CONTROLE DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA EQUIPE DE ESF II, DO MUNICÍPIO DE SERRA DO MEL-RN.
ESPECIALIZANDO: ERILÇO ACACIO FIDELIS PEREIRA DOS SANTOS
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
COLABORADORES: DÉBORA LILIANE MOREIRA MARTINS (ACS)
EVANICE DA COSTA VIRGÍLIO (ACS)
FRANCISCA IRENE RODRIGUES DA SILVA (ACS)
FRANCISCO GILLIARDI DA SILVA (ACS)
LUCILÉIA GALDINO DA SILVA OLIVEIRA (ACS)
LUCIMARA LEÔNCIO DA SILVA (ACS)
MARCIA ADINEIDE FREIRE DE MOURA (ACS)
MARCILENE NOGUEIRA DE LUCENA SILVA (ACS)
MARIA CRISTIANA LEITE (TÉCNICA DE ENFERMAGEM)
A equipe da Estratégia de Saúde da Família II (ESF II), do Município de Serra do Mel-RN, foi convocada para participar da reunião de rotina da mesma, que correu às 07:30 horas, do dia 03 de setembro de 2018, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Serra do Mel (SINDIMEL).
Durante a referida reunião, foi apresentado o enfermeiro contratado pela prefeitura para substituir o titular da equipe que está afastado para tratamento de saúde. Um assunto bastante discutido durante a reunião foi a falta de equipamentos necessários para realização das atividades diárias da equipe, como, por exemplo, o esfigmomanômetro aneroide, instrumento imprescindível para medir a pressão arterial, que está na manutenção há mais um mês, e das fitas do glicosímetro, sem as quais não é possível a verificação da glicemia.
Nessa reunião também foi feita a primeira etapa da microintervenção do Módulo 9: Controle das doenças crônicas não transmissíveis na Atenção Primária à Saúde, do Programa de Educação Permanente em Saúde da Família (PEPSUS), do Programa Mais Médicos (PMM), cujo tema foi “O desafio das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na minha Unidade de Saúde”. Essa atividade consistiu em responder ao Questionário para a Microintervenção, com o objetivo de verificar se a equipe de ESF II executa as ações referentes ao controle das doenças crônicas não transmissíveis, no nosso território de atuação, que são preconizadas para o Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica – PMAQ/AB.
Na área de abrangência da Equipe de Estratégia de Saúde da Família II (ESF II), do Município de Serra do Mel-RN, a equipe faz consulta para pessoas com hipertensão arterial sistêmica (HAS) e normalmente não existe tempo de espera para a primeira consulta, pois elas são atendidas imediatamente logo após a realização do diagnóstico dessa patologia. A equipe possui cadastro de acompanhamento dos usuários com HAS no território de atuação e executa também o acompanhamento de pacientes hipertensos com diagnóstico de doença cardíaca.
Entretanto a equipe não utiliza protocolos para estratificação de risco das pessoas com hipertensão arterial, não avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários com HAS, não programa as consultas e exames de pacientes com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado, não possui registro dos hipertensos com maior risco/gravidade, não coordena a fila de espera e acompanhamento das pessoas com HAS que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção, nem possui o registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção.
No tocante a diabetes mellitus (DM), a equipe faz consulta para pacientes com essa doença e normalmente não existe tempo de espera para a primeira consulta, pois elas são atendidas imediatamente logo após a realização do diagnóstico dessa doença, a equipe também possui cadastro de acompanhamento dos usuários com DM.
Porém a equipe não possui registro dos diabéticos com maior risco/gravidade, não coordena a fila de espera e acompanhamento das pessoas com DM que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção, não possui o registro dos pacientes com diabetes mellitus de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção, não programa as consultas e exames dos usuários com DM em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado, não executa exame do pé diabético periodicamente nas pessoas com diabetes, nem faz exame de fundo de olho periodicamente em pessoas portadoras de diabetes mellitus.
Quanto à obesidade, a equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos pacientes atendidos, faz o acompanhamento deles nas unidades básicas de saúde, aciona a equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento dos mesmos na UBS e também os encaminha para serviço especializado. Contudo após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe não executa nenhuma ação, não oferta ações voltadas à atividade física e à alimentação saudável, nem oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso.
Após respondermos ao Questionário para a Microintervenção, chegamos à conclusão que a equipe não realizava nenhuma atividade considerada exitosa no controle das doenças crônicas não transmissíveis no nosso território adscrito, que pudéssemos divulgar.
Entre as ações preconizadas para o Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica – PMAQ/AB, que não são realizadas pela equipe atualmente, decidimos fazer o registro dos usuários portadores de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus com maior risco/gravidade, assim como dos encaminhamentos dos mesmos para outros pontos de atenção. A equipe resolveu também criar grupos de apoio para os pacientes portadores de obesidade da nossa área de abrangência.
O registro dos usuários portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) com maior risco/gravidade, assim como, o registro dos encaminhamentos dos mesmos para outros pontos de atenção, será realizado em um livro, no qual constará a data de comparecimento, o nome do paciente, o número do prontuário, o endereço (vila), a idade, o número do cartão SUS, o nome do patologia (HAS e/ou DM) e os encaminhamentos. Este registro é necessário, pois será solicitado durante a entrevista de avaliação externa do Programa de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção (PMAQ).
Registro dos usuários portadores de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) com maior risco/gravidade.
Data |
Paciente |
Pront. |
Vila |
Idade |
CartãoSUS |
HAS |
DM |
Encaminhamento |
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Com relação ao grupo de obesos, a equipe definiu que, devido ao nosso território de atuação apresentar uma área de grande dispersão territorial, serão criados dois grupos de apoio para os pacientes portadores de obesidade, levando-se em consideração a proximidade geográfica entre as microáreas (agrovilas) que compõem a nossa área de abrangência. Um grupo, que terá como vila polo a Vila Pará, será composto pelos usuários das Vilas Acre, Amazonas, Maranhão e Pará, e o outro grupo, que terá como vila polo a Vila Ceará, será formado pelos pacientes das Vilas Ceará, Paraíba, Piauí e Sergipe.
Após os pacientes realizarem a avaliação antropométrica (peso e altura), será calculado o índice de massa corporal (IMC) dos mesmos utilizando-se a fórmula IMC = Peso (kg) / Altura (m)2. Os usuários classificados como sobrepeso (IMC = 25 – 29.9) ou como obesidade (IMC > 30) serão encaminhados para os grupos de apoio de suas respectivas agrovilas.
As reuniões dos grupos de obesos deverão ser realizadas uma vez a cada quinze dias, em cada uma das vilas polo, e delas participarão os membros da equipe de Estratégia de Saúde da Família II (ESF II), a nutricionista e o educador físico do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e os usuários participantes dos referidos grupos.
Durante esses encontros a equipe de ESF II fará a avaliação antropométrica (peso e altura), o cálculo do índice de massa corporal (IMC), a medição da circunferência abdominal, a solicitação de exames laboratoriais (lipidograma, glicemia e função hepática), a aferição da pressão arterial e o HGT.
Os profissionais do NASF oferecerão informações e ações para os pacientes que quiserem perder peso, tais como, orientação nutricional, exercícios físicos e hábitos de vida saudáveis, essas ações poderão ser ofertadas tanto de forma coletiva, como também, de forma individualizada. Nessas reuniões também serão disponibilizadas informações e ações para o controle da hipertensão arterial sistêmica e da diabete mellitus.
Entre as potencialidades, podemos registrar o compromisso dos membros da equipe de ESF II e dos profissionais do NASF em executar as ações necessárias para controlar as doenças crônicas não transmissíveis, na nossa área de abrangência.
Quanto às fragilidades, podemos assinalar a falta de compromisso da gestão municipal, pois a mesma não está fornecendo os equipamentos necessários para realização das atividades diárias da equipe, nem os livros onde já deveriam estar sendo registradas as informações que serão solicitadas durante a entrevista de avaliação externa do Programa de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção (PMAQ). Outra fragilidade é a distancia entre as agrovilas, pois apesar dos grupos terem sido criados considerando-se a proximidade geográfica entre elas, talvez os pacientes não queiram ou não tenham transporte para se deslocar para a agrovila polo.
Com a execução dessas atividades direcionadas ao controle das doenças crônicas não transmissíveis, no território de atuação da equipe de ESF II, do Município de Serra do Mel-RN, esperamos diminuir a morbimortalidade por elas causadas, na nossa área de abrangência, assim como aumentar o vínculo entre a equipe de saúde da família, os profissionais do NASF e a nossa população adscrita.
REFERÊNCIAS
SOUSA, L. A. A.; ESTECHE, F. F. Módulo 9: Controle das doenças crônicas não transmissíveis na Atenção Primária à Saúde. Unidade 2: Diabetes mellitus e obesidade. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família (PEPSUS): 2017.
SOUSA, L. A. A.; ESTECHE, F. F. Módulo 9: Controle das doenças crônicas não transmissíveis na Atenção Primária à Saúde. Unidade 3: Hipertensão arterial. Programa de Educação Permanente em Saúde da Família (PEPSUS): 2017.
Ponto(s)