TÍTULO: A INCORPORAÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS PARA MUDANÇA DE QUALIDADE DE VIDA.
Especializando: Rodolfo Lins Da Silveira Macedo
Orientador(a): Maria Betânia Morais De Paiva
Iniciamos uma nova microintervenção sobre um dos temas mais importantes abordados pela a nossa especialização que enfrentamos na prática clinica diária dos nossos atendimentos realizados na Atenção Primaria de Saúde (APS), tendo a Unidade Básica de Saúde (UBS), como palco desses acontecimentos. O tema trabalhado nessa microintervenção diz respeito ao módulo referente às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que ocupam grande parte dos atendimentos realizados nesse nível de atenção à saúde. Utilizamos como elemento norteador um questionário abaixo discriminado com as prioridades do Programa de Melhorias do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), que foram respondidas através de uma reunião de equipe.
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Em relação às pessoas com HIPERTENSÃO ARTERIAL |
Em relação às pessoas com DIABETES MELLITUS |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
SIM |
NÃO |
A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?
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X |
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X |
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Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?
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7 DIAS |
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7 DIAS |
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A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?
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X |
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A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?
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X |
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A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?
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X |
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A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?
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X |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?
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X |
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A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?
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X |
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A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?
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X |
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Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso. |
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A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?
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X |
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A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?
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X |
A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?
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X |
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EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos? |
X |
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Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação? |
X |
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Se SIM no item anterior, quais ações? |
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QUESTÕES |
SIM |
NÃO |
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Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS |
X |
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Oferta ações voltadas à atividade física |
X |
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Oferta ações voltadas à alimentação saudável |
X |
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Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS |
X
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Encaminha para serviço especializado |
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X |
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Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso |
X |
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Fonte: AVASUS.UFRN.BR, 2018, Modulo – Doenças Crônicas Não Transmissíveis.
Desse modo, iremos descrever como realizamos a atenção à saúde das pessoas com DCNT do nosso território buscando evidenciar as potencialidades e as dificuldades durante o processo de cuidado. Com relação ao monitoramento das consultas mensais disponibilizadas para usuários com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e/ou Diabetes Mellitus (DM), utilizamos a ficha com os dados de produção do médico (FIGURA 1) e os registros mantidos na unidade, como também registro dos casos de maiores riscos, que se faz em parceria com os serviços especializados (FIGURA 2).
Com relação a esses atendimentos vale destacar que o tempo de consulta varia de acordo com o caso apresentado, sendo de no mínimo de 7 dias o tempo de espera para o atendimento médico dos casos suspeitos referenciados pela enfermeira, técnica de enfermagem ou Agente Comunitária de Saúde (ACS). Isso se deve ao fato que atendemos em 4 UBS, sendo realizada apenas uma consulta médica semanal em cada uma. A cada 28 dias (4 semanas) são realizados atendimentos aos grupos operativos instituídos pela equipe de saúde, com participação efetiva do nutricionista e educador físico.
Para realização dessa microintervenção, selecionamos um grupo composto principalmente, por pacientes hipertensos, diabéticos, obesos, mas também o espaço está aberto a quem deseje participar e se inteirar acerca do assunto. O prazo de espera de atendimento médico para aqueles que não desejam participar dos grupos e que só buscam a unidade apenas para renovação da receita é de no máximo 6 meses, pois é o prazo máximo em que a receita é válida para receber a medição nas farmácias. Vale salientar que muitos pacientes não compareciam a unidade para renovação da receita, o acesso à medicação se dava através do ACS ou familiar, ficando assim, por tempo indeterminado sem o devido acompanhamento do seu estado de saúde. Essa prática foi abolida, pois na unidade só é permitido renovar a medição, mediante a presença física do paciente para se fazer uma nova avaliação.
FIGURA 1 – Registro dos atendimentos realizados pelo médico durante o mês.
FIGURA 2 – Registro dos pacientes Hipertensos e Diabéticos da unidade e registro de encaminhamento para serviço especializado.
Durante as consultas do atendimento no dia são realizados de forma sistemática na triagem o registro dos valores da Pressão Arterial (PA) e do peso e altura para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Nos casos dos pacientes diabéticos é também solicitado Hemoglicoteste, também conhecido como Teste de Glicemia Capilar (HGT). Já no consultório médico é realizada a anamnese do paciente junto com o exame físico, sendo avaliado além de sua queixa, o estado geral do paciente, sendo adicionado ao prontuário familiar toda informação e/ou alteração que possa vir a agravar o estado de saúde do paciente. Nos casos de pacientes que já apresentam alguma comorbidade, uma DCNT e que apresentaram fatores de risco cardiovascular é realizado um controle mais rigoroso do estado de saúde através do acompanhamento na unidade e em visitas domiciliares. No caso daqueles pacientes com diagnósticos comprovados de doenças cardíacas associados à hipertensão e/ou diabetes são programadas consultas para acompanhamento dos seus níveis pressóricos e glicêmicos e solicitados exames para avaliação das taxas, função hepática, função renal, entre outros, procurando realizar um controle desses dados para evitar maiores agravos. Aqueles pacientes que apresentaram níveis glicêmicos muito altos e que apresentam resistência ao tratamento procura-se realizar o exame de fundo de olho anual com o oftalmologista, assim como, o exame do pé diabético de maneira correta através do monofilamento, mas na ausência de materiais específicos utilizamos materiais improvisados. O fluxo dos pacientes de maiores risco na rede de atenção se dá através do sistema de referência e contrareferência com consulta marcada através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Os pacientes encaminhados para o serviço especializado são registrados no livro de encaminhamentos da UBS. Nesse mesmo livro são anotados os encaminhamentos realizados para os profissionais do Núcleo Ampliado em Saúde da Família (NASF), sendo utilizado como ferramenta para coordenar a fila de espera e acompanhamento dos usuários com HAS e/ou DM que necessitam atendimento e exames em outros pontos de atenção.
Com relação aos pacientes obesos a equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos pacientes atendidos durante cada consulta. Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m²), a equipe faz o registro do usuário no livro de controle para que possa realizar o acompanhamento deste usuário na UBS. Na consulta, os pacientes obesos são orientados sobre as complicações da doença e sobre as ofertas disponibilizadas pela equipe para o tratamento da obesidade através de ações voltadas à atividade física, à alimentação saudável e ações desenvolvidas pelo NASF no acompanhamento deste usuário na UBS. Não realizamos encaminhamentos de pacientes com obesidade, pois uma vez constatado que não existe uma doença de base que possa estar contribuindo para o aumento de peso do paciente, fazermos uso das opções que temos mais acesso e acabamos conseguindo resultados satisfatórios com relação a esses pacientes. O encaminhamento só é realizado quando se descobre uma doença de base que não se é possível tratar ou se ter um controle na APS.
São realizados mensalmente atendimentos aos grupos operativos instituídos pela equipe de saúde, com participação efetiva do nutricionista e educador físico. No caso da microintervenção, selecionamos o grupo formado com pessoas obesas, independente de históricos familiares de hipertensão e/ou diabetes, juntamente com pessoas hipertensas e diabéticas. A seleção desse grupo se deu porque a obesidade é um dos grandes contribuintes para o desenvolvimento de hipertensão e diabetes mellitus e porque geralmente pessoas que tem diabetes acabam desenvolvendo hipertensão e pessoas com hipertensão podem a vir a desenvolver DM. São agravos com o prognóstico semelhantes uma vez que podem a vir afetar órgãos vitais como coração, visão, funções renais e cérebro. Dessa maneira, as informações para um acabam que servindo para o outro, como por exemplo: a necessidade da perda de peso, a realização de atividades físicas de duração mínima de 30 minutos de segunda a sexta, orientações alimentares, aspectos sobre o consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo, redução de níveis elevados de estresse, entre outras informações, como também as consequências que a falta de cuidado podem acarretar em relação a essas doenças.
Em relação à regulamentação dos atendimentos e das condutas aplicadas para prevenção, acompanhamento, tratamento e reabilitação desses pacientes são utilizados os cadernos de atenção básica disponibilizados pelo próprio Ministério da Saúde (MS), pois infelizmente o município não dispõe de seus próprios protocolos. Como outras fontes de informações adicionais, são utilizados cursos e especializações com conteúdos atualizados, realizados pelos profissionais que prestam serviço na unidade além de cursos disponibilizados pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS, Ambiente Virtual de Aprendizagem do Sistema Único de Saúde (AVASUS), PROGRMA MAIS MEDICOS (PMM), MEDCURSO, MEDCEL, TELESSAÚDE, TELECONSULTORIA, entre outros. Sabemos a necessidade de procurar estar atualizado com relação aos conteúdos médicos, de saúde, protocolos e leis, para está preparado para as práticas clinica diárias e assim fornecer melhor assistência aos nossos usuários.
Em relação às dificuldades enfrentadas pela equipe no desenvolvimento desse trabalho, podemos destacar o hábito nutricional, que nos dias atuais, estão muito relacionados à maior acesso a alimentos em geral, incluindo os processados, globalização de hábitos alimentares pouco saudáveis, que contribuem para o aumento do número de pessoas com excesso de peso (sobrepeso e obesidade). Hábitos de vida também relacionados à urbanização como: consumo de cigarros, uso de drogas ilícitas, consumo nocivo de bebidas alcoólicas, sedentarismo, entre outros fatores que favoreceram o aumento da incidência de DCNT. Tentar conscientizar que tais condições, se não reversíveis, podem acarretar enormes prejuízos à saúde, desencadeando problemas graves de saúde relacionados a doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, doenças respiratórias é o nosso desafio. Uma estratégia adotada é mostrar os dados do serviço demonstrando o número de consultas realizado para pacientes com hipertensão e diabetes no território além dos registros de pacientes com sobrepeso na UBS. Uma vez atingida essa conscientização, procura-se chamar atenção da população para o problema e que esse problema se não cuidado, pode agravar ainda mais o seu estado funcional. Outro fator importante são os determinantes sociais da saúde, muito presente na vida dos brasileiros. Determinantes sociais que estão relacionados às desigualdades sociais, diferenças no acesso aos bens e aos serviços, como também, a baixa escolaridade e desigualdades no acesso à informações importantes que poderiam levar a um melhor prognósticos do seu estado de saúde. Informações essas que, em modo geral, determinam a maior prevalência das doenças crônicas e dos agravos decorrentes da evolução dessas doenças (SCHMIDT et al., 2011). Dessa forma, não adianta apenas reconhecer que existe um problema, se não se pode ter acesso às informações e aos meios de como lidar com ele. Buscamos dessa forma, compensar essa falta de informações através de palestras relacionadas ao tema, disponibilizadas nos trabalhos em grupo e a questão do acesso através de monitoramento por meio dos registros de pacientes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção. Nesse contexto ainda temos que lidar com o problema da falta de comunicação rápida e contínua, pois na nossa unidade não disponibiliza de prontuários eletrônicos, rede de computadores, o que dificulta esse acompanhamento longitudinal entre os profissionais com relação às contrareferências, tratamentos e condutas realizadas. Isso engloba também questões de armazenamento de informações que contém dados da área do nosso território, dos pacientes e de um sistema de informações clínicas. Outro problema enfrentado pela equipe é a falta de um protocolo com o objetivo de dar diretrizes e de alinhar ações e serviços já existentes no cotidiano das equipes de saúde e das gestões, de acordo com a realidade do município, para melhorar o cuidado às pessoas com doenças crônicas. Desse modo procuro realizar a prática clínica com base nos princípios e diretrizes para a organização da rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas.
No decorrer da microintervenção, foi percebida uma boa aprovação por parte dos funcionários da unidade, pois parte deles também possui alguém próximo que possui alguma DCNT e adquiriram maior empatia pela intervenção. E ao mesmo tempo tivemos uma boa aprovação por parte dos usuários da unidade, que através desse trabalho passaram a possuir maior vínculo com o serviço e com os profissionais. O ponto mais forte foi o incentivo ao autocuidado repassado aos pacientes, incentivando um maior envolvimento e participação na construção do seu projeto terapêutico. Outro fator contribuinte foi apoio matricial fornecido pela equipe do NASF e outros colaboradores, que a cada microintervenção se tem mostrado mais presentes, melhorando inclusive a relação com os profissionais da unidade e a questão do entrosamento no desenrolar das tarefas. Ao longo das microintervenções foi possibilitada a troca de saberes e fazerem em mão dupla, onde os pacientes recebem dos profissionais de saúde informações importantes acerca de suas condições de saúde e ao mesmo tempo, os profissionais estão aprendendo cada vez mais com a população a realizar um trabalho mais humanizado. Nessa perspectiva, podemos reafirmar a força do coletivo, pois juntos somos mais forte e podemos chegar mais longe, na elaboração de linhas de cuidado e nos resultados almejados.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Doenças respiratórias crônicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 160 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 25)
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36)
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, 37).
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 212 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38)
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 162 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 35)
BRASIL. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família, PEPSUS, Rio Grande do Norte – RN 2018. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. AVASUS.UFRN.BR, 2018, Modulo – Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde, microinterveção, questionário, Pág. 3 e 4.
SCHMIDT, M. I. et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. The Lancet, London, v. 377, n. 9781, p. 1.949-1.961, 4 june 2011.
Ponto(s)