13 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: CONTROLE DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA EQUIPE 2 DA ESF SANTO AMARO DAS BROTAS.

ESPECIALIZANDO: YEILÍN RODRIGUEZ JEREZ.

ORIENTADORA: MARIA HELENA PIRES ARAUJO BARBOSA.

 

            As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem um sério problema de saúde pública para todos os países do mundo, são a principal causa de morbimortalidade e responsáveis por 58,5% de todas as mortes, dentro delas as mais frequentes a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM), estando associadas sua incidência e prevalência ao envelhecimento populacional (FERREIRA et al., 2011).

            A população do município Santo Amaro Das Brotas de forma geral, tem uma elevada prevalência de doenças crônicas não transmissíveis como Hipertensão Arterial e Diabete Mellitus, estas doenças são mais comuns nas pessoas da terceira idade, sendo a Hipertensão Arterial a mais frequente.

            Em resposta ao desafio das DCNT, nossa equipe decidiu realizar uma reunião para avaliar a assistência prestada aos usuários com diagnóstico de doenças crônicas não transmissíveis na Estratégia de Saúde da Família Santo Amaro de Brotas.

            Para realizar este processo utilizou-se como instrumento de avaliação um questionário que norteia-se pelo Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) para avaliar as ações o controle das DCNT. Foi um processo intenso que nos permitiu refletir sobre a realidade da atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas não transmissíveis no território, e resolvemos compartilhar através deste relato de experiência. O primeiro momento foi o preechimento do quadro abaixo.

Quadro 2: Ações de controle das DCNT na ESF Santo Amaro de Brotas

 

Em relação às pessoas com HIPERTENSÃO ARTERIAL

Em relação às pessoas com DIABETES MELLITUS

QUESTÕES

SIM

NÃO

/

NÃO

A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?

 

X

 

X

 

Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?

 

1 dia

 

1 dia

 

A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?

 

X

 

 

 

A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?

 

X

 

 

 

A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?

 

 

 

 

 

 

X

A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?

 

 

X

 

X

 

A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?

 

X

 

 

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

X

 

 

 

A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?

 

 

X

 

 

A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?

 

X

 

X

 

A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?

 

 

 

X

 

X

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

 

 

X

 

A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?

 

 

 

X

 

A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?

 

 

 

 

X

EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos?

X

 

Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação?

X

 

Se SIM no item anterior, quais ações?

QUESTÕES

SIM

NÃO

Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS

X

 

Oferta ações voltadas à  atividade física

X

 

Oferta ações voltadas à alimentação saudável

X

 

Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS

 

X

Encaminha para serviço especializado

X

 

Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso

X

 

 

          Todas as sextas-feiras realizamos consultas de Hiperdia (programa para acompanhamento de hipertensos e diabéticos), com o objetivo de ampliar o vínculo entre os usuários e profissionais de saúde, assim como facilitar o acesso dos usuários aos medicamentos, à realização de exames periódicos e às orientações necessárias para adoptar um estilo de vida saudável.

            A equipe utiliza para o cadastro ou acompanhamento mensal das pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou Diabetes Mellitus a Ficha B-HÁ e a Ficha B-DIA respectivamente. Os dados são coletados e preenchidos pelos agentes de saúde nas visitas domiciliares.

            É cotidiano o acolhimento de usuários com Hipertensão Arterial e/ou Diabetes Mellitus, sendo a primeira consulta no mesmo dia em que o usuário vai à unidade de saúde. Além disso, realizamos acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com HAS e programamos as consultas e exames em função da estratificação de risco, as metas de cuidado e as complicações existentes.

            Para garantir o acesso aos cuidados em tempo oportuno, a equipe coordena a fila de espera e o acompanhamento dos usuários com Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção, visando melhorar o acesso aos serviços de saúde. Temos um registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção, para dar melhor seguimento aos usuários em conjunto com a atenção especializada.

            Dentre das complicações do diabetes estão: retinopatia diabética, edema macular diabético, pé diabético, infarto, dentre outros. Para evitar o aparecimento das úlceras e, como consequência, as amputações, realizamos exame do pé diabético periodicamente nos usuários portadores de diabetes, tanto nas consultas quanto nas visitas domiciliares, com qualidade e resolutividade.

            No entanto, não contamos em nossa unidade básica com o oftalmoscópio, instrumento utilizado para a observação das estruturas oculares, por isso a equipe solicita o exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com Diabetes Mellitus, para a detecção de possíveis complicações oculares.

       Os riscos de doença cardíaca, acidente vascular encefálico e diabetes aumentam com o aumento de peso. Considerando isso, a equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) de todos os usuários atendidos e após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), realizamos o acompanhamento dos mesmos na Unidade Básica de Saúde.

            No município não temos equipe de Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica que apoie o acompanhamento destes usuários na unidade básica, assim os usuários com obesidade são encaminhados para serviço especializado para avaliação por Nutricionista.

            Vale ressaltar que no acompanhamento de usuários com sobrepeso/obesidade em consulta individual o em grupo de educação em saúde, oferecemos intervenções de aconselhamento e de mudança de comportamento, como o incremento da atividade física aliada à alimentação saudável na busca pela qualidade de vida. Nessa perspectiva, nossa equipe crio um grupo de hipertensos e diabéticos onde realizamos encontros de educação em saúde quinzenalmente.        

           Através de palestras, rodas de conversa, dinâmicas de grupo, teatros e vídeos são debatidos temas como conceito e fatores de risco para HAS, tabagismo, etilismo, Diabetes, obesidade e sedentarismo, entre outros. Ações neste sentido são consideradas importantes, pois além da prevenção, despertam nos usuários uma atenção especial quanto aos cuidados com a saúde, gerando bem-estar físico, mental e social.

            Esta análise nos colocou na frente de uma série de desafios e dificuldades, desde as relacionadas ao acesso das consultas especializadas e até mesmo nos exames complementares, principalmente os de imagens. Mas também nos ajudou a perceber que temos muitas potencialidades, pois contamos com uma adequada infraestrutura e com profissionais da assistência e da gestão capacitados e dedicados à profissão e que trabalham com competência para garantir o bem-estar dos indivíduos residente no município.

            Com a realização desta microintervenção espera-se melhorar a assistência prestada dos usuários acompanhados com doenças crônicas não transmissíveis na Unidades Básica de Saúde. Além de fortalecer o trabalho em equipe, com a perspectiva de aproximar-nos para reforçar práticas de cuidado, gestão e educação que nos permitam atender as necessidades de saúde de nossa população com a melhor qualidade possível.

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