ATENÇÃO À SAÚDE DOS USUÁRIOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
ESPECIALIZANDA: LISBETH PÉREZ MENÉNDEZ
ORIENTADORA: DANIELLE VIERA DANTAS
Um desafio atual para as equipes de Atenção Básica é a saúde para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), uma vez que são prevalentes, multifatoriais com coexistência de determinantes biológicos e socioculturais e sua abordagem, para ser efetiva, envolve diversos profissionais de saúde e exige o protagonismo dos indivíduos, suas famílias e comunidade (BRASIL, 2014).
Dentre as DCNT que mais atingem a população mundial têm-se Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão Arterial Sistémica (HAS) e Obesidade. Essas doenças resultam em diversas complicações para a saúde das pessoas e seu controle em um pilar fundamental da Atenção Primária de Saúde. Como ponto importante, destacam-se as estratégias de saúde desenvolvidas nas Unidades Básicas, que são fundamentais para prevenção, tratamento e acompanhamento adequado destes pacientes.
Na Unidade Básica de Saúde (UBS) em que atuo, o atendimento a esses usuários é realizado de maneira integral pela equipe. Existem várias estratégias de saúde que ajudam a neste atendimento, porém ainda assim temos algumas dificuldades.
Neste sentido, a equipe se reuniu para analisar o questionário de diagnóstico sobre DCNT, atividade que nos ajudou para avaliar o nosso trabalho. Desde minha chegada à UBS Mãe Cristina decidimos reservar um dia fixo para a realização dos atendimentos a pessoas com DCNT, mais especificamente diabéticos e hipertensos, devido a importância destas doenças nos agravos e mortalidade.
Quando o paciente chega a UBS com valores elevados de Pressão Arterial (PA) ou de glicemia, a enfermeira agenda consulta de imediato para o dia mais próximo do HIPERDIA. No caso de as alterações serem significativas, os usuários são atendidos de urgência, por mim (médica), realizado avaliação integral e terapêutica adequada. Na primeira consulta, realizo exame físico completo para detectar se existem outras doenças concomitantes, solicito os exames complementares necessário em cada caso, tais como eletrocardiograma, fundo de olho, glicemia, hemoglobina glicosada, bioquímica sanguínea com perfil renal, colesterol e triglicerídeos e avalio o aspecto nutricional e antropométrico.
Nos casos de obesidade e DM, além de receber as orientações nutricionais adequadas em cada consulta, são marcadas consultas com a nutricionista, nas segundas-feiras, na UBS. Nos hipertensos, são avaliados também a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovasculares, utilizando os protocolos existentes atualizados para a estratificação de risco dos usuários.
A equipe possui um registro de usuários com DM com maior risco de gravidade para realizar melhor acompanhamento. Além disso, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) utilizam fichas de cadastro de pessoas com HAS ou DM.
Os pacientes identificados com obesidade e índice de massa corpórea a partir de 30 kg/m são encaminhados para o Grupo do Obesos existente no município, que é acompanhado pelo educador físico do Núcleo Ampliado em Saúde da Família (NASF) para redução de peso e adoção de estilo de vida saudável. Em casos mais complexos, também se disponibiliza consultas com a endocrinologista.
Na UBS, quanto as dificuldades para o atendimento de qualidade, tem-se: ausência do fundoscópio para a realização do exame de fundo de olho; equipe não tem o controle dos usuários que precisam de exames específicos de alta complexidade realizados em outra instituição e dos que necessitam de interconsultas com especialistas em outro centro, esta informação é manejada pela secretaria de saúde devido ao sistema centralizado que existe no município; quando os usuários conseguem consultam com especialista, não existe contrarreferência para a atenção primária, o que torna difícil o seguimento adequado; exames perdem a validade, uma vez que o paciente perde o interesse e termina não realizando.
Como estratégia de melhoria a UBS adotará um registro dos usuários que serão encaminhados para especialistas, a partir de outubro de 2018.
Apesar das dificuldades, na UBS existe estratégia exitosa, a existência do grupo de diabético que se reúne uma vez ao mês. A atividade é realizada nas primeiras sextas-feiras de cada mês com a participação dos diabéticos da comunidade, a equipe de saúde e o NASF.
Neste grupo são discutidos assuntos referentes a doença e as complicações, além de disponibilizados Hemoglicoteste. No mês de agosto de 2018, o educador físico realizou vários exercícios e esta atividade foi bastante proveitosa, uma vez que auxilia na conscientização dos cuidados com a saúde.
O atendimento aos pacientes com doenças crônicas é de primordial importância na atenção primária de saúde. Nós, como protagonista, devemos fortalecer a cada dia as estratégias existentes e criar novas que permitam alcançar a excelência na saúde que o povo merece.
REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
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