PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DE IST NA SAÚDE SEXUAL DA POPULAÇÃO IDOSA
ESPECIALIZANDO: ANDRÉ GEORGE FERREIRA E CÂNDIDO
ORIENTADORA: MARIA HELENA PIRES ARAUJO BARBOSA
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são doenças infecciosas que tem em uma de suas vias de transmissão o contato sexual. Elas têm importância na saúde pública atualmente devido ao enorme número de pacientes acometidos, repercussões em gestações e implicações na qualidade de vida e economia da sociedade. E o número de ISTs vem aumentando nos últimos anos no grupo de pessoas mais idosas da sociedade, seja a nível global ou nacional. Diante disto, aproveitamos a oportunidade da reunião de idosos promovido para os pacientes assistidos pela minha equipe (Equipe 16) na unidade de saúde, para levar até eles o tema sobre sexualidade na terceira idade.
Nosso grupo de idosos geralmente tem presente um número de participantes em torno de 20 a 15 pessoas, nas quais estão inclusas também outros pacientes com doenças crônicas (não necessariamente idosos). No dia 06 de junho de 2018 abordamos dois temas importantes para esta população: “Acidente Vascular Cerebral (AVC) – Como identificar sinais de alarme” e “Sexualidade na Melhor Idade”. Na ocasião aproveitamos também para realizar testes rápidos de Sífilis e HIV nos ouvintes presentes. Nesta reunião, contamos com a participação de três alunos concluintes de enfermagem, uma técnica de enfermagem, três agentes de saúde e a enfermeira da equipe. Os alunos junto comigo fomos responsáveis pela apresentação dos temas.
Dentre o tema de sexualidade, foram abordadas as seguintes doenças: HPV, HIV e Sífilis. De cada doença foram explicadas as formas de transmissão, tratamento, prevenção, se há cura atualmente e consequências da doença. Deixamos dez minutos finais deste tema para perguntas dos pacientes. Este espaço final foi importante pois podemos perceber que não houve inibição ou mesmo constrangimento ao questionarem. Devido a termos 14 pacientes na reunião e o tempo do resultado dos testes rápidos, realizamos a coleta do sangue capilar para a realização destes testes durante a abordagem do tema. De todos estes pacientes dois deram resultados positivos: um para HIV e um para Sífilis, sendo ambos idosos. Ao final da reunião, cada paciente, independente do resultado positivo ou negativo, foi chamado individualmente para receber seu resultado. Assim evitados o constrangimento dos pacientes com resultados positivos. Durante o diálogo com os que deram positivo foi identificado que um já sabia e fazia tratamento de controle para HIV e o outro fez tratamento prévio há anos para sífilis. Este último foi possível detectar porque uma vez em contato com o microrganismo causador da sífilis, o paciente apresentará sempre como positivo no teste rápido de sífilis. Solicitamos para este paciente, a fim de descartar nova infecção, o exame chamado VDRL, o qual se mostrou negativo (indetectável) em consulta posterior. Ou seja, o paciente apresentava apenas uma “cicatriz imunológica”, sem infecção em curso.
Esta experiência revelou a equipe que precisamos abordar mais temas educativos nesta área a fim de realizar medidas preventivas, além de realizar mais testes rápidos na população assistida para que se detecte os pacientes com ISTs e se inicie o tratamento mais previamente possível. Pois em uma pequena amostragem de paciente tivemos resultados positivos, mesmo com aqueles posteriores esclarecimentos dos pacientes. Isso revela apenas que os estudos que apontam a presença de ISTs na população idosa é real, inclusive na nossa área assistida.
Outro ponto interessante foi notar que, uma vez que se aborde um tema, que pode gerar vergonha ou constrangimento, com seriedade e de modo claro, a população pode se sentir confortável para questionar e assim retirar dúvidas que poderiam estar os afligindo há tempos, além de possivelmente ser dúvida de outro paciente. Apesar disso, um ponto negativo foi ainda o baixo número de participantes da reunião, o que estamos buscando contornar com medidas de melhor divulgação e incentivo a participação.
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