21 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO:  O desafio das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Unidade Básica de Saúde Dalva Rodriguez Sobral.

ESPECIALIZANDO :Yudit Oduardo Pena

ORIENTADOR: Maria Helena Pires Araújo Barbosa

 

Quando comecei a trabalhar na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dalva Rodriguez Sobral há 18 meses, identifiquei que as necessidades de assistência à saúde mais prevalentes são as doenças crônicas como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM). Essas doenças ocupam, por sua prevalência, um lugar importante no total de atendimentos na unidade de saúde. E, caso não sejam diagnosticadas e controladas, podem ocasionar complicações graves e a morte das pessoas.

Para identificar os principais problemas na população da área adscrita foi realizada uma reunião utilizando um questionário norteado pelo Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ – AB) como instrumento avaliativo (quadro 1)[Office1] . Nós propusemos várias ações para que fossem realizadas por nossa equipe de trabalho: fazer levantamento epidemiológico dos usuários com doenças crônicas; Identificar os fatores de risco de cada usuário; Elaborar uma planilha com os dados necessários para os registros e em cada consulta preencher os registos. Ressalto que não existia registro de usuários obesos, e traçamos ações para fazer busca ativa.

 O tempo de espera para realização de consultas às pessoas com HAS e DM é de 3 dias. A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco (Framingham), avaliando os principais fatores de risco cardiovascular dos usuários com hipertensão. Possuímos uma ficha de cadastro dos usuários com doenças crônicas, maas ainda não concluímos o registro de hipertensos e diabéticos com maior risco e gravidade. Realizamos o acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca e diagnóstico de HAS. A equipe possui registro dos usuários com HAS e DM encaminhados para o hospital ou especialistas. Além disso, fazemos exame do pé diabético periodicamente.

Com o objetivo de identificar usuários obesos, realizamos em cada consulta a avaliação antropométrica. Isso nos permite fazer acompanhamento e ações com este grupo em conjunto com Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF – AB). Orientamos a importância de cumprir com o regime alimentar e a prática de exercícios físicos.

A equipe de trabalho organizou um grupo de indivíduos do programa de Hiperdia, os quais iremos trabalhar de maneira contínua e planejou uma reunião na última terça-feira de cada mês. Entretanto os usuários ainda não conseguiram comparecer. Durante nosso dia-a-dia a equipe detectou que o principal problema eram os usuários indisciplinados com seu tratamento correto é a ausência nas consultas.

Por isso, a equipe de saúde organizou uma agenda de trabalho com várias estratégias para modificar essa condição, e assim melhorar o controle dessas patologias na população: atendimento contínuo, importância da realização dos exames (glicemia de jejum, hemoglobina glicada, teste de tolerância à glicose, perfil lipídico, ureia, ácido úrico, creatinina sérica, fundoscopia e exame de urina), palestras educativas, rodas de conversas, ações de promoção e prevenção de saúde. Essas ações visam aumentar os conhecimentos dos usuários sobre as doenças, acrescentando a qualidade de vida a eles.

Espera-se que as ações contribuam para a diminuição dos comportamentos de risco e a redução das complicações decorrentes das doenças em questão, pois as principais causas de não controle podem estar relacionadas com crenças, costumes, dietas inadequadas, alcoolismo, tabagismo, obesidade e estresse das pessoas adultas assistidas na UBS.

Em minha experiência de trabalho na UBS Dalva Rodriguez Sobral, identifico a importância de trabalhar de maneira organizada com os grupos de Hiperdia. O cumprimento dos protocolos de atuação estabelecidos no Brasil e fortalecimento das relações de vínculo com nossa comunidade, garantem uma atenção médica e de enfermagem de qualidade. Temos a certeza que com um bom trabalho da equipe de saúde, junto com a comunidade, o impacto das doenças crônicas não-transmissíveis pode ser revertido.

Considero que estudar essa temática é fundamental, pois a HAS é o problema de saúde mais frequente de minha área e um dos maiores e mais importantes que enfrento diariamente. Além disso, temos uma população necessitada de conhecimentos para evitar as doenças crônicas e suas complicações. Foi por isso que decidimos trabalhar em conjunto todos os membros da equipe, e focar nosso trabalho na promoção de saúde e prevenção de doenças.

Quadro 1:  Questionário sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis e o Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ – AB)

 

 

 

Em relação às pessoas com HIPERTENSÃO ARTERIAL

Em relação às pessoas com DIABETES MELLITUS

QUESTÕES

SIM

NÃO

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?

 

 

sim

 

 

sim

 

Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?

 

 

1dia

 

 

1 dia

 

A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?

 

 

sim

 

 

 

 

A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?

 

 

sim

 

 

 

A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?

 

 

 

 

 

 

Não

 

 

A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?

 

 

 

sim

 

 

sim

 

A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?

 

 

sim

 

 

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

 

Sim

 

 

 

A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?

 

 

 

 

Não

 

 

 

A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?

 

 

 

Não

 

 

 

Não

 

A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?

 

 

 

 

Sim

 

 

 

Sim

 

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

 

 

 

Sim

 

 

 

A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?

 

 

 

 

Sim

 

A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?

 

 

 

 

Não

 

 

EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos?

 

x

 

Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação?

 

x

 

Se SIM no item anterior, quais ações?

QUESTÕES

SIM

NÃO

Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS

 

x

 

Oferta ações voltadas à  atividade física

x

 

Oferta ações voltadas à alimentação saudável

x

 

Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS

 

x

 

Encaminha para serviço especializado

x

 

Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso

 

x

 

 

 


 

 

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