28 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Acolhimento na unidade básica de saúde

 

Acolher é uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os serviços de saúde (BRASIL, 2009).

 “O acolhimento visa uma escuta qualificada do usuário procurando também proporcionar um melhor serviço este aspecto vem ao encontro das discussões atuais que vem ocorrendo a respeito da construção social da Atenção Primária à Saúde (APS), buscando romper com alguns paradigmas convencionais prevalecentes, como por exemplo, a adoção de um modelo de gestão de saúde da população ao invés de um modelo de gestão de oferta, historicamente construído”. (MENDES, 2015; pág. 22).

 “O acolhimento propõe organizar o funcionamento do serviço de saúde, partindo de três princípios: (a) atender a todas as pessoas que buscam os serviços de saúde, garantindo a acessibilidade universal; (b) reorganizar o processo de trabalho, deslocando seu eixo central do médico para uma equipe multiprofissional; (c) qualificar a relação trabalhador-usuário a partir de parâmetros humanitários de solidariedade e de cidadania. O acolhimento como diretriz operacional apresenta-se como possibilidade de arguir o processo de produção da relação usuário-serviço sob o olhar específico da acessibilidade sobre os momentos nos quais os serviços constituem seus meios de recepção dos usuários” (BRASIL, 2009).

“O acolhimento deve ser visto, portanto, como um dispositivo potente para atender à exigência de acesso, propiciar vínculo entre equipe e população, trabalhador e usuário, questionar o processo de trabalho, desencadear cuidado integral e modificar a clínica. Dessa maneira, se faz necessário qualificar os trabalhadores para recepcionar, atender, escutar, dialogar, tomar decisão, amparar, orientar. Esse processo exige metodologias participativas, que considerem a negociação permanente de conflitos na convivência diária dos serviços de saúde”. (MENDES, 2015; pág. 25).

Na UBS Marieta Souza Andrade em Monte Alegre de Sergipe, o usuário quando chega à unidade, se dirige à recepção da clínica, o mesmo solicita uma ficha para atendimento seja ele médico, a enfermeira ou odontológico , a atendente da recepção direciona o paciente a triagem, onde a técnica em enfermagem realiza uma escuta qualificada e o encaminha para o setor referido.

Na reunião mensal da nossa equipe foi discutido qual o passo a passo do usuário quando o mesmo procura nossos serviços, desde quando chega ao serviço de saúde, para onde ele vai depois do atendimento, quais informações os pacientes ainda precisam após o atendimento, por fim, todas as etapas que percorre e como é atendido em cada uma dessas etapas

Realizamos o planejamento do acolhimento seguindo o cronograma da Unidade, identificando o tema a ser trabalhado, de acordo com a necessidade do grupo de usuários e diagnóstico situacional, mobilizamos e sensibilizamos toda a equipe de saúde para a implementação de um melhor acolhimento na nossa Unidade Básica de Saúde.

Foram planejadas ações educativas para duas semanas com os profissionais de saúde, objetivando facilitar a compreensão do atendimento junto ao usuário, foi selecionado um profissional de saúde da equipe de saúde da família (enfermeiro, médico, odontólogo, auxiliar de enfermagem, atendente de consultório dentário e agente comunitário de saúde) por dia para o acolhimento.

Esperamos com essas ações organizar melhor o serviço, atender de forma personalizada, ouvindo e identificando as necessidades e dando respostas para a resolução dos problemas apresentados pelos usuários.

Com isso se espera que o nível de satisfação dos usuários e profissionais se eleve observando e fazendo registro diário após a implementação desta intervenção a qual vamos estender por mais algumas semanas, analisaremos a satisfação, o acolhimento, o atendimento e a resolutividade dos problemas.

 

Referências bibliográficas

 

MENDES EV. A construção social cuidado da atenção primária à saúde, 2015.

 

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. II Mostra Nacional de Produtos de Saúde da Família: trabalhos premiados. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.

 

 

 

 

 

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