13 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) corresponderam a 63% dos óbitos mundiais em 2008, sendo que 80% destes ocorreram em países de baixa e média renda. No Brasil, as DCNT são responsáveis por 72% das causas de morte; sendo 31,3% por causas cardiovasculares; 16% por Câncer; 5,2% por Diabetes Mellitus e 5,8% por doenças respiratórias crônicas (BRASIL, 2011).

Essa situação no Brasil está relacionada à transição demográfica acelerada, ocasionada pela perda da fecundidade e pelo aumento da expectativa de vida, levando ao envelhecimento populacional, assim como à transição epidemiológica resultante de queda da mortalidade por condições agudas (RAUPP et all, 2014).

Estratégias para mudança de estilos de vida na população em geral, visando redução da prevalência de fatores de risco para DCNT são discutidas e incentivadas em vários países. Diversas intervenções para reduzir o tabagismo, promover atividades físicas e consumo de alimentos saudáveis foram realizadas, mas, suas avaliações demonstraram resultados discretos (CAPILHEIRA E SANTOS, 2014).

Em nossa área, encontramos no último trimestre o seguinte quadro de acordo com a demanda por consulta médica de DCNT, explicitado conforme gráfico abaixo:

 

Em reunião realizada com a minha equipe no mês de junho de 2018 e após apresentação do gráfico referente ao mês citado, foi observado pouca demanda de consultas referente aos usuários portadores de dupla patologia (hipertensão e diabetes).

Decidiu-se então realizar adoção de ações mais efetivas para promoção de saúde a fim de que houvesse busca ativa mais eficiente de nossos usuários portadores de DCNT no que diz respeito às maiores demandas do nosso território. Existe uma dificuldade grande quanto a promoção de saúde no que diz respeito à DCNT, levando em conta que é uma área de grande vulnerabilidade social com uma grande parte das micro áreas compostas de pequenas pontes (áreas alagadas só acessíveis por passarelas de madeira ou pontes), que se apresentam em condições precárias de saneamento a maior parte do ano. Os idosos compõem grande parte dos usuários de DCNT e naturalmente possuem grande dificuldade de locomoção e muitas vezes não existe nenhum membro da família que os acompanhe até a UBS. Sendo assim, a partir do mês de julho/18, iniciamos a realização de ações uma vez por mês nas residências dos usuários já identificados com as patologias e com dificuldades de comparecimento de cada micro área. Na abordagem residencial é realizada roda de conversa a respeito das dificuldades encontradas por cada usuário para o acompanhamento de sua patologia. Além disso, realizamos consultas médicas àqueles usuários que estão ausentes em período superior a três meses no comparecimento as consultas agendadas na UBS. Na oportunidade também dispensamos medicamentos relacionados a estas patologias para que os usuários não permaneçam privados de controle até o seu próximo atendimento pela Estratégia Saúde de Família (ESF). Consideramos esta ação exitosa, porque observamos maior comparecimento dos usuários junto com acompanhantes, em se tratando de idosos, para atendimento à UBS.

O principal entrave para a equipe em responder ao questionário abaixo foi o fato de que não há registros singulares, com discriminação positiva, dentro do princípio da equidade. Os usuários DCNT do território estão devidamente cadastrados, inclusive em relação a cada micro área, porém não há o cadastro diferenciado dos que apresentam maior gravidade e até então, parte da equipe não entendia que, em relação à gravidade teria que haver formulário específico para tal.

 

 

 

 

 

 

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