TÍTULO: REALIZAÇÃO DE GRUPO OPERATIVO NA UBS MARCELO CANDIA PARA PACIENTES HIPERTENSOS, DIABÉTICOS E OBESOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
ESPECIALIZANDO: JOSE VICENTE DA SILVA MARQUES JUNIOR
ORIENTADOR: CLEYTON CÉZAR SOUTO SILVA
Dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011) apontam que 52,6% dos homens e 44,7% das mulheres com mais de 18 anos estão acima do peso ideal. A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2003) estima que o excesso de peso é responsável por 58% da carga de doença relativa ao diabetes tipo II, 39% da doença hipertensiva, 21% do infarto do miocárdio, 12% do câncer de cólon e reto e 8% do câncer de mama e responde diretamente por parcela significativa do custo do sistema de saúde nos países.
Diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) atingem, respectivamente, 6,3% e 23,3% dos adultos brasileiros (BRASIL, 2011). No Brasil, essas doenças representam a primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, sendo apontadas como responsáveis por mais da metade dos diagnósticos primários em pessoas com insuficiência renal crônica submetidas à diálise no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro (OPAS, 2010).
É enorme o impacto econômico que as doenças crônicas têm para o país. Este está principalmente relacionado não só com os gastos por meio do SUS, mas também com as despesas geradas em função do absenteísmo, das aposentadorias e da morte da população economicamente ativa. Segundo estimativas, em 2025, o Brasil terá mais de 30 milhões de indivíduos com 60 anos ou mais, e a maioria deles, cerca de 85%, apresentará pelo menos uma doença (IBGE, 2010).
Entre essas doenças, as cardiovasculares constituem a grande maioria delas, sendo a hipertensão arterial sistêmica (HAS) a mais prevalente, aumentando progressivamente com a idade (PASSOS; ASSIS; BARRETO, 2006). A HAS apresenta-se como um dos problemas de saúde de maior prevalência na atualidade e, em especial, nos mais idosos (ZAITUNE et al., 2006).
A microintervenção desse capítulo “Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde” deve se nortear pelas prioridades do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ. Para tanto foi indicado a aplicação de um questionário para diagnóstico e reflexão da equipe de saúde da família.
Esse questionário foi respondido durante o mês de agosto desse ano, por meio da reunião de equipe, sendo respondido em conjunto com os profissionais presentes. O mesmo encontra-se respondido nesse trabalho nos anexos.
Existe o acompanhamento dos usuários hipertensos e diabéticos por meio de consultas médicas. Não existe um espaço na agenda exclusivo para esses pacientes, mas existe o seguimento durante toda a semana, permitindo uma maior flexibilidade de horários para os pacientes, impedindo que muitos faltassem por conta do horário restrito.
O tempo de espera para consulta de cuidado programa gira em torno de 10 dias, sendo que a marcação de consultas é feita pelos agentes de saúde no decorrer da semana, evitando filas gigantes na UBS Marcelo Candia.
Após reunião de equipe foi constatado alguns problemas que podem e devem ser melhorados. Foi decidido a realização de um grupo operativo na UBS para pacientes hipertensos, diabéticos e obesos, dentro do controle de doenças crônicas não transmissíveis. Houve o convite para parceria com o NASF para planejamento e execução em conjunto, compartilhando os diversos saberes de todos os profissionais envolvidos para esses usuários.
O grupo foi realizado no dia 12/09/2018 no período da manhã a partir das 08:00 na própria UBS Marcelo Candia, e teve a presença de 16 pacientes, sendo 3 hipertensos, 2 diabéticos, 6 hipertensos e diabéticos e 5 obesos, hipertensos e diabéticos.
Houve uma roda para orientações e cuidados de saúde que abordaram os seguintes temas:
· Alimentação saudável;
· Atividade física;
· Entendendo a hipertensão;
· Entendendo o diabetes;
· Entendendo o colesterol;
· Tabagismo;
· Automedicação;
· Suporte familiar.
Após orientações teve espaço para alongamento, e aferições de pressão arterial, glicemia, e dados antropométricos, e de acordo com necessidade, o agendamento de consultas médicas.
Sobre as potencialidades visualizadas, pode-se destacar a facilidade na execução do questionário por toda equipe, estando aberta a novos saberes, e com o interesse melhorar a qualidade da assistência prestada dentro da UBS.
Sobre as dificuldades diagnosticadas, percebe-se algumas recomendações que não realizadas durante o seguinte desses usuários. Alguns por problemas dentro da própria equipe e outros que dependem de outros setores como secretaria municipal de saúde, recursos materiais para execução do exame do pé diabético e do fundo de olho dos pacientes com indicação.
As dificuldades estarão em pauta na próxima reunião da equipe, para discussão e tentativa de implantação para melhoria do seguimento para o controle das doenças crônicas não transmissíveis.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: MS, 2011. (Série G. Estatística e Informação em Saúde).
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. Brasília: IBGE, 2010. (Suplemento Saúde).
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE – OPAS. Linhas de cuidado: hipertensão arterial e diabetes. Brasília: OPAS, 2010.
PASSOS, V. M. A.; ASSIS, T. D.; BARRETO, S. M. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiologia e Serviços da Saúde, Brasília, v. 15, n. 1, p. 35-45, 2006.
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. Geneva: WHO, 2003. (WHO Technical Report Series, 916).
ANEXOS
Ponto(s)