TÍTULO: RELATO DO PROCESSO DE TRABALHO DE UMA EQUIPE DE SAÚDE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTROLE DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NO MUNICÍPIO DE MACAPÁ-AP
ESPECIALIZANDO: EDER RODRIGUES NAZÁRIO
ORIENTADOR: CLEYTON CÉZAR SOUTO SILVA
Diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) atingem, respectivamente, 6,3% e 23,3% dos adultos brasileiros (BRASIL, 2011). No Brasil, essas doenças representam a primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, sendo apontadas como responsáveis por mais da metade dos diagnósticos primários em pessoas com insuficiência renal crônica submetidas à diálise no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro (OPAS, 2010).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a International Society of Hypertension, a hipertensão pode ser definida como a pressão arterial sistólica acima de 140 mmHg ou a pressão arterial diastólica acima de 90 mmHg ou ambas em, pelo menos, três ocasiões separadas (WHO, 1999).
Para iniciar a microintervenção desse capítulo foi sugerido a aplicação de um questionário durante a reunião com a esquipe. Tal questionário possuía 22 questões envolvendo o cuidado realizado para o hipertenso, o diabético e o obeso. Sendo assim, durante o mês de setembro durante a reunião semanal da equipe de saúde o questionário foi respondido e encontra-se em anexos desse trabalho.
Existe várias linhas de cuidado referente as doenças crônicas não transmissíveis dos pacientes adscritos da equipe 056, da UBS Cidade Nova em Macapá. O primeiro é o espaço na agenda médica para tais usuários. No dia de segunda feira pelo turno da manhã, há o espaço para atendimento a demanda programada, com agenda para 12 pacientes nesse período. Essas vagas são preenchidas e agendadas pelos agentes de saúde, permitindo o seguimento desses usuários conforme fluxograma estipulado pelo Ministério da Saúde, com os intervalos recomendados de seguimento, além da busca ativa de pacientes que por algum motivo deixam de ter o acompanhamento na UBS.
Por ter um turno semanal dedicado a essa parcela de usuários, o intervalo entre a solicitação da consulta e a execução da mesma é feita de forma rápida, com uma média de 7 dias corridos, e épocas com a demanda maior, em torno de 10 dias. Isso favorece a adesão ao tratamento médico proposto de uma forma geral, aumenta a adesão as consultas de cuidado programado, aumento do vínculo entre equipe de saúde e usuários, e consequentemente o aumento da satisfação do usuário com o serviço de saúde realizado na UBS.
A equipe de saúde utiliza protocolos para estratificação de risco de usuários com hipertensão arterial. Utilizamos três níveis de estratificação conforme recomendação: Verde – Baixo Risco (Estimativa de risco cardiovascular menor que 10% em 10 anos), Laranja – Moderado Risco (Estimativa de risco cardiovascular entre 10% a 20% em 10 anos), Vermelho – Alto Risco (Estimativa de risco cardiovascular maior que 20% em 10 anos). Normalmente ocorre conjuntamente com o diagnóstico para auxiliar no seguimento posterior daquele paciente e também anualmente, onde o mesmo passa por consulta médica, realiza exames laboratoriais de seguimentos, que busca identificar fatores de risco e comorbidades, podendo ser reclassificado diferentemente da primeira estratificação executada.
Existe também o livro de registro de usuários com maior risco, tanto para hipertensão arterial quanto para diabetes mellitus e também sobre as necessidades de encaminhamento. Por meio dele encontra-se informações de todos os usuários de maior risco que são atendidos e acompanhados pela equipe. Tal livro foi adaptado para o meio eletrônico e divulgado no fórum do módulo e encontra-se nos anexos desse trabalho,
Com o objetivo melhorar o acompanhamento dos usuários pela equipe, é feita aferição da pressão arterial em todas as consultas médicas, de enfermagem, e de outros profissionais. Para os pacientes que já possuem o diagnóstico de hipertensão arterial e que necessitam de tratamento farmacológico, é realizada aferição da pressão arterial no momento da dispensação dos medicamentos pela farmácia da UBS. Já os pacientes diabéticos, é feito a glicemia capilar para controle no recebimento dos medicamentos. Caso haja algum valor preocupante, uma consulta médica é agendada.
Por último, existe há cerca de um ano o grupo operativo para usuários de doenças crônicas não transmissíveis da UBS Cidade Nova. O encontro é realizado todas as sextas-feiras, as 08:00 da manhã e conta com as equipes da atenção básica e do NASF. Existe momento de palestras, alongamento, relaxamento, atividade física, aferição de pressão arterial e glicemia capilar, e conta com cerca de 20 usuários frequentes.
Sobre as potencialidades, percebemos um desafio para o cuidado das doenças crônicas não transmissíveis, que este sendo adequado e superado a cada dia, levando qualidade da assistência prestada na atenção básica.
Vale ainda ressaltar a importância do ACS dentro da atenção básica, pois possui o contato direto entre a equipe de saúde e os usuários, e por meio da busca ativa conseguem informações sobre os pacientes, que muitas vezes mudam de endereço, iniciam seguimento com especialistas no Hospital de Clínicas Doutor Alberto Lima, ou até mesmo em médicos particulares, e algumas vezes morrem.
Não houve qualquer dificuldade em responder o questionário durante a reunião da equipe. Todos estavam presentes e interessados, compartilhando seus pensamentos. Mas verificou-se alguns itens respondidos no questionário que precisam ser melhorados como a falta de realização do exame do pé diabético regularmente, e a falta de realização do exame de fundo de olho.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: MS, 2011. (Série G. Estatística e Informação em Saúde).
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE – OPAS. Linhas de cuidado: hipertensão arterial e diabetes. Brasília: OPAS, 2010.
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Guidelines Sub-Committee. 1999 World Health Organization – International Society of Hypertension guidelines for the management of hypertension. J Hypertens, n. 17, p. 151-183, 1999.
ANEXOS
Ponto(s)