ATENÇÃO Á SAÚDE DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE CENTRO
Especializando: Álvaro Rodrigues de Freitas
Orientadora: Maria Helena Pires Araújo Barbosa
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) tem sido responsáveis por 51,6% do total de óbitos na população de 30 a 69 anos no Brasil (BRASIL, 2018). Conhecendo a magnitude desse problema, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Centro, em Campo Redondo/Rio Grande do Norte, com o objetivo de reduzir e controlar a ocorrência das doenças crônicas não transmissíveis entre a população do seu território, procura identificar os usuários acometidos por esses agravos e os fatores de risco para subsidiar o planejamento, a execução e a avaliação de ações direcionadas à prevenção e tratamento dessas doenças.
A atenção á saúde das pessoas vivendo com doenças crônicas não transmissíveis na área de abrangência da UBS Centro é compreendida pelas seguintes ações: consulta para pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes Mellitus (tempo de espera para primeira consulta é de até uma semana), ficha de cadastro/acompanhamento de sua população com HAS e/ou DM, utilização de protocolos destinados à estratificação de risco dos usuários com hipertensão, avaliação das comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos pacientes hipertensos, registro dos pacientes com HAS com maior risco/gravidade, consultas e exames programados a partir da estratificação de risco dos usuários com hipertensão, acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas hipertensas, registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade, coordenação da fila de espera e acompanhamento dos usuários hipertensos e/ou diabéticos que necessitam de cuidados em outros pontos de atenção e, registro dos usuários referenciados para outro serviço. Ainda, realização de exame de pé diabético e quando o paciente necessita realizar o exame de fundo de olho, este é encaminhado para um médico oftalmologista da rede de atenção à saúde do município.
Por sua vez, no referente à atenção à pessoa com obesidade, a equipe de saúde da UBS Centro realiza avaliação antropométrica dos seus usuários, assim como o seu acompanhamento, ações voltadas para importância da atividade física e alimentação saudável e, encaminhamento para serviço especializado, quando necessário.
Para responder ao questionário proposto, a equipe de saúde da Unidade foi reunida e todos se mostraram dispostos em finalizá-lo. Foi também um momento em que foi debatida a atenção á saúde das pessoas vivendo com doenças crônicas não transmissíveis na Unidade. A dificuldade apresentada foi em reunir a toda a equipe.
Para exemplificar a atenção à saúde dos usuários com doenças crônicas não transmissíveis da UBS Centro, será descrito, a seguir, alguns pontos sobre a prevenção, rastreamento, tratamento e acompanhamento dos usuários com HAS, grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, atingindo 24,3% da população adulta no país (BRASIL, 2017).
O diagnóstico precoce e o acompanhamento efetivo dos casos são pontos considerados importantes para a assistência dos usuários com hipertensão arterial sistêmica na UBS Centro, já que a HAS apresenta alta morbimortalidade, com perda importante da qualidade de vida (BRASIL, 2013). São ações consideradas exitosas, já que vem impactando positivamente a assistência em saúde dos indivíduos com hipertensão acompanhados pela unidade.
No referente ao diagnóstico precoce, a equipe realiza a aferição da pressão arterial regularmente em pessoas acima de 20 anos de idade, ao menos uma vez por ano. Quando há casos de usuários com histórico de hipertensão na família, a pressão arterial é verificada duas vezes por ano.
O acompanhamento efetivo dos casos pelas equipes da atenção básica é fundamental, pois o controle da pressão arterial reduz complicações cardiovasculares. A consulta de avaliação inicial de usuários com hipertensão arterial sistêmica é realizada pelo médico da equipe e tem como finalidade identificar os fatores de risco, a presença de lesões em órgãos-alvo e alguma situação que requeira outra abordagem clínica, como o encaminhamento para outro ponto da rede de atenção. Neste momento, são realizados o histórico do paciente, exame físico, solicitação de exames laboratoriais (diagnóstico e avaliação de risco), avaliação do risco cardiovascular e o manejo terapêutico.
O acompanhamento segue com o cuidado multiprofissional com o objetivo de manter os níveis pressóricos controlados para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diminuir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com HAS. O tratamento é norteado por dois pontos: o tratamento farmacológico e não farmacológico.
O estilo de vida é um fator fundamental para a prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas a hipertensão arterial sistêmica (BRASIL, 2018). Para isso, a equipe enfatiza a importância da adoção de um estilo de vida saudável. A seguir, algumas orientações fornecidas aos usuários da UBS: manutenção do peso adequado, não abusar do sal, prática de atividade física regular, abandonar o fumo, moderar o consumo de álcool, evitar alimentos gordurosos, entre outros.
Ainda neste contexto, a UBS Centro adotou como ferramenta para auxiliar a prevenção e controle da hipertensão arterial sistêmica (e das doenças crônicas não transmissíveis), que vem mostrando resultados efetivos, os “10 passos para uma alimentação saudável para pessoas com HAS” (BRASIL, 2013):
Com o objetivo de reduzir os principais fatores de risco relacionados com a hipertensão arterial sistémica em usuários da área de abrangência da UBS Centro, está em processo de implantação uma série de ações de promoção e prevenção da saúde para diminuir a morbimortalidade decorrente da HAS através de mudanças no estilo de vida desses indivíduos.
O diagnóstico precoce da HAS não requer tecnologia sofisticada, e a doença pode ser tratada e controlada com mudanças no estilo de vida, com medicamentos ofertados gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e de poucos efeitos colaterais (BRASIL, 2013).
Este projeto foi dividido em quatro etapas, são elas: visitas domiciliares para conhecer o perfil dos usuários com hipertensão arterial sistémica, capacitação dos profissionais da equipe de saúde da Unidade, realização das atividades educativas (rodas de conversa) com os pacientes e, por último, a avaliação das referidas atividades.
Atualmente realizam-se as visitas domiciliares e a definição das temáticas que serão abordadas nas ações educativas: hábitos de vida saudáveis, principais fatores de riscos associados com a HAS e a importância do controle dos níveis pressóricos e adesão ao tratamento. Essas ações são comprovadamente eficazes e são aplicadas na atenção básica de Campo Redondo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica (hipertensão arterial sistêmica). Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 128 p.
BRASIL. Governo do Brasil. Hipertensão atinge 24,3% da população adulta. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2013/11/hipertensao-atinge-24-3-da-populacao-adulta/pressao-arterial-dados-ms.jpg/view>. Acesso em 10 set. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Hipertensão arterial/pressão alta. Brasília, 2018. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/hipertensao>. Acesso em: 10 set. 2018.
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