2 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

TÍTULO: PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES DA DIABETES MELLITUS
ESPECIALIZANDO: RAUL MANUEL DURAN VERDECIA
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

A Diabetes Mellitus (DM), é uma doença com uma alta incidência e prevalência no mundo, e especificamente no Brasil tem uma alta taxa de co-morbidade, por isso nesta microintervenção eu quero refletir sobre a importância dos cuidados das pessoas que sofrem esta doença e prevenção das possíveis complicações, principalmente o Pé Diabético.
Na reunião feita pela minha equipe de saúde, composta pela Enfermeira, Técnico de Enfermagem, mais oito Agentes Comunitários de Saúde e o Médico, encontramos que quase 30 % dos pacientes com Diabetes Mellitus (DM) apresentam complicações, entre as quais, a alta incidência do Pé Diabético que, em muitos casos, termina em amputação do membro. Então, existe a determinação da equipe em desenvolver ações para diminuir o aparecimento deste problema. Para melhor compreensão, eu quero lhes falar sobre esta doença.
A Diabetes mellitus (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios metabólicos dos carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina, pelo que se caracteriza pelo excesso de glicose no sangue e na urina, que surge quando o pâncreas deixa de produzir ou reduz a produção de insulina, ou ainda quando a insulina não é capaz de agir de maneira adequada. O DM pode ser classificado de acordo com suas patogêneses, em: Diabetes Mellitus tipo l; DM tipo ll; Diabetes Gestacional e Diabetes Insipidus (BRASIL, 2013).
O pé diabético é uma das complicações mais frequentes nos pacientes diabéticos, que apresentam alterações na circulação arterial, imunidade diminuída, lesões nos nervos (neuropatia diabética) periféricos e alterações da anatomia dos ossos dos pês. Pela redução da sensibilidade o paciente tem dificuldade de sentir dor e de distribuir corretamente o peso do corpo sobre os pês, desse jeito a pessoa ao ato de caminhar pode levar maior pressão anormal sobre uma área do pé, tornando-se calosos e ferimentos da pele, tecidos moles, ossos e articulações (BRASIL, 2013).
Quanto a deformidade da anatomia óssea, músculos e articulações, nas lesões dos vasos sanguíneos com fluxo do sangue diminuído, favorece a isquemia da pele e aparição de úlceras e prejudicando a cicatrização de feridas, que vai se aumentando de tamanho e profundidade continuamente, que sim não é identificada e medicada oportunamente pode evoluir até a amputação do membro.
Os principais problemas identificados pela minha equipe para o adequado controle dos pacientes diabéticos foram: muitos pacientes não comparecem a consultas de hiperdia; a não existência de registro de usuários com diabetes mellitus; o desconhecimento dos pacientes sobre a doença e risco de complicações, pelo que não procuram ajuda profissional diante da presença de calos ou lesões da pele nos pés; perda das fichas (prontuários) que impede o conhecimento da história pessoal da doença e tratamentos anteriores recebidos; dificuldade nos encaminhamentos para serviços especializados e não contra referência; escassos recursos materiais para curativos, entre outros.
O desafio para minha equipe é: realizar o controle periódico de todos os pacientes diagnosticados com DM, e pesquisa ativa nas pessoas com fatores de risco para sofrer a doença; aumentar os conhecimentos sobre a DM e as possíveis complicações dos pacientes e sua família, para obter mudanças no modo e estilo de vida deles e melhorar sua qualidade de vida; garantir o encaminhamento oportuno quando forem identificadas lesões sugestivas de pé diabético; realizar o registro de usuários com Diabetes Mellitus; realizar palestras e trabalho de grupos com pacientes diabéticos e família.
Para concluir, só relembrar que a verdadeira medicina é a preventiva e não a curativa, a prevenção de aparição de doenças e prevenção de suas complicações já estabelecidas, é muito importante, já que a pessoa pode atuar sobre o fator de risco, modificar o modo e estilo de vida e conservar sua saúde e integração na sociedade. Tendo isto presente, é muito importante que as nossas equipes de saúde tenham um registro atualizado dos pacientes diabéticos para melhor controle dos mesmos. Também devem ter um alto conhecimento sobre o manejo dos pacientes diabéticos, inclusive com a identificação oportuna de sinais e sintomas de uma possível aparição de suas complicações.

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).

 

 

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