TITULO:Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) realizada pela equipe de saúde 003.Santarem .Laranjal do Jari/AP.
ESPECIALIZANDO : DAYME TORRES ALBA
ORIENTADOR: CLEYTON CESAR SOUTO SILVA .
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) são doenças de longa duração cuja evolução é geralmente lenta. Essas doenças representam uma epidemia real que está aumentando devido ao envelhecimento da população e aos estilos de vida atuais que acentuam o estilo de vida sedentário e a dieta pobre, e resultam da combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. (OMS 2005).
Juntos, eles são responsáveis por mais de 60% das mortes, 80% das quais ocorrem em países de baixa e média renda. As principais DCNTs são diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias crônicas e doenças renais e caracterizam-se por compartilhar os mesmos fatores de risco.
Essas doenças são favorecidas por fatores de risco comportáveis modificáveis como a urbanização rápida e não planejada, a globalização de estilos de vida pouco saudáveis ou o envelhecimento da população. Dietas não saudáveis e inatividade física, consumo excessivo de álcool ,o uso de tabaco, podem se manifestar em forma de pressão alta, aumento da glicose (hiperglicemia) e lipídios no sangue e obesidade( hiperlipidemia). Estes são os chamados “fatores de risco metabólico”, que podem levar a doenças cardiovasculares, aumentando o risco de mortes prematuras por DNTs. (OMS 2005)
As DCNTs são consideradas uma questão de suma importância para Atenção Básica e, sobretudo para a Estratégia Saúde da Família (ESF).
Questões que são analisadas pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) criado em 2011 por iniciativa do governo federal com o objetivo de induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade dos serviços de Atenção Básica através de incentivo financeiro destinado às gestões municipais de saúde, condicionado à pactuação de compromissos e avaliação de indicadores firmados entre equipes de Atenção Básica, os gestores municipais e o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012).
Nossa reunião deste mês, foi para continuar discutindo os potos avaliados no PMAQ Dimensão: Educação permanente, Processo de trabalho e atenção integral a saúde. Subdimensão L: Atenção Integral à Saúde, padrão do 4.28 até 4,31. Padrões que são os identificados para discutir as ações de saúde desenvolvidas no âmbito das equipes de APS sobre as doenças crônicas. Respondendo a um questionário sobre questões de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e obesidade, com o objetivo de reforçar o conhecimento e prestar um serviço otimo à população.
Nossa equipe tem identificado os pacientes com doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade, asma e DPOC, para os quais temos um dia da semana programado para suas consultas de acompanhamento. Registros atualizados são mantidos, utilizamos protocolos de estratificação de risco por meio de avaliação antropométrica, controle da pressão arterial, níveis glicêmicos, avaliação de sintomas e sinais, resposta ao tratamento, presença de fatores de risco e outras doenças associadas. Além de controlar o grau de autonomia para o autocuidado, oferecemos grupos terapêuticos e atividades educativas sobre alimentação saudável. Acionamos a equipe de apoio matricial NASF para apoiar o acompanhamento destes usuarios na UBS. A população é incentivada a realizar atividades físicas, temos várias academias no território, um grupo de zumba patrocinado pelo Ministério da Saúde do município para o qual uma ampla área foi preparada, de modo que todas as pessoas participaram de graça.
Como se pode apreciar, muitas são as ações tomadas por nossa equipe para diminuir o índice de doenças crônicas, mas a ação que mais nos ajudou e que acreditamos ter sido bem exitosa e com mais sucessos são as intervenções educativas sobre para ajudar a modificar os fatores de risco, modo e estilo de vida da população através das palestras com temas de natureza geral.
Aproveitando o dia da consulta de Hiperdia, foi realizada uma palestra deixando a população conhecer todos os fatores de risco existentes que podem ser modificados com a ajuda da própria pessoa e como podem prevenir-las .
Os fatores de risco modificáveis são :
-Uso de tabaco.
-O consumo prejudicial de álcool.
-Dieta não saudável (baixo consumo de frutas e vegetais,)
-Inatividade física.
– Excesso de peso e obesidade. A obesidade afeta especialmente crianças e adolescentes e pode reduzir a expectativa de vida de uma pessoa até dez anos.
– Pressão arterial alta.
-Açúcar elevado no sangue (açúcar no sangue).
-Lipídios sanguíneos anormais e seu subconjunto “colesterol total aumentado”.
Sempre explicando que quanto mais fatores de risco uma pessoa tiver, maiores serão suas chances de sofrer de uma doença crônica e seu manejo será mais difícil. A influência determinante da família sobre os hábitos alimentares e atividade física deve ser destacada.( Colindres Julio Alberto 2007)
Promovendo uma vida saudável com Atividade física diária (mínimo de 30 minutos, cinco dias por semana). . Evite sobrecarga emocional ou estresse: leia, exercite-se, procure um hobby. Limite as horas que as crianças passam na televisão, computadores e videogames (menos de 2 horas por dia). Não fume e evite ambientes contaminados pelo fumo do tabaco. Convide as pessoas ao seu redor para que parem de fumar. Evite o consumo de bebidas alcoólicas. Beba muita água ao longo do dia. Diminui o consumo de alimentos com alto teor de açúcar e favorecer o consumo de carboidratos complexos (cereais, frutas e vegetais).Diminua a quantidade de sal na dieta, e não adicione sal a alimentos preparados antes de consumi-los. Não pule o café da manhã, passe tempo com a família.Evite ficar sem comida por longas horas, fazendo pequenos lanches com alimentos saudáveis (iogurte, frutas). Diminua o consumo de doces, geleias e refrigerantes. Coma alimentos ricos em fibras naturais diariamente, como frutas e vegetais frescos. Diminuir o consumo de alimentos gordurosos, como a casca de porco, margarina, manteiga, salsichas e frituras com gordura e óleos.
Manter o peso adequado de acordo com a altura e a idade, Não tome bebidas estimulantes excessivas do sistema nervoso, como café, chá, etc. Siga fielmente o tratamento que o seu médico lhe dá e não interrompa sem o seu consentimento.
Lembre-se de que as doenças crônicas são inimigos silenciosos que podem ser prevenidos e / ou evitam complicações vivendo e comendo de forma saudável. (COLINDRES, 2007).
Constata-se como principal dificuldade com esta intervenção educativa a falta de conhecimento da população sobre quão prejudiciais todos estes fatores de risco podem ser para a saúde e podem causar complicações de diferentes indoles.
Como potencialidade foi atingir tanto para a equipe de saúde quanto para as pessoas que estavam participando da Palestra, que entendiam a importância de uma alimentação saudável e mudar o estilo de vida, além disso foi possivel com esta estratégia de intervenção e promoção de saúde organizar o processo de trabalho da equipe, vincular os portadores de doenças crônicas não transmissíveis à unidade de saúde, garantindo o acompanhamento das consultas de atendimento continuado
Espera-se desta atividade modificar os fatores de risco nos usuários com DCNTs e promover ações de prevenção para suas complicações.
REFERÊNCIAS
1- Organização Mundial da Saúde (OMS). Prevenção de Doenças Crônicas um Investimento Vital. Geneva: 2005.
2-GBD 2015 Risk Factors Collaborators. Global, regional, and national comparative risk -assessment of 79 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet, 2016; 388(10053):1659-1724.
3- Ministério da Saúde. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB): manual instrutivo. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012.
4-Manual Educacional:Colindres Julio Alberto e Colaboradores, (2007), Doenças Crônicas Não Transmissíveis: Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial e seus fatores de risco da Comunidade Brisas del Valle, Município do Distrito Central, Tegucigalpa, Honduras.
5-Colindres Julio Alberto e Colaboradores, (2007), Conhecimento, Atitudes e Práticas em Doenças Crônicas Não-transmissíveis e seus Fatores de Risco, Colonia La Era, M.D.C., Tegucigalpa, Honduras.
6- C.A. Associação de Ligas Ibero-Americanas Contra o Câncer, (2002).
7- Current Nutrition Knowledge, Oitava Edição, Washington D.C. CARMEN, (2000).
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