4 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

TÍTULO: PREVENÇÃO E CONTROLEDOS CLIENTES HIPERTENSOS DA UBS HORMINIO DE FREITAS LIMA.ITABAININHA.SERGIPE

ESPECIALIZANDO: TANYA LISSETH PEDROSA ORTEGA

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

 

A população atendida pela Equipe de Saúde , Município Itabaianinhia, Estado Sergipe, tem como principal problema de saúde as DCNT, dentre elas a HAS que apresenta a maior prevalência (60,7 % de hipertensos por 1000 habitantes), mais de 40% deles em idades acima dos 60 anos, com predomínio do sexo masculino  (53,4%) sobre o feminino  (46,6%), tendo mais de 65% de raça mestiça e 27% de raça negra, dentre os fatores de risco tem-se a obesidade (41,1%), sedentarismo (50,2%), hipercolesteronemia (55%), diabetes mellitus (44,9%), elevada ingestão de álcool (56,7%) e um elevado consumo do tabaco (61,1%), de acordo com os cadastros da população realizados por os agentes comunitários no início do ano.

Vários estudos demonstram que existem fatores de risco como estes, que associados entre si e a outras condições, favorecem o aparecimento da HAS e suas complicações. (AVILA et al., 2010). O alcance do controle da pressão arterial em pacientes hipertensos contribui para evitar doenças como cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, enfermidade renal crônica, acidentes vasculares encefálicos onde a HAS se comporta como fator de risco (NEDER; BORGES, 2006).

Assim, nota-se a importância da identificação de pessoas com alto risco de desenvolver hipertensão arterial. É precisamente com um seguimento adequado pela equipe de saúde da família que se pode estabelecer a classificação de todas aquelas pessoas com fatores de risco para seu seguimento e controle. A equipe deve executar ações educativas, de promoção, prevenção de saúde e de reabilitação e manter um controle estrito dos pacientes acometidos por esta doença. A equipe da UBS faz ações de promoção e prevenção em saúde, para contribuir com mudanças positivas no individuo. As medidas educativas tem como objetivos modificar os hábitos e estilos de vida na comunidade, como mudar a alimentação, fazer exercícios físicos, evitar  o sedentarismo, não consumo de drogas e álcool, uso adequado dos medicamentos e assistência via consultas agendadas.

Levando-se em conta tudo o que foi exposto, realizamos uma proposta de intervenção para o enfrentamento da hipertensão arterial sistémica e fatores de risco em pacientes da comunidade. Entre as complicações mais comuns reportadas em pacientes portadores de HAS da comunidade referida, tem-se: o Infarto Agudo do Miocárdio, Acidentes Vasculares Cerebrais e complicações renais. Depois da identificação do principal problema foi necessário conhecer e explicar as causas que levam a sua aparição:

  • Causas relacionadas à ESF: a) Fatores estruturais: Pouca capacitação do pessoal do ESF sobre a promoção e prevenção da HAS; Pobre vinculação do ESF e Agentes Comunitários de saúde na atenção integral dos pacientes com DCNT como a HAS e na detecção de seus fatores de riscos. B)Fatores relacionados ao processo do trabalho: Deficiente acompanhamento dos pacientes com riscos e agravos a saúde; Acolhimento inadequado de pacientes com PA elevada e outros fatores de risco; Não identificação e classificação adequada dos riscos do paciente por ESF; Demora no atendimento do paciente pelo ESF e outra especialidade medica.
  • Causas relacionadas aos pacientes: baixo nível cultural pelo baixo nível de conhecimento e informação dos pacientes sobre a prevenção e controle da Hipertensão Arterial, fatores de risco associados e complicações; Evolução assintomática da doença; Pouca vinculação dos pacientes hipertensos e de pessoas com fatores de risco aos serviços de saúde por dificuldades no acesso sobre tudo em pacientes idosos; Elevado índice de analfabetismo, baixo nível de escolaridade.
  • Causas relacionadas à gestão em saúde: demora na autorização dos encaminhamentos de outras especialidades medicas realização de exames laboratoriais e de tecnologias com alta complexidade; Dificuldade na disponibilidade dos recursos, e insumos.

Como consequências desta problemática, temos: ainvalidez, pela aparição de sequelas irreversíveis; o aumento do número de pacientes com hipertensão arterial, agravamento dos sintomas e aparição das complicações; a aposentadoria precoce; o aumento da mortalidade associada a essas causas.

As ações foram realizadas todas as quintas-feiras, das 7h às 8h e das 13h às 14h do mesmo dia na sala de espera do posto de saúde, fazendo palestras educativas com grupos de pacientes hipertensos e pessoas com fatores de risco da doença. A capacitação sobre a doença com a equipe de saúde aconteceu nas segundas-feiras antes do atendimento clinico no consultório medico, com todos os membros da equipe de saúde da UBS, promovendo, assim uma melhor compressão para todos.

Ficou exposto que com ações simples de encontros com a população, de conversas, de escutas de dúvidas e vivências, algumas dúvidas foram esclarecidas e com isso foi possível aumentar  o nível  de conhecimento e responsabilidade entre a equipe de trabalho e os usuários, o que nos permitiu conhecer a realidade da Hipertensão Arterial na área de abrangência da UBS.

Este trabalho está contribuindo para melhorar a pratica clínica já que estimulou aos profissionais da saúde algumas reflexões sobre a Hipertensão Arterial e seus fatores de risco. Partindo dessa consideração o profissional de saúde deve aprender a identificar os pacientes que se encontram com fatores de risco para o desenvolvimento da doença, assim como quais são as modificações no estilo de vida que cada um de esses   pacientes precisam.

 

Referências

ÁVILA, A. et al. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão: conceituação, epidemiologia e prevenção primária. Rev. Bras. Hipertens., Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 7-10, 2010.

 

NEDER, M. M.; BORGES, A. A. N. Hipertensão arterial sistémica no Brasil: o que avançamos em o conhecimento de sua epidemiologia. Rev. Bras. Hipertens., v. 13, n.2,  p.126-133, 2006.

 

Quadro 1: Desenho das operações para os “nós críticos” do problema, 2018.

Nó Crítico

Operação| Projeto

Resultados Esperados

Produtos esperados

Recursos Necessários

Hábitos e estilos de vida

Modificar hábitos e estilos de vida em pacientes hipertensos e com riscos.

Diminuir em 20% o número de tabagistas, consumo de álcool, obesos sedentários, dislipidemias.

Realização de pesquisa pelos ACS, tendo como temas: a HAS, fatores de risco, medições antropométrica e de PA, acesso aos serviços de saúde.

-Palestras educativas sobre à prevenção e controle da HAS e risco.

Organizacional:  das atividades da equipe e implementação da agenda programada.

Político: mobilização social e articulação Inter setorial com rede de ensino.

Financeiros: aquisição de recursos áudio visuais e educativos.

Baixo nível de informação e cultura sobre a prevenção e controle da HAS e seus riscos na população idosa.

Aumentar o nível de informação da população  sobre a HAS e   riscos cardiovasculares.

População com melhor nível de informação e cultura sobre a HAS e riscos cardiovasculares.

-Campanha educativa na rádio local.

-Capacitação dos integrantes da ESF. Programa de saúde na escola.

-Avaliação do nível de informação dos clientes sobre a HAS

Organizacionais: Organização da agenda.

-Político: articulação Inter setorial em parceria com educação.

-Cognitivos: conhecimento sobre o tema

 

Deficiente realização das atividades de Atenção Domiciliar.

Implantar a Linha de cuidado para pacientes  com HAS e riscos cardiovasculares elevados incluindo os mecanismos de referência e contra referência.

Cobertura de 70% das visitas domiciliar a população idosa com risco cardiovascular e HAS.

Linha de cuidado para hipertensos e com riscos implantada.  Visitas domiciliares frequentes pelo ESF de acordo a agenda programada.

Protocolos implantados, recursos humanos capacitados.

Cognitivo: Elaborar projetos da linha de cuidado e protocolos.

Financeiros: recursos para confecção do fichário.

Organizacional: adequação de fluxos, referencias e contra referencias.

Políticos: articulação entre setores de saúde.

Acompanhamento e acolhimento inadequado de pacientes com pressão arterial elevada e seus fatores de riscos

Implantar um sistema de acolhimento e acompanhamento de busca ativa dos usuários com HAS e fatores de riscos.

Hipertensos  acompanhados satisfatoriamente e com bom acolhimento, Maior relação médico-paciente.

Melhor planificação das consultas medica e demanda espontânea diminuída.

Acolhimento implantado: acolher aos pacientes  que solicitarem atendimento na UBS, agendados de acordo a gravidade do caso.

Sistema de busca ativa implantado: Acompanhamento nas visitas domiciliares dos ACS.

Organizacional: organização da equipe para fazer o acompanhamento dos  hipertensos.

 

Quadro 2: Plano Operativo, 2018.

Operações

Resultados

Produtos

Operações estratégicas

Responsável

Prazo

Hábitos e estilos de vida.

(Modificar hábitos e estilos de vida em idosos com HAS e seus riscos).

Diminuir em 20% o número de sedentários, obesos, tabagistas, álcool.

Programa de caminhada orientada.

Campanha educativa na rádio local.

Palestras educativas na comunidade e UBS.

Recursos humanos capacitados.

 

Medico

Enfermagem

ACS

Técnico de enfermagem Diretor da UBS.

 

Atividades mensais desde Janeiro até agosto.

Baixo nível de informação e cultura sobre a prevenção e controle da HAS .

(Aumentar nível de informação e cultura sobre a HAS e riscos).

População idosa mais informada sobre a prevenção e controle da HAS e seus riscos.

Avaliação do nível de informação dos idosos,

Campanha educativa na rádio local.

Palestras Educativas e

Capacitação dos professionais de saúde.

Programa de saúde na escola

 

Diretor da UBS

Medico

Enfermagem

Téc.de enfermagem

ACS

Secretário municipal de saúde

Coordenador da ABS

Início em março

Termino em agosto.

Início abril e   termino em Julho.

Início em janeiro com avaliação a cada trimestre.

Início em fevereiro e termino em maio.

Deficientes atividades de Atenção Domiciliar.

(Organizar agenda para atendimento domiciliar em idosos Hipertensos e com riscos através da Pesquisa ativa.

Planificação das visitas domiciliar definidos nos protocolo a demanda considerando a meta de um 80%.

Avaliação do cumprimento por ESF das atividades de atenção domiciliar programada a pacientes com HAS e riscos da população idosa.

Apresentar projeto de planificação da rede.

Coordenador de ABS

Medico Enfermagem

ACS.

Técnico de Enfermagem.

Diretor da UBS

Apresentação do projeto desde fevereiro até junho.

Acompanhamento e acolhimento inadequado de idosos com pressão arterial elevada e seus fatores de riscos.

(Implantar um sistema de acolhimento, acompanhamento dos usuários  com HAS e seus risco).

Satisfação dos usuários e melhor adesão.

Atividade sendo organizada de forma planejada.

Acompanhamento dos pacientes que solicitaram atendimento na UBS.

Programação das atividades de acompanhamento em visitas domiciliar, consultas medicas, de enfermagem

Apresentar projeto apoio das associações.

ACS, medico, enfermagem, técnico de Enfermagem, Equipe do NAF.

Diretor da UBS

Apresentar o projeto para apoio das associações em janeiro desde o início das atividades até abril.

Acompanhamento das atividades programadas mensal desde janeiro até agosto

Quadro 3: Questionário da intervenção, 2018.

 

QUESTIONÁRIO PARA MICROINTERVENÇÃO

Em relação às pessoas com Hipertensão Arterial

Em relação às pessoas com Diabetes Mellitus

QUESTÕES

SIM

NÃO

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?

x

 

x

 

Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?

7 dias

 

7 dias

 

A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?

x

 

x

 

A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?

x

 

x

 

A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?

 

 

x

 

Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?

x

 

x

 

A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?

x

 

x

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

x

 

x

 

A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?

x

 

 

 

Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?

x

 

x

 

A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?

x

 

x

 

Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

x

 

x

 

A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?

 

 

x

 

A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?

 

x

 

x

EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos?

x

 

Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação?

x

 

Se SIM no item anterior, quais ações?

QUESTÕES

SIM

NÃO

Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS

x

 

Oferta ações voltadas à  atividade física

x

 

Oferta ações voltadas à alimentação saudável

x

 

Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS

x

 

Encaminha para serviço especializado

x

 

Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso

x

 

 

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