DESAFIO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
PEDRA PRETA
ESPECIALIZANDO: OSMEL SANCHEZ GARCIA
COLABORADORA: TATIANE LIMA BEZERRA
ORIENTADORA: DANIELE VIERA DANTAS
O relato de experiência 6 ocorreu a partir do surgimento de propostas geradas em reunião com nossa equipe de saúde na Unidade Básica de Saúde (UBS)/Estratégia Saúde da Família (ESF) Centro I do munícipio de Pedra Preta, Rio Grande do Norte. Participaram da reunião médico, enfermeiro, técnicos em enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e coordenador da atenção básica que avalairam o desempenho no controledas doenças crônicas não transmissíveis.
A UBS realiza visitas domiciliares e atendimentos programados e espontâneos as pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM), organizando as ações emterapias farmacológicas e não farmacológicas, sendo estas conhecidas como Mudanças no Estilo de Vida (MEV), que incluem restrição dietética de sódio, redução de peso em pessoas com sobrepeso ou obesidade, evitar o consumo excessivo de álcool, prática regular de exercícios físicos aeróbicos e cessação do tabagismo.
O atendimento populacional em nossa ESF expande-se na área da cidade e na zona rural onde o tempo de espera para a primeira consulta de pessoas com HAS e/ou DM é de até dois dias, ocorre a partir de entrevista acolhedora para conhecer os usuários e baseia-se emprotocolos das doenças crônicas não transmissíveis para estratificação de risco dos usuários.
O protocolo de HAS é baseado no fluxograma de avaliação e identificação do tipo de risco cardiovascular: pacientes com classificação de risco cardíaco baixo são do sexo masculino e idade inferior a 65 anos, para eles a equipe realiza conduta de prevenção primária com mudança de estilo de vida, prática de exercicíos físicos, redução de sal, dieta balanceada e reavaliação em um ano; risco intemediário, são tabagistas, obesos, sedentários, homem com idade inferior a 55 anos ou mulher com idade menor de 55 anos com história familiar cardiovascular prévia, neste caso aplica-se tratamento farmacológico e retorno com seis meses; risco alto, são pacientes com história de acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, ataque isquêmico transitório, nefropatia e retinopatía e a conduta é retorno do paciente em três meses etratamento farmacológico.
Além disso, a equipe tem como o objetivo principal a análise do risco global do paciente e a redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular na detecção de comorbidades através de anamnese que investiga hábitos de vida e história familiar com antecedentes cardíacos; exame físico e exames complementares (glicemia, lipidograma, creatinina, eletrocardiograma-ECG). E a partir disto, efetua-se a escolha efetiva das indicações dasclasses medicamentosas adequadas para cada caso.
Para usuários com HAS e doença cardíaca, a equipe realiza acompanhamento com medicamentoso hipotensor, verificação semanal de Pressão Arterial (PA), além de exames complementares e consulta médica, procurando atingir a meta ótima de PA. O médico também procura interagir com os resumos clínicos das consultas do cardiologista e programa o atendimento para reavaliação a cada 30 dias, com prioridade e organização. Além disso, a ESF também cria dinamicidade para atendimento em conjunto com ESF vizinhas ou hospitais municipais para exames de rotina laboratoriais e monitoramento clínico.
Os pacientescom DM realizam exames de glicemia de jejum e HbA1C pelo menos duas vezes ao ano, quando estão compensados; em caso de pacientes descompensados. os exames são realizados a cada três meses. Aliado a isso, o enfermeiro e o médico realizam exame clínico do pé diabético, através da palpação do pulso pedioso e tibial posterior, enchimento capilar bilateral, presença de calosidades, rachaduras, úlceras, edema ou onicomicoses. Entretanto o exame da sensibilidade superficial é prejudicado pela ausência deestesiômetro e exame de fundoscopia. Outros exames podem ser solicitados para avaliação cardiológica, conforme necessidade individual, como ECG.
Na UBS, também é realizado avaliação antropométrica (peso e altura) e de circunferência abdominal, dependendo do resultado, os que apresentam obesidade realizam acompanhamento de medida do perfil lipídico, glicemia e função hepática, bem como é ofertado aconselhamento para mudança de estilo de vida, redução de peso e evitar comorbidades.
Para esses pacientes, a ESF implementa estratégias terapêuticas de estímulo e motivação do paciente com o apoio do profissional da psicologia e o Núcleo Ampliado em Saúde da Família (NASF), com as distintas formas de psicoterapia, aconselhamento nutricional e plano de mudança do comportamento. Quanto a orientação nutricional individualizada é voltada à alimentação saudável, baseada na redução da ingestão de alimentos ricos em carboidratos, gorduras polissaturadas e açúcares, aumento da ingestão de fibras e líquidos.
Outras questões principais para elevar a qualidade de vida de nossos pacientes são ações em grupo voltadas a educação em saúde para pessoas que querem perder peso. Essas ações incluem atividade física com profissional capacitado a partir de exame físico e cardiológico prévio completo. A atividade física nos pacientes contém etapas de exercícios de alongamento e flexivilidade (5-10 minutos), aeróbicos (20-30 minutos) e de agilidade (15-20 minutos) com frequência entre 3 a 4 vezespela semana.
Diante de todas essas ações desenvolvidas, apenas um pequeno índice de pacientes com obesidade precisa de encaminhamento para serviço especializado para mudança de estilo de vida e redução de peso.
Ponto(s)