrarreferência fornecido a UBS.

Sempre pensando no bem-estar do paciente e que este possa acreditar que a vida pode ter várias formas de ser percebida, experimentada e vivida. Para tanto, é necessário olhar o sujeito em suas múltiplas dimensões, seus desejos, anseios, valores e escolhas.

Através destas intervenções pretendemos realizar atendimento adequado para os pacientes, além de adequadas comunicações com os integrantes do NASF e CAPS, para oferecer correto seguimento, conforme características de cada indivíduo e sua doença.

 

REFERÊNCIAS

ALVES, D. S. Integralidade nas políticas de Saúde Mental. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. B (Org.). Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. 3. ed. Rio de

Janeiro: UERJ, 2001. p. 167-74.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Nacional de DST/AIDS (2004). A política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 61 p.

 

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