26 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CAPÍTULO VI: CONTROLE DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DIABETES MELITUS HOJE PARA REDUZIR AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES DE AMANHÃ

 

DANIELLE BARBOZA ARAÚJO

CLEYTON CÉZAR SOUTO SILVA

 

 

As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte pelo mundo ocidental há décadas. No Brasil, as estatísticas seguem as mundiais, com 28,6% dos óbitos em 2011 serem causas do aparelho circulatório (SOAREs et al, 2013).

 

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento desses agravos são Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes melitus, obesidade, tabagismo, sedentarismo. Já foi comprovado que o tratamento e seguimento adequados têm influencia positiva na redução da ocorrência dos agravos carviovasculares, como infarto miocário, acidente vascular cerebral, doença arterial periférica, doença renal crônica.

 

Na minha área de atuação temos 315 hipertensos e 120 diabéticos cadastrados, de acordo com o último relatório de setembro, infelizmente minha enfermeira não realiza o acompanhamento desse público, deixando-o apenas a mim. Neste relatório, não estão discriminados quantos apresentam as duas comorbidades, porém de forma superficial temos uma grande população de pacientes com doenças crônicas.

 

O acompanhamento desse público está muito aquém do ideal, a consultas são marcadas de acordo com a demanda do paciente e não de acordo com estratificação de risco, o encaminhamento aos serviços de média e alta especialidade e a realização de exames complementares não são acessíveis, havendo pacientes que não conseguem realizar esse acompanhamento.

 

O seguimento de pacientes diabéticos é complicado, pois não conseguimos fazer o controle ambulatorial da glicemia capilar, mesmo de pacientes insulinodependentes, pela falta de fitas e glicosímetros. Alguns com algum recurso financeiro a mais, conseguem por algum período garantir, mas não por muito tempo.

 

Atualmente estamos sem nutricionista na unidade o que é um fator complicador no controle nutricional desses pacientes.

 

Na nossa reunião para responder o questionário, os problemas tornaram-se mais evidentes. A falta de resgistro de pacientes de alto risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares aponta para a nossa deficiência no acompamento desse público. Avaliações complemantares como fundoscopia e avaliação de sensibilidade não são realizadas por falta de equipamentos.

 

Durante a discussão dos tópicos, um ponto destacados são dos pacientes assintomáticos que não aderem ao tratamento e não realizam acompanhamento. Outro ponto é quando na avaliação de um casal pelos ACS, se dá mais atenção a aquele que se autodenomina “hipertenso” ou “diabético” e não é realizada a triagem com avaliação pressórica ou com glicemia capilar no outro conjugê, fazendo diagnósticos após a ocorrência de algum agravo cardiovascular como acidente vascular cerebral ou infarto do miocárdio.

 

Após essa discussão, foram propostas algumas mudanças como a inclusão de visitas domiciliares entre agentes comunitários e técnicos de enfermagem para a realização de triagens e avaliações, em pacientes diagnósticados e em assitomáticos com fatores de risco (idade > 40 anos, obesidade, tabagismo, alguma doença concomitante); ressaltado a importância da avaliação dos conjugês, mesmo assintomáticos.

 

A minha enfermeira disse que não tem disponibilidade de abrir uma agenda para o atendimento desse público, então permanece apenas o acompanhamento médico com consultas e renovações de receitas vencidas. Foi discutido a criação de um grupo de combate a obesidade, estamos em fase de amadurecimento e conversa com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família.

 

Após essas mudanças, alguns pontos e mudanças foram visualizadas, como o diagnóstico de pacientes assintomáticos hipertensos e diabéticos, o fortalecimento quanto a adesão ao tratamento tanto de sintomáticos quanto assintomáticos para evitar as complicações.

Ainda temos muitos quesitos para melhorar, próximos passos é desenvolver registros dos pacientes com maior risco de complicações para estreitar o acompanhemento e amadurecer a criação do grupo contra obesidade. Além de fortalecer as visitas entre agentes e técnicos, e capacitar os agentes para realizar essa triagem que é essencial para o diagnóstico precoce.

 

 

Soares, G.P et al. Evolution of socioeconomic indicators and cardiovascular mortality in three Brazilian states. Arq Bras Cardiol. 2013;100(2):147-56

 

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