O DESAFIO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
ESPECIALIZANDO: FARLEY SOARES CANTIDIO
ORIENTADOR: JÂNIO RODRIGUES REGO
A equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS), com o intuito de trabalhar a problemática das doenças crônicas, decidiu realizar um levantamento dos dados referentes à população adscrita ao território e atualizá-los, durante os meses de agosto e setembro de 2018. O resultado dessa etapa, que contou com a colaboração dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e demais integrantes da equipe 1.6, permitiu concluir que a população atendida pelos profissionais totalizava 3.724 habitantes, distribuídos em 1.086 famílias. A partir desse quantitativo, o número de diabéticos encontrado foi o de 89, sendo 30 homens e 59 mulheres. Quanto aos hipertensos, verificou-se um total de 185, divididos em 71 do gênero masculino e 114 do gênero feminino.
Após o conhecimento sobre a realidade local, os profissionais de saúde procuraram responder às principais perguntas relacionadas às doenças crônicas do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) e as respostas encontradas foram as seguintes:
Ao identificar que muitos aspectos ainda necessitam de ajustes, a fim de que melhores resultados sejam alcançados, a equipe decidiu pela continuidade dos grupos de hipertensos e diabéticos, estratificação de risco dos usuários, trabalho com os pontos nutricionais dos usuários e das principais complicações pela não adesão à terapia medicamentosa.
No princípio das discussões, sob o ponto de vista técnico, a equipe concordou que o médico e o enfermeiro devem rotineiramente realizar o exame das mãos e pés do diabético na busca de neuropatias autonômicas e motoras, perda de sensibilidade, presença de lesões e úlceras plantares, para que uma intervenção precoce seja instituída. O exame fundoscópico torna-se imperioso pela capacidade de evidenciar lesões vasculares inicias, em uma fase anterior à etapa de maior gravidade, configurando-se como instrumento essencial para avaliação tanto de diabéticos quanto de hipertensos.
Para ratificar as decisões tomadas, a equipe de saúde ainda trouxe à discussão a última experiência vivida com um grupo operativo de hipertensos. Na ocasião, compareceram aproximadamente 20 pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial, que participaram como ouvintes e atores sociais durante uma palestra sobre as consequências cardíacas, renais, arterial periférica e cerebrais, em virtude de uma condição crônica mal compreendida ou com baixa adesão terapêutica. Os resultados, advindos da educação em saúde, reforçam a importância do trabalho em grupo, a discussão com a população sobre as suas dúvidas e o esclarecimento das consequências a curto e médio prazo das comorbidades.
Depreende-se do exposto, que as equipes necessitam trabalhar com ações de saúde que estimulem cada vez mais a autonomia do indivíduo e a modificação do estilo de vida, como opção adjuvante e não menos importante, para a redução das incapacidades, sequelas e mortalidade provenientes das doenças crônicas não transmissíveis. Dessa forma, com um olhar mais atento e compassivo, frente as dificuldades encontradas pelos pacientes em manter o ótimo controle de sua doença, o profissional identifica fatores intervenientes que possam estar alheios ao ambiente do consultório e que podem se clarificar com uma boa roda de conversa.
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