DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS, RISCO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
ESPECIALIZANDO: RICHARD CARVAJAL CASTRO
ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS
O maior número de atendimento diariamente em nossa Unidade Básica de Saúde (UBS) é relacionado a pacientes com Doença Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Dentre as DCNT, as predominantes são Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e algumas doenças mentais. Temos notado que houve aumento no número de pacientes que iniciaram com uma doença crônica no último ano, bem como pacientes com tratamentos que não conseguem controlar a doença ou até mesmo que se automedicaram sem nunca ir ao médico.
As DCNT são causadas por fatores de risco comuns e modificáveis. Esses fatores de risco explicam a maioria dos casos que consultamos para esses tipos de doenças, sendo os principais alimentação inadequada, inatividade física, consumo de tabaco e álcool.
A primeira coisa que observamos nas consultas e nas visitas domiciliares é que há pouco conhecimento dos pacientes sobre sua doença. Alguns pacientes somente usam remédios naturais que estão errados ou não melhoram sua condição e outros se automedicam e muitas vezes pioram a doença. Além disso, descobrimos que os jovens acreditam que os riscos de adoecimento são maiores para as pessoas idosas, uma ideia até certo ponto equivocada.
Nesta perspectiva, a adesão a modos de vida saudáveis, a disposição para o cuidado e autocuidado são constructos sociais adquiridos ao longo da vida, por isso a atenção aos usuários com DCNT deve se dar de forma integral e, em nossa UBS, tentamos provocar impactos positivos sobre o controle desses agravos e sobre os indicadores da mobilidade e mortalidade, através de diversas ações: fomentar a mudança do modelo de atenção à saúde, fortalecendo o cuidado às pessoas com doenças crônicas; garantir o cuidado integral a esses usuários; impactar positivamente nos indicadores relacionados as DCNT; contribuir para a promoção da saúde da população.
Certamente é difícil corrigir ou modificar hábitos equivocados das pessoas que permaneceram por anos, no entanto depois que o paciente comparece à consulta ou que nossos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizam as visitas, vemos uma mudança real, uma vez que eles entendem a magnitude do problema e que na maioria das vezes pode ser corrigido com medicação e hábitos saudáveis.
Por isso que, no âmbito da Atenção Básica, a promoção da saúde é ação estratégica, que deve ser vinculada as instituições e profissionais existentes no município, para que possamos cooperar com todos e oferecer o melhor atendimento que o paciente necessita. Além disso, a investigação de doenças tem avançado e é cada vez mais difícil encontrar alguém que seja completamente saudável. Temos em mente também que a saúde não é somente física, mas também mental e social e não meramente a ausênciad e enfermidades.
Um ponto de grande importância que emerge na nossa microintervenção é a necessidade de entender o que motiva o comportamento de nossos pacientes e os fazem tomar decisões que podem ter consequências negativas em sua saúde. A partir de cada critério detectado, fomos capazes de chegar a uma das conclusões-chave do nosso encontro e atacar os fatores de risco relacionados ao comportamento, consumo de tabaco, má alimentação, falta de atividade física e uso prejudicial de álcool e drogas. Isso reduziria substancialmente o impacto de doenças não transmissíveis na nossa área.
No entanto, não é tão fácil, requer sistemas de saúde que incentivam a detecção precoce e acompanhamento. E isso não é apenas um problema dos sistemas de saúde, mas dos pacientes, uma vez que debatemos, nesta microintervenção, que há comprovadas dificuldades para seguir e aderir o tratamento e as recomendações.
Neste sentido, é importante o esforço de cada um dos membros da nossa equipe de saúde para criar consciência sobre essas doenças, para tomarmos ações mais abrangentes e dinâmicas para informar a população e prepará-la, visando minimizar as causas das doenças crônicas não transmissíveis e evitar maiores complicações.
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