4 de Maio de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO: MELHORIA NA ATENÇAO AO PUERPERIO E RECEM-NASCIDOS NA UBS DR. JOSE RIBAMAR CAVALCANTE.

 

ESPECIALIZANDO: Barbara Delis Savigne

 

ORIENTADOR: Cleyton Cezae Souto Silva

    A primeira consulta do recém-nascido deverá ocorrer na sua primeira semana de vida, que constitui um momento propício para estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para orientar e realizar imunizações, para verificar a realização da triagem neonatal (teste do pezinho, olhinho, orelinha) e para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família. (BRASIL, 2004a).

A primeira semana de saúde integral, preconizada pela publicação “Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil”, editada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2004a), lembra ainda da importância da verificação da Caderneta de Saúde da Criança, da identificação de riscos e vulnerabilidades ao nascer e da avaliação da saúde da puérpera.

A possibilidade de acompanhar famílias ao longo do tempo mantém os profissionais da atenção básica em uma situação privilegiada no reconhecimento de situações que necessitam ser mais bem entendidas e acompanhadas (STARFIELD, 2002). Nos serviços de atenção básica, os profissionais que realizam o pré-natal frequentemente são os que seguirão acompanhando a família durante a puericultura da criança.

Sendo assim, o vínculo entre a equipe de saúde e a família do recém-nascido para o acompanhamento da criança deve preferencialmente se iniciar pelo menos desde o pré-natal. O nascimento de um bebê é um momento de transição-chave do ciclo de vida da família. Por tal razão, é muito comum o surgimento de dúvidas, inseguranças e questionamentos (DEMOTT et al., 2006).

A família deverá reconhecer a equipe de saúde como um ponto de apoio para a superação das dificuldades desta etapa, que se constitui na necessidade de adaptação à presença de um novo ser no sistema familiar, da representação de novos papéis e do realinhamento de relacionamentos (DEMOTT et al., 2006; BRASIL, 2004a)

A atenção ao pré-natal, puerperio e ao recém-nascido e uma das atividades prioritárias na UBS, sendo também um pilar da atenção básica. Além disso, é um dos principais indicadores de qualidade de vida e saúde da população. Como a primeira consulta da criança pode ser programada pela equipe, é possível adaptar a agenda para o referido momento, adequando o tempo da consulta às suas necessidades inerentes, sendo esse o objetivo da nossa microintervenção.

Para nossa equipe e muito importante realizar o atendimento para a puerpera e o recém-nascido na primeira semana para conhecer os problemas enfrentados pelas mães e para garantir uma atenção de qualidade as suas crianças. Geralmente nesta semana ocorre a maioria dos problemas que levam ao desmame precoce, entre outros problemas. Estas ações contribuem para a redução da morbidade e mortalidade tanto materna quanto infantil.

Por médio deste trabalho pretende-se descrever um relato sobre a microintervenção I do Modulo de Observação em Saúde que consistia em realizar uma autoavaliação, utilizando o AMAQ como modelo, com o objetivo de definir os problemas prioritários a serem enfrentados, buscar estratégias de intervenção para a superação dos problemas, traçar um plano de ação com uso de uma matriz de intervenção, identificando responsáveis e prazos de execução e as estratégias de monitoramento das ações a serem implantadas.

Nesta primeira etapa a equipe de saúde da UBS Dr. Jose Ribamar Cavalcante, município Calçoene, Estado do Amapá participou na autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade, como se pode observar na figura 1, utilizando uma ferramenta composta por um conjunto de padrões de qualidade, ou seja, por declarações acerca da qualidade esperada quanto à estrutura, aos processos e aos resultados das ações na atenção básica.

Para a equipe, essa experiência foi muito satisfatória e extremamente importante, à medida que lhes possibilitou obter um panorama geral dos problemas da nossa unidade, além de conferir a aquisição de conhecimentos teóricos sobre o PMAQ. Durante o transcorrer da reunião, procurei manter um diálogo com os membros da equipe, incentivando-lhos a expressar seus conhecimentos e experiências, dessa forma, houve uma participação maior, se apresentaram envolvidos, sendo uma verdadeira troca de experiências. Falaram das vivencias e dos resultados alcançados no ciclo passado de avaliação do PMAQ, no ano 2017.

Foi feito um levantamento dos problemas com pontuação igual o inferior a 5, sendo selecionado como problema mais relevante que a equipe não realiza atendimento para a puérpera e o recém nascido na primeira semana de vida (pontuação 2-Muito insatisfatório). Os membros da equipe acreditam que esse é um problema passível de intervenção por nossa equipe, sem delegar a instâncias superiores. Durante esse momento, a equipe se mostrou bastante motivada para dialogar sobre as causas do problema escolhido. Outro problema com pontuação 5 (insatisfatório) e que a equipe não acompanha de forma adequada o crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 2 anos. Após isso, a equipe participou na elaboração da matriz de intervenção. Desenvolver essa atividade gerou expectativa positiva no grupo.

Na segunda etapa foram relembrados os indicadores do PMAQ e como ocorre o monitoramento. Para construir um instrumento com o registro desses indicadores foram utilizados os dados provenientes do Sistema de Informação da Atenção Básica, e outros que foram produzidos pela própria equipe. Foram analisados utilizando o método de calculo proposto pelo PMAQ e apresentados em tabelas comparativas por trimestre. A equipe destacou a dificuldade em manter os dados do instrumento atualizados, pelo fluxo constante da população da área urbana para área rural e, também, pela falta de ACS que deixa uma área descoberta no nosso território.

Para desenvolver a intervenção se contou com a força de vontade da equipe que tem a vontade de vencer as dificuldades com um bom trabalho voltado á comunidade. A equipe compartilha a ideia de que a microintervenção e sem dúvida um dos passos iniciais para construir estratégias de ação com iniciativas concretas para a superação dos problemas identificados.

Os efeitos gerados pela microintervenção são favoráveis, levaram a transformações nas ações realizadas pela equipe; além das mudanças nos indicadores, o resultado evidente foi a melhoria do acesso e da qualidade da atenção oferecida pela equipe ás puerperas e recém-nascidos na primeira semana de vida. Espera-se que a intervenção realizada contribua para o desenvolvimento de novas ações que promovam o acesso com qualidade aos serviços de saúde.

Apesar do impacto favorável da microintervenção cabe ressaltar como dificuldade que a carga horária para oferecer educação permanente foi insuficiente. Identificou-se como potencialidade a aquisição de conhecimentos sobre a metodologia preconizada pelo Ministério da Saúde.

                                                                                                                                                                          REFERÊNCIAS 

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Agenda de compromissos para a saúde integral da criança e redução da mortalidade infantil. Brasília, 2004a.

2. DEMOTT, K. et al. . Clinical guidelines and evidence. Review for post natal care: routine post natal care of recently delivered women and their babies. London: National Collaborating Center For Primary Care And Royal College of General Practitioners. 2006.

3.STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: Unesco, 2002.

ANEXOS

                                                                                                                                               FIGURA 1: Reunião de Autoavaliação da equipe Amapá, 2018.

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