28 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

A IMPORTÂNCIA DOS INSTRUMENTOS AUTOAVALIATIVOS NA REFLEXÃO DA QUALIDADE DO SERVIÇO OFERTADO À POPULAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

ESPECIALIZANDO: LARISSA BEZERRA DA SILVA

ORIENTADORA: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA

COLABORADORES: ENFERMEIRA, TÉCNICA DE ENFERMAGEM, DIRETOR DA UNIDADE E AGENTES DE SAÚDE DE SAÚDE

 

     

          Na busca de melhoria contínua do acesso e da qualidade dos serviços da atenção básica em todo país, o governo propõe ferramentas que possam avaliar e provocar uma autocrítica à equipe sobre a realização do serviço oferecido à população. 

          Dentre as ferramentas, o documento de Autoavaliação para Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (AMAQ-AB) objetiva reorganizar o processo de trabalho e nortear as mudanças necessárias no acesso e qualidade dos serviços da atenção básica (Brasil, 2016).

          Através desse, foi discutido em reunião da Equipe de Atenção Básica (EAB) 98, da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Felipe Camarão III os itens H ao N, presentes no AMAQ e descritos a seguir em tabela.

          A EAB é formada pela médica, enfermeira, técnica de enfermagem e quatro agentes comunitários de saúde (ACS’s), todos presentes. Dois ACS estão afastados, em reabilitação, por motivo de saúde e não há equipe de saúde bucal para nossa EAB.

          O AMAQ foi realizado ano passado segundo informação dada pelo diretor da UBS, porém não se conseguiu acessá-lo online, não foi encontrada a versão impressa do material. Logo, a avaliação foi feita a partir da leitura do documento, em formato de PDF, em computador com acesso a internet no consultório médico.

          Após discussão em relação a situação analisada, a pontuação de cada subitem foi decidida e o resultado foi descrito baseado na classificação do AMAQ, explanada na tabela abaixo.

 

Subdimensão

Pontuação

Classificação

H – Infraestrutura e Equipamentos

41

Regular

I – Insumos, Imunobiológicos e Medicamentos

62

Satisfatório

J – Educação Permanente e Qualificação das Equipes de Atenção Básica

21

Satisfatório

K – Organização do Processo de Trabalho

108

Satisfatório

L – Atenção Integral à Saúde

194

Regular

M – Participação, Controle Social e Satisfação do Usuário

31

Satisfatório

N – Programa Saúde na Escola –PSE

19

Insatisfatório

Tabela 1 –Classificação das Dimensões: Unidade Básica de Saúde – itens: H e I; Perfil da Equipe, Processo de Trabalho e Atenção Integral à Saúde – itens: J, K, L, M, N.  Fonte: Próprio autor.

           

           Ao término da realização do AMAQ foi selecionado um item das subdimensões para ser alvo de uma microintervenção a ser realizada pela EAB. O item 4.17 da subdimensão K refere-se à questão do monitoramento e avaliação das ações e resultados alcançados pela equipe, sendo escolhido para realização da intervenção, devido à pontuação de três, obedecendo ao critério de ser ≤ 5 e de apresentar possibilidade de resolução, competindo apenas ao trabalho dos componentes da equipe.

            Durante a reunião, os ACS’s criticaram o fato de não terem incentivos para realizarem suas funções, para elencar os pacientes que necessitam de atendimento domiciliar de acordo com prioridade ou vulnerabilidade e não possuírem visualização do trabalho realizado pela equipe.

            Segue abaixo um quadro descritivo da matriz de intervenção:

Descrição do padrão: 4.17 – A equipe realiza monitoramento e avaliação das ações e resultados alcançados

Descrição da situação-problema para o alcance do padrão: A equipe não avalia as ações desenvolvidas no território, não há discussão sobre o fazer cotidiano, não monitora e não discute os resultados em equipe

Objetivo/meta: Discutir a importância de avaliar as ações desenvolvidas, monitorar os pacientes de alto risco familiar, bem como os resultados alcançados

Estratégias para alcançar os objetivos/metas

Atividades a serem desenvolvidas

Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades

Resultados esperados

Responsáveis

Prazos

Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados

Registrar adequadamente às famílias em planilha

Discutir a importância de registrar a condição avaliada; realizar a escala de risco familiar

Caderno para os ACS’s, computador com software (Excel) e apresentação para conhecimento da Escala de Risco e Vulnerabilidade Familiar

Dar equidade na frequência dos atendimentos domiciliares

Médica e ACS’s

40 dias

Registrar em planilha em Excel e em impresso

Organizar a demanda e ordem dos Atendimentos Domiciliares

Analisar resultados dos registros

Computador, Sala para Reunião.

Melhorar a coordenação do cuidado

Médica;

Enfermeira;

Técnica de enfermagem;

ACS’s

40 dias

Exposição dos atendimentos realizados para a equipe

Instruir à equipe a importância de realizar a reunião de equipe, um momento de ajustar questões emblemáticas da semana

Mostrar como o mapeamento das famílias é importante na prevenção primária e secundária;

Sala para reunião e discussão de artigo que mostra a importância dos serviços de atenção básica

Estimular à união do trabalho em equipe e o compromisso com o trabalho realizado

Médica;

Enfermeira;

Técnica de enfermagem;

ACS’s

20 dias

Exposição em banner das condições avaliadas

Tabela 2 – Matriz de Intervenção.

Apêndice 1 – Planilha para registrar usuários que necessitem de atendimento domiciliar e Escala de Risco e Vulnerabilidade Familiar.

Apêndice 1 – Planilha para registrar usuários que necessitem de atendimento domiciliar e Escala de Risco e Vulnerabilidade Familiar.

 

            A segunda parte da atividade consistia em monitorar indicadores do PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica), outra ferramenta também desenvolvida pelo governo federal. Para isso, escolhemos monitorar o Índice de atendimentos por condição de saúde avaliada através da Coleta de Dados Simplificada (CDS), contido no PEC – Prontuário Eletrônico do Cidadão.

            As condições são: asma, diabetes, desnutrição, DPOC, hipertensão arterial, obesidade, pré-natal, puericultura, puerpério (até 42 dias), reabilitação, saúde mental, saúde sexual e reprodutiva, tabagismo, usuário de álcool e usuário de outras drogas.

            Como instrumento de acompanhamento desses indicadores, combinou-se a confecção de uma planilha no software Excel contendo os indicadores a serem analisados, assim como, a confecção de um banner para ficar disponível para a o acompanhamento da população e dos funcionários da UBS.

            As dificuldades encontradas na condução das intervenções ocorreram devido à irregularidade da presença dos ACS’s nas reuniões, a resistência da equipe em realizar as atividades e buscar as informações na comunidade.

            Esperamos que possamos melhorar o estímulo e motivação da equipe, despertando para o monitoramento das atividades a serem realizadas no cotidiano do serviço e com base na avaliação dos resultados alcançados, qualificar cada vez mais o processo de trabalho.

Figura 1- Coleta de Dados Simplificada (CDS).

Figura 1- Coleta de Dados Simplificada (CDS).

Apêndice 2 – Banner para monitoramento de um dos indicadores do PMAQ.

Apêndice 2 – Banner para monitoramento de um dos indicadores do PMAQ.

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