3 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CONTROLE DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

ESPECIALIZANDA: MARIA MILAGROS NUNEZ RUIZ

ORIENTADORA: DANIELE VIERA DANTAS

As doenças crônicas não transmissíveis dentre elas a Hipertensão Arterial (HAS) e Diabete Mellitus (DM) constituem duas das principais causas de morbimortalidade em todo o mundo sendo um problema de saúde com consequências devastadoras, acarretando elevado risco de doenças coronárias e cerebrovasculares (PASSOS; ASSIS; BARRETO, 2006).

No Sistema Único de Saúde (SUS), mediante a responsabilização e atuação das Estratégias Saúde Família (ESF) permite desenvolver ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em usuários que sofrem de alguma dessas doenças garantindo uma melhor qualidade de vida para eles e suas famílias, sendo estes uns dos grandes desafios a se alcançar na rotina de trabalho em que os usuários com HAS e DM constituem causas importantes de atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Na maioria das vezes, pode-se observar que a aparição ou agravo desses casos estão influenciados por maus hábitos nos estilos de vida. Entre os condicionantes que influenciam no aparecimento destas doenças destacamos obesidade, sedentarismo, tabagismo, hábitos dietéticos desfavoráveis, predisposição genética, entre outros.

Por serem patologias de preocupação do Ministério da Saúde (MS), a diminuição dos agravos causados pela HAS e DM é necessária e neste sentido uma microintervenção sobre esse tema tem importância buscando melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e diminuir assim a incidência de complicações que porem levar a morte.

Nossa UBS tem uma população alvo de 2.026 habitantes, distribuídas nas diferentes áreas. Destes, 321 estão com HAS e 68, com DM. Contamos com registro no qual são preenchidos os dados dos usuários, segundo as Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), elencando aqueles com maior risco. Em 2017, esses documentos foram avaliados pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB).

 Esses usuários são acompanhados pela ESF em consultas programadas, segundo os protocolos, e visitas domiciliares, além de atendimentos por demanda espontânea, quando necessário. Consideramos que a qualidade da atenção à saúde desta população esteja equilibrada, garantindo sempre melhora nos atendimentos e seus controles para com isso aumentar a expectativa de vida e da qualidade dos serviços.

A ESF tem desenvolvidos diversas ações de promoção para diminuir riscos de complicações e agravos, sendo estas: criação de grupos de qualidade de vida e de combate a obesidade, aulas de zumba, salas de espera de diferentes temáticas que inclui os principais sinais e sintomas das complicações, nutrição saudável, importância de manter um tratamento regular. Sendo a maioria das ações em parceria com a equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF).

            Esta microintervenção foi feita pela equipe da ESF Enxu Queimado, NASF e grupo de usuários que sofrem de HAS e DM, na qual se discutiu sobre as doenças, agravos e complicações mais frequentes que atingem na qualidade de vida das pessoas e sua família. A maioria dos usuários não sabiam o que eram as doenças e expôs dúvidas sobre prevenção, alimentação saudável, mudança nos estilos de vida, participação ativa nos grupos e busca da unidade diante aparição de qualquer sintoma. A escolha deste tema é fator de importância, por tratar-se de agravos com alto nível de incidências na população, principalmente na área rural, onde é difícil a compreensão uma vez que há grande número de não alfabetizados ou com poucos anos de estudo. As ações realizadas basearam-se nos Cadernos de Atenção Básica n.° 36 e n.° 37 do MS.

Por se tratar de um problema de saúde da nossa área de abrangência, discutimos ainda em equipe as fragilidades na assistência as pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, e chegamos a conclusão que temos deficiência na busca ativa desses casos uma vez que existem os usuários que somente procuram a unidade nas urgências ou quando as complicações já estão instaladas. A UBS apresenta números inferiores de usuários cadastrados segundo a média nacional.

Além disso, as principais dificuldades e limitações enfrentadas com a população hipertensa e diabética era a falta de acompanhamento pela dentista e os atrasos nas consultas agendadas conforme os protocolos, fatos que impediam o bom acompanhamento, porém estas dificuldades já foram resolvidas.

Nossos planos, com esta microintervenção, é ter maior visão de todos os integrantes da equipe, principalmente as ACS que tem o primeiro contato com a população para a busca de novos casos e acompanhamento adequado dos antigos. Toda a ESF está envolvida no trabalho, na pesquisa, no cadastramento e nas ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, sempre com o único objetivo de proporcionar melhor atendimento e acompanhamento a nossa população, garantindo melhor qualidade de vida.

REFERÊNCIA

PASSOS, V. M. A.; ASSIS, T. D.; BARRETO, S. M. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiologia e Serviços da Saúde, v.15, n.1, p.35-45, 2006.

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