21 de junho de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CAPÍTULO I: DESAFIO DE ESTRATÉGIAS AOS PACIENTES PORTADORES DE DIABETES E/OU HIPERTENSÃO

ESPECIALIZANDO:   KARLLA KARYNA TEOTONIO FOLLI

ORIENTADORA:        MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA

COLABORADORES: ACS ANTONIO EVANDRO

                                    ACS ANTONIO JOSÉ

                                    ACS ANTONIA MADALENA

                                    ACS ANTONIA VIANA

                                    ENFERMEIRA ISADORA

 

 

        Diabetes Mellitus é um transtorno metabólico a qual o paciente tem uma elevação dos níveis de açúcares e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, ocorrendo uma alteração na secreção e/ou ação da insulina no corpo. (BRASIL, 2013). O DM vem tomando importância em nosso meio por estar associado a dislipidemias, à hipertensão arterial, à disfunção endotelial. (BRASIL, 2013). Um problema de saúde sensível para os Profissionais do SUS, por isso é importância o manejo nas UBS, evitando hospitalizações e até mesmo a morte.

        A hipertensão arterial (HA) é um grave problema de saúde no Brasil, tem-se que HA é uma condição que leva a sustentação dos níveis pressóricos, associada diretamente a disfunção de órgãos alvos (coração, encéfalo, rins, vasos sanguíneos), podendo agravar-se com a dislipidemia, obesidade abdominal, e a intolerância à glicose. (BRASIL, 2013)

       No Brasil, hipertensão arterial (HA) atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular (DCV). Junto com DM, suas complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto elevado na perda da produtividade do trabalho e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015. (MALACHIAS et al, 2016).

      De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica, instituída pela Portaria MS/GM nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, a atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assumem a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e nas necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu território, observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, toda necessidade de saúde ou todo sofrimento devem ser acolhidos. (BRASIL, 2017).

           Médicos que atuam em unidade básica de saúde tende a lidar com diferentes quadros, diferentes doenças/patologias, então, foi realizada uma primeira reunião com a equipe, para destrinchar com mais propriedade esta avaliação. Após identificarmos as falhas de estratégia, foram instituídas reuniões (quinzenais e mensais) com a equipe. Como tinha alguns meses, a equipe estava, sem a presença de um médico na estratégia, levando assim, uma má organização. Na reunião, na qual fez-se presente (médica, enfermeira, 3 dos quatro ACS), foram realizados cronogramas de Atendimento a Zona Rural e de visitas domiciliares de cuidado continuado, uma tabela para ser preenchida (Figura 1), atualizando os números da tabela antiga aonde consta todas as estratégias. (Figura 2).

Figura 1 – Indicadores de monitoramento

 Figura 2 – Tabela de monitoramento até início do quadrimestre

        Visando então a abordagem de pacientes portadores de Diabetes Mellitus(DM) e/ou Hipertensão Arterial (HA), o cuidado continuado e de qualidade pela equipe de saúde; foi realizado um estudo das Unidades de Análise, das dimensões do Autoavaliação para Melhoria do Acesso e Qualidade na Atenção Básica (AMAQ-AB), tomamos por base, a Subdimensão: B– Organização e integração da rede de Atenção à Saúde; F- Educação permanente; – Parte I: Equipe de Atenção Básica. (BRASIL, 2017), para dar início a micro intervenção.

B – SUBDIMENSÃO: ORGANIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE. (A organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS) é uma estratégia que visa ao cuidado integral direcionado às necessidades de saúde da população. A RAS constitui-se por ações e serviços de saúde articulados de forma complementar e com base territorial, seguindo alguns atributos: a AB estruturada como porta de entrada “preferencial” do sistema, constituída de equipes multiprofissionais que atuam próximo aos territórios de vida das pessoas, coordenando o cuidado e articulando-se com outros pontos de atenção). (BRASIL, 2017);

F – SUB-DIMENSÃO:  EDUCAÇÃO PERMANENTE. (Para o redirecionamento do modelo de atenção, há a necessidade de transformação permanente do funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das equipes, exigindo de seus atores (trabalhadores, gestores e usuários) maior capacidade de análise, intervenção e autonomia para o estabelecimento de práticas transformadoras, bem como a gestão das mudanças e o estreitamento dos elos entre concepão e execução do trabalho. A educação permanente entra nesse contexto com a finalidade de colocar em análise tanto as práticas dos profissionais quanto a organização do trabalho com o intuito de promover transformação). (BRASIL, 2017);          

         Nesta matriz de intervenção (Figura 3), consta de estratégias para alcançar o objetivo como:

1-    Implementação do “meu caderno de atividades continuada”

2-    Rodas de conversa

3-    Consultas individuais médico/enfermagem

As atividades a serem desenvolvidas, como:

1-    Meu caderno de cuidado continuada e prontuário.

2-    Campanhas áudio visuais

3-    Atividades em conjunto com NASF.

          Detalhamos também em nossa matriz de intervenção, “recursos necessário”, “resultado esperado”, “os prazos”, “os responsáveis pela intervenção” e alguns dos indicadores, que são:

1-    Consultas com a equipe

2-    Exames laboratoriais

3-    Visita domiciliar

 

         A unidade básica de saúde apresenta indicadores de monitoramento via folha impressa, o qual após o preenchimento é lançado na ficha de atendimento individual, e no sistema por um digitador, assim dando o percentual mensal de atendimento médico e enfermagem. Porém tem-se objetivo de realizar um indicador estratégico, uma ficha específica de forma virtual, para que todos da equipe tenham acesso, e para o melhor desfecho nas reuniões realizadas.

        A realização da matriz de intervenção teve como eixo principal para o despertar da equipe; mediante isso a equipe está empenhada a se profissionalizar mais na área da saúde da família e comunidade. Ao realizar a primeira reunião (primeiro com os hipertensos, segundo com os Diabéticos); tivemos grande perspectiva, em um olhar geral dos pacientes. O primeiro passo já foi implantado por nossa equipe, o que importa agora, é como agirão os pacientes.

 

 

 

Referência

 

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).

 

  1. __. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013b. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37).

 

  1. __. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Autoavaliação para melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica: AMAQ. Brasília, Ministério da Saúde, 2017, 164 p.

 

  1. MALACHIAS, M.V. B.; SOUZA, W. K. S. B.; PLAVNIK, F.L.; RODRIGUES, C. I. S.; BRANDÃO, A. A.; NEVES, M. F. T. et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol, 2016; 107(3Supl.3):1-83.

 

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