CAPÍTULO I: Microintervenção 1: Observação na Unidade de Saúde
Especializando: Yohandra Reyes Méndez
Orientador: Janio Rodrigues Rego
O Ministério da Saúde (MS) no Brasil tem como prioridade e implemento na gestão pública com base em ações de monitoramento e avaliação de processos e resultados. O conjunto de atividades desenvolvidas no domínio do programa Saúde Mais Perto de Você, no qual é introduzido o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), se expõe como uma das principais estratégias indutoras da qualidade no MS, sendo um instrumento empregado a para avaliação do atendimento da Atenção Básica (AB) no Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2016).
A AB é o primeiro nível de prevenção em saúde e que se distingue por um conjunto de atuações em saúde, na esfera individual e coletivo (BRASIL, 2016).
Os métodos autoavaliativos na AB devem ser consecutivos e permanentes, deste modo a autoavaliação no área do PMAQ/AB é compreendida como o ponto de inicial para a melhoria da qualidade dos serviços. O AMAQ (Autoavaliação para a Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) é um instrumento da autoavaliação que ajuda no projeto de ações da Equipe de Atenção Básica (BRASIL, 2016).
Diante do exposto realizamos a autoavaliação da minha Unidade de Básica de Saúde (UBS), assim, identificando alguns padrões com baixa pontuação e construir a partir desse resultado uma matriz de intervenção, criando uma ferramenta para monitorar indicadores do PMAQ.
Tendo em vista que nossa Unidade Básica de Saúde (UBS) não passou pela avaliação do PMAQ no último trimestre do ano 2017, nossa UBS realizou uma autoavaliação dos nossos atendimentos, onde debatemos a dimensão Educação Permanente, Processo de Trabalho e Atenção Integral para a Saúde, subdimensão -L Atenção integral à saúde (BRASIL, 2016).
Em nosso encontro realizado após os atendimento do período vespertino, estiveram presente a enfermeira como chefe ou responsável da equipe, a médica, a técnica de enfermagem, os agentes comunitários de saúde e os funcionários que realizam a triagem na sala de recepção.
Para dar início a autoavaliação, começamos por ler apenas os parâmetros referentes à atenção integral à saúde (padrões 4.18 – 4.52). Para realizar esta atividade nos auxiliamos do tutoriais do AMAQ. Nós identificamos 5 padrões com pontuação igual ou inferior a 5, neles encontramos vários aspectos que não dependem do trabalho da UBS. No quadro a seguir descrevemos os padrões com pontuação mais baixa
Quadro 1: Padrões analisados, de acordo com a autoavaliação realizada
Nº de padrões |
Descrição de padrões |
Escala numérica |
4.39 |
A equipe de Atenção Básica desenvolve ações voltadas aos usuários de tabaco no seu território |
4 |
4.28 |
A equipe de Atenção Básica identifica e mantém registro atualizado das pessoas com fatores de risco/doenças crônicas mais prevalentes do seu território. |
4 |
4.24 |
A equipe realiza atendimento para a puérpera e o recém-nascido na primeira semana de vida. |
5 |
4.22 |
A equipe acompanha todas as gestantes do território
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5 |
4.21 |
A equipe de Atenção Básica realiza captação das gestantes no primeiro trimestre |
4 |
Fonte: BRASIL, 2016
Após de identificar esses dificuldades, construímos uma matriz de intervenção, para implementar um plano de ação e modificar os parâmetros com menor pontuação, de acordo com as possibilidades de intervenção e resolução da equipe de atenção básica de saúde.
A seguir mostramos um quadro com a matriz de intervenção.
Quadro 2: Matriz de Intervenção.
Descrição do padrão: A equipe de Atenção Básica identifica e mantém registro atualizado das pessoas com fatores de risco/doenças crônicas mais prevalentes do seu território, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, asma, câncer e DPOC. (4.28) | ||||||
Descrição da situação problema: fazemos poucas ações para identificar pacientes com doenças crônicas e também os fatores de risco que afetam a população, | ||||||
Objetivo/Meta: promover estratégias eficientes para identificar e reconhecer em nossa população cadastrada as pessoas com doenças crônicas assim como os fatores de risco que intervêm nelas | ||||||
Estratégias para alcançar os objetivos/metas
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Atividades a serem desenvolvidas (Detalhamento da Execução) | Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades | Resultados esperados
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Responsáveis | Prazos
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Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados
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Rastreamento, avaliação de sintomas e sinais, IMC e fatores de risco a todo território da equipe | Pesquisa ativa através de solicitação de exames para doenças crônicas, promover ações educativas sobre fatores de risco | Recurso humano e materiais | Controle a todos os pacientes com fatores de risco para doenças crónicas e acompanhamento sistemático em consulta | Equipe Básico de Saúde | Permanente | Ficha de atendimento individual, caderno de registro do ACS e enfermeira |
Fonte: BRASIL, 2016.
Para monitorar o indicador do PMAQ, (Índice de atendimentos por condição de saúde avaliada), desenvolvemos um instrumento em formato de tabela e realizar a avaliação periódica desse indicador a partir da data início de nossa intervenção como uma proposta mensal. Assim damos seguimento ao problema identificado. No quadro a seguir mostramos o instrumento.
Quadro 3: Monitoramento do indicador
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Doenças crônicas | HAS | DM | Asma | Obes. | Outras | |||||
Sexo | M | F | M | F | M | F | M | F | M | F | |
Junho | |||||||||||
M |
Julho | ||||||||||
E |
Agosto | ||||||||||
S |
Setembro | ||||||||||
E |
Outubro | ||||||||||
S |
Novembro | ||||||||||
Dezembro |
Legenda: M. masculino, F. feminino
HAS, hipertensão arterial sistêmica.
DM, diabetes mellitu
Obes, obesidade
Durante o processo de autoavaliação de nossa equipe, avaliamos primeiro o nosso desempenho em atendimento à população e logo após monitorar os resultado, assumindo uma grande responsabilidade, para melhorar e reforçar o nosso trabalho, ainda em fazer avaliação continua dos problemas identificados e comparar os resultados e promover maior resolutividade na atenção à saúde.
A avaliação da população diante as ações implementadas foi positiva, aprovaram as iniciativas sugeridas pela equipe na solicitação de exames para pacientes com doenças crônicas, também apoiaram suas participações nas ações educativas, mas falaram de certas dificuldades para a realização dos exames solicitados, devido a presença de burocracia na gestão pública para autorização para realizá-los pois não tem incentivo financeiro pelos gestores e também que gostariam de participar de mais ações educativas e que não sejam feitas só nas unidades mas também nas comunidades e nas áreas assistidas pelo programa saúde da família, sabendo que não podemos fornecê-los com mais frequência por causa da alta demanda de pacientes na UBS.
As mudanças observadas com nossa microintervenção, foi um maior interesse de toda equipe, a fim de analisar nossas deficiências, identificando os padrões com avaliação baixa e intervir para sua modificação num curto período de tempo, para dar continuidade ao nosso trabalho, necessitamos de uma logística mais eficaz para atingir o nosso objetivo de identificar toda a população que esteja incluindo no padrão de avaliação, sugerimos capacitação continuada de todo os membros que trabalham em nossa unidade na coleta e no registro dos dados para melhores resultados, melhorar organização no cadastro de todas as pessoas residentes no área , atuação ativa de todas as EAB para melhorar a qualidade do serviço oferecido à população, resolver os fatores que possam influenciar negativamente em nosso desempenho profissional e envolver a todas as esferas públicas nesta e próximas atividades.
REFERÊNCIA:
1- Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica, AUTOAVALIAÇÃO PARA MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA. Brasília/DF. 2016. [Acessado em 23/05/2018 ás 19:54min http://dab.saude.gov.br]
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