22 de junho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CAPÍTULO I: Microintervenção educativa na prevenção e controle de fatores de risco em usuários com Hipertensão Arterial Sistêmica na Unidade Básica de Saúde Adauto Basílio, Mazagão/Amapá.

 Especializando: Yardelis Ramos Gomez

Orientador: Janio Rodrigues Rego

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das condições que mais afeta a saúde dos indivíduos adultos em todo o mundo. Representa por si mesma uma doença, como também um fator de risco importante para outras doenças. A HAS é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevada e sustentada de pressão arterial PA > 140 x 90 MMHG associa-se frequentemente, as alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos- alvo (coração, encéfalo, rins, e vasos sanguíneos) e as alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013).

A HAS pode ser dividida em primária (essencial) ou secundária, de acordo com sua etiologia. Sabe-se que a HAS primária corresponde a cerca de 90% a 95% dos casos em adultos, tendo como desencadeantes fatores genéticos e/ou fatores que promovam desequilíbrio entre o débito cardíaco e a resistência vascular periférica. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013).

Quanto à HAS secundária, 2% a 10% dos casos, apresentam múltiplas e possíveis causas: Renais, Vasculares, Endócrinas, Causas endógenas: Hiperaldosteronismo primário etc., Neurogênicas, Drogas e hipertensão induzida pela gravidez. (Nakamoto, AYK. 2005).

De acordo com o Ministério da Saúde (2002), os fatores de rico para ocorrência de Hipertensão Arterial Sistêmica podem ser modificáveis ou não modificáveis. Dentre dos não modificáveis temos: idade (o envelhecimento aumenta o risco de padecer a doença), sexo, raça (é mais propensa na raça negra, que a raça branca), e história familiar. E dentre dos modificáveis temos: sedentarismo, obesidade, tabaquismo, hábitos alimentares inadequados (consumo excessivo do sal, farinha, refrigerantes, dentre outros), abuso de bebidas alcoólicas, modo e estilo de vida inadequado (estresse, excesso de trabalho, angustia preocupações e ansiedade). (SANTA HELENA et al, 2010).

A hipertensão arterial afeta o Brasil em mais de 30 milhões de brasileiros, entre elas, 36% dos homens adultos e 30% das mulheres, e o fator de risco mais importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, tais como acidentes isquêmicos do miocárdio e as doenças cardíacas hipertensivas, que representa as principais causas de morte no país. (AMADO et al, 2004).

Por essa razão a Organização Pan-americana Da Saúde e a Organização Mundial Da Saúde (OPAS/OMS) busca intensificar e desenvolver estratégias e instrumentos para facilitar o desenvolvimento de atividades para detectar precocemente, controle permanente e ampliação do nível de conhecimento da população desta patologia, fatores de risco e os impactos causados pela hipertensão arterial sistêmica, bem como, as implicações que seu controle e prevenção representam para a saúde pública. (RABETTI, et al, 2011).

A Unidade de Saúde da Família (UBS) Adauto Basílio encontra-se Bairro São Thiago no município Mazagão Estado Amapá. Mazagão é um município brasileiro do estado de Amapá, região Norte do país. Sua população estimada em 2017 era de 20 387 habitantes e a área são de 13 294,778 km². Faz parte da Região Metropolitana de Macapá. Seus limites são Pedra Branca do Amapari e Porto Grande a norte, Santana a nordeste, a foz do rio Amazonas a sudeste, Vitória do Jarí a sul e Laranjal do Jarí ao oeste.

Nossa UBS tem atendimento interrupto e escuta qualificada da demanda, temos atenção a grupos prioritários para ações programáticas como crianças menores de 5 anos, puericulturas, idosos, gestantes, puérperas, pessoas com hipertensão, diabetes, tuberculose ou hanseníase.

Na área de abrangência de UBS tem muitas doenças desencadeadas por causa das constantes chuvas, às péssimas condições sanitárias, as irregularidades no destino final dos resíduos sólidos, a qualidade da água, temos a incidência de doenças como infecções respiratórias agudas, doenças diarreícas agudas, dengue, chikungunya, malária, e por último as doenças crônicas não transmissíveis como a hipertensão arterial ocupando um dos primeiro lugares com um número importante de consultas.

O Ministério da Saúde tem priorizado a execução da gestão pública com base em ações de monitoramento e avaliação de processos e resultados. São muitos os esforços empreendidos e de iniciativas que promovam o acesso com qualidade aos serviços da saúde, exemplo de elo temos o documento de Autoavaliação para Melhora do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (AMAQ-NASF). (Ministério da Saúde, 2012.).

Em reunião com a equipe de trabalho nos fizemos uma avaliação de nossa unidade e nosso trabalho com o objetivo de garantir uma melhor atenção de qualidade, cumprindo com os princípios de integralidade, universalidade, equidade e participação social. Partindo do conceito do AMAQ, ele é um instrumento composto de ações e atividades desenvolvidas no âmbito da Saúde Mais Perto de Você, conjunto de iniciativas do Departamento de Atenção Básica (DAB) para cuidar da população no ambiente em que vive, no qual se insere o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), como uma das estratégias indutoras de qualidade pelo Ministério da Saúde. (Ministério da Saúde, 2011).

 

A partir dos resultados desta pesquisa, encontramos vários problemas que com esforço de nosso trabalho podemos corrigir para brindar uma atenção de maior qualidade cada dia. O objetivo principal de nosso trabalho é desenvolver uma atenção integral, que impacte na situação da saúde e autonomia das pessoas, e nos determinantes e condicionantes de saúde em usuários com doenças crônicas não transmissíveis como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), na Unidade Básica de saúde de Adauto Basílio no município de Mazagão – Amapá.

Foi aplicado o instrumento de avaliação, onde foi fundamental estabelecer prioridades de investimento para construir estratégias de ação, com iniciativas concretas para a superação dos problemas identificados. Nesse sentido, ao utilizar o instrumento foi importante considerar que o ponto 0 (zero) indica o não cumprimento do padrão, o ponto 10 é a total adequação sendo o grau de maior conformidade/atendimento da situação analisada. O principal problema de saúde priorizado pela equipe de saúde em nossa área de abrangência a desenvolver foi na Dimensão: Educação Permanente, Processo de Trabalho e Atenção Integral à Saúde, L – Subdimensão: Atenção Integral à Saúde foi precisamente à elevada prevalência de casos com hipertensão arterial sistêmica, onde não se mantêm atualizados de maneira correta todos os dados de registro e cadastramento dos pacientes com doenças crônicas não transmissíveis, principalmente de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) que afeta na busca ativa de fatores de risco de esta doença.

Um problema que afeta os nossos usuários, e que temos que trabalhar em equipe para refletir sobre as causas que conduzem à aparição desses agravos, buscar estratégias de intervenção para a superação dos elementos prioritários, assim como pactuar com os sujeitos envolvidos as ações a ser realizado, definirem as estratégias de monitoramento e avaliação das ações a serem implantadas como programação de ações de educação em saúde para diminuir a incidência da Hipertensão Arterial Sistêmica, e aumentar assim o conhecimento da população sobre os fatores de risco para melhorar o controle da doença. É nossa tarefa como profissionais de saúde e responsáveis pela equipe.

Existem questões que podem ser resolvidas entre a equipe para melhorar o atendimento em quanto à qualidade e integralidade, foi identificado que é prioritário as reuniões mensais com os profissionais e demais integrantes da equipe da UBS, para analisar as questões de organização em saúde em quanto os grupos prioritários.  Sendo o momento oportuno, no que podemos refletir e fornecer em quanto às análises das causas que conduzem na aparição de esses problemas. Foi criada uma matriz de intervenção tomando como referencia o problema escolhido pela equipe, para elaborar um plano de ação com monitoramento de desempenho segum o indicador avaliado.

É importante que as pessoas entendam qual é o valor de nosso trabalho, a importância que isso pode trazer tanto para nos como para o paciente, já que nos permite um acesso correto a historia médica do paciente, um menor risco de erros terapêuticos devido a incongruências de informações já que nos trabalhamos com pessoas, que procuram de nossa ajuda para melhorar sua qualidade de vida. Além disso a equipe cria um instrumento para monitorar o desempenho dos indicadores propostos, para assim acompanhar os efeitos das intervenções, identificar e corrigir os problemas. É preciso retroalimentar as equipes de saúde, a gestão e a comunidade com informações ao respeito do processo de melhora do acesso de qualidade na Atenção Básica.

Alguma das dificuldades encontradas durante o trabalho, apesar das estratégias e das atividades realizadas, ainda encontrassem dificuldades na hora dos registros dos dados. Mais a equipe foi refletiva, e com o passo dos dias aumento o grão de aperfeiçoamento do trabalho.

Com a aplicação e manutenção desta microintervenção esperamos manter um atendimento de maior qualidade, podemos observar que é possível aumentar a qualidade dos serviços prestados à comunidade, além de efetivar um aumento da comunicação entre os membros da equipe favorecendo as relações e com a possibilidade de decisão coletiva em relação ao processo saúde- doença, trabalhar mais unidos e que nosso objetivo é brindar uma atenção com maior qualidade, obtendo a gratidão dos pacientes e aumentando altos índices de saúde da população, além de ter um maior controle dos usuários com doenças não transmissíveis principalmente HAS para assim poder atuar na prevenção e controle de seus fatores de risco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências bibliográficas

1 – Amado TCF, Arruda IKG. Hipertensão arterial no idoso e fatores de riscos associados. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. V-19 n.2 p 94-99. 2004.

2- Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ): manual instrutivo. Brasília: Ministério da Saúde, 2011e. 62 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

3- Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual Instrutivo Sistema de Ampliação. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/sistemas/qualificaUbs/manual_instrutivo_ sistema_ampliacao.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017.

4- Nakamoto, AYK. Revista. Como Diagnosticar e Tratar Hipertensão arterial sistêmica. Rua Maestro Cardim, 915 – Bela Vista. São Paulo. RBM Abr 12 V 69 N 4, Março 2005, disponível em allyson@cardiol.br.

5- Rabetti AC, Freitas SF. Avaliação das ações em hipertensão arterial sistêmica na atenção básica. Rev. de Saúde Pública. [Internet].  2011 [citado 14 de sept de 2014]; 45 (2).

6- Santa-Helena ET, Nemes MIB, Eluf-Neto J. Fatores associados à não adesão ao tratamento com anti-hipertensivos em pessoas atendidas em unidades de saúde da família. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro 2010 v. 26, n. 12; 2389-98.

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