29 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

TITULO: CONTRIBUINDO PARA A EFICACIA DO CUIDADO DOS PACIENTES HIPERTENSOS E DIABETICOS

  

ESPECIALIZANDO: Dra. BARBARA DELIS SAVIGNE

 

ORIENTADOR: CLEYTON CESAE SOUTO SILVA

 

         

       A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA ≥ 140 x 90 mmHg). Associa-se, frequentemente, as alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e as alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais (BRASIL, 2010) .

      A HAS é uma importante causa de morbimortalidade em todo o mundo com alta prevalência, é considerada um dos principais fatores de risco modificáveis para Doenças Cerebrovasculares, e um dos mais importantes problemas de saúde pública (BRASIL, 2010) .

      O Diabetes Mellitus (DM) é uma patologia caracterizada por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gordura (BRASIL, 2013b).

       Estas alterações são responsáveis por complicações microvasculares (na retina, glomérulos renais e nervos periféricos) e macrovasculares, que revelam a alta morbidade associada à doença. Sendo assim, são de extrema importância o controle adequado desta doença e o rastreamento para o diagnóstico precoce das complicações (LOPES, 2006).

       No Brasil, devido às mudanças nos perfis demográfico, epidemiológico e nutricional da população e ao controle em um número de enfermidades transmissíveis, vêm observando-se, nas últimas décadas, uma inversão do perfil epidemiológico com redução das doenças infecciosas e o aumento significativo da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), (CASADO, 2009).

         As DCNT têm sido um desafio para o trabalho da Atenção Primaria. A prevenção primária, a detecção precoce, o tratamento e o controle da HAS e DM são as formas mais efetivas de evitar hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares. Essas devem ser metas prioritárias dos serviços e profissionais de saúde (CASADO, 2009).

         A atenção às condições crônicas deve envolver uma equipe multiprofissional, a fim de prestar atendimentos programados individuais ou em grupos. Devem incluir a atenção às agudizações das condições crônicas, ações preventivas, educacionais e de autocuidado  apoiado. As intervenções individuais e grupais podem promover o empoderamento das pessoas, e capacitá-las para o autocuidado, sendo estratégias efetivas no manejo das condições crônicas (MENDES, 2011).

         Na nossa Unidade Básica de Saúde para a abordagem e cuidado de pessoas com HAS e DM realiza-se um conjunto de ações sistematizadas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes (Anexo 1). Além da rotina da consulta de Hiperdia, elabora-se uma classificação de risco para definir um protocolo de atendimento e priorizar os pacientes com complicações (Anexo 2).

        O diagnóstico precoce e o cadastro dos portadores de HAS e DM permitem o acompanhamento dos mesmos pela equipe de Saúde da Família. Por isso a nossa equipe realiza busca ativa de hipertensos e diabéticos na comunidade. A captação destes indivíduos para cadastro e acompanhamento é realizada nas visitas domiciliares, realizando verificações de pressão arterial de rotina e/ou dosagem dos níveis de glicose, sem esquecer a identificação oportuna dos fatores de risco destas doenças. A partir do momento que a nossa equipe sai da unidade de saúde, temos a oportunidade de intervir precocemente na prevenção do avanço das doenças.

           Algumas das pessoas acompanhadas apresentaram HAS, sendo que as mesmas desconheciam serem portadoras dessa doença. Desta forma a atividade mostrou que a hipertensão arterial esta presente de forma silenciosa e comprovando a necessidade da busca ativa e educação em saúde no sentido de alertar as pessoas e profissionais de saúde quanto ao diagnóstico precoce da HAS a fim de evitar agravos e complicação referentes a essa doença.

         Outro aspecto é que a HAS, acometeu mais homens do que as mulheres isso porque os homens tende evitar o serviço de saúde, que são mais utilizados pelas mulheres.

         Cabe ressaltar como fragilidade que a realização de busca ativa teve suas limitações em relação ao número insuficiente de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na área adstrita à UBS. Ainda temos áreas descobertas. A ampliação do quadro de agentes de saúde será fundamental para a detecção precoce de doenças como hipertensão arterial e diabetes, bem como melhoria do acompanhamento domiciliar.  Identificou-se como potencialidade que foi possível envolver a família junto ao cuidado da pessoa hipertensa.

       Recomenda-se continuar o aperfeiçoamento das ações voltadas ao cuidado dos diabéticos e hipertensos na nossa área, com o objetivo principal de para prestar um serviço cada vez melhor, contribuir com o controle clinico e prevenção de agravos nesse grupo de pacientes e induzir mudanças na qualidade da Atenção Básica.

 

 

REFERÊNCIAS

 

  1. Sociedade Brasileira de Cardiologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51. 22.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013 a.
  3. LOPES, A. C. Tratado de Clínica Médica. 1.ed. São Paulo: Roca, 2006.
  4. Casado, Letícia; Vianna, Lúcia Marques, Thuler, Luiz Cláudio Santos. Fatores de risco para doenças não transmissíveis no Brasil: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Cancerologia 2009; 55(4): 379-388. 5.
  5. Mendes EV. As redes de atenção à saúde [Internet]. 2ª ed. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde; 2011

                                                                                                                                           

                                                                                                                                                           ANEXOS

 

 

Em relação às pessoas com HIPERTENSÃO ARTERIAL

Em relação às pessoas com DIABETES MELLITUS

QUESTÕES

SIM

NÃO

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?

 

 

 

X

 

 

 

X

 

Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?

 

 

                 2 DIAS

 

 

            2 DIAS

 

A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?

 

 

 

X

 

 

 

A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?

 

 

 

X

 

 

 

A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?

 

 

 

 

 

 

 

 

X

 

A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?

 

 

 

 

X

 

 

 

X

 

A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?

 

 

 

X

 

 

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

 

 

X

 

 

 

A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?

 

 

 

X

 

 

 

A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?

 

 

 

 

X

 

 

 

 

X

 

A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?

 

 

 

 

 

 

X

 

 

 

 

 

 

 

X

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

 

 

 

 

 

 

X

 

A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?

 

 

 

 

 

X

 

A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?

 

 

 

 

 

 

X

EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos?

 

X

 

Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação?

 

X

 

Se SIM no item anterior, quais ações?

QUESTÕES

SIM

NÃO

Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS

 

X

 

Oferta ações voltadas à  atividade física

 

X

 

Oferta ações voltadas à alimentação saudável

 

X

 

Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS

 

 

X

 

Encaminha para serviço especializado

 

X

 

Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso

 

X

 

 

    

                    Anexo1: Questionário de monitoramento de ações prioritárias da atenção ao paciente hipertenso e/ou diabético

                                          

 

 

 

 

No. Prontuário

 

 

 

 

 

 

Nome Completo

 

 

 

Idade

 

 

 

Sexo

 

 

 

Hipertensão A.

 

 

 

Diabetes M.

 

 

        

     Complicações associadas

 

Sim

 

Não

 

Sim

 

Não

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

                        

                              Anexo 2: Registro de pacientes com  hipertensão arterial  e/ou diabetes de maior risco/gravidade. UBS Dr. Jose Ribamar Cavalcante                                          

 

 

 

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