21 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

   Melhorar seu estilo de vida para prevenir complicações

                                                                                                                       Especializando: Alicia Espinosa Lòpez.

                                                                                                                       Orientador: Cleyto Cèsar Souto Silva                                                                                              

          As doenças crônicas compõem o conjunto de condições crônicas. Em geral, estão relacionadas a causas múltiplas, são caracterizadas por início gradual, de prognóstico usualmente incerto, com longa ou indefinida duração. Apresentam curso clínico que muda ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização, podendo gerar incapacidades. Requerem intervenções com o uso de tecnologias leves, leveduras e duras, associadas a mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que nem sempre leva à cura (BRASIL, 2013).

          As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que as DCNT são responsáveis por 61% de todas as mortes ocorridas no mundo, ou cerca de 35 milhões de mortes em 2015. No Brasil as DCNT seguem padrão semelhante, e em 2007 foram a principal causa de óbito, destacando-se as doenças do aparelho circulatório (29,4%) e as neoplasias (15,4%). Séries históricas de estatísticas de mortalidade disponíveis para as capitais dos estados brasileiros indicam que a proporção de mortes aumentou em mais de três vezes entre 1930 e 2006 (BRASIL, 2010).

          De acordo com a OMS, um pequeno conjunto de fatores de risco responde pela grande maioria das mortes por DCNT e por fração substancial da carga de doenças devida a essas enfermidades. Dentre esses fatores, destacam-se o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a obesidade, as dislipidemias (determinadas principalmente pelo consumo excessivo de gorduras saturadas de origem animal), a ingestão insuficiente de frutas, legumes e verduras e a inatividade física. Por conta da potencial relevância das DCNT na definição do perfil epidemiológico da população brasileira e, mais importante, em face de que os fatores de risco para essas doenças serem passíveis de prevenção, o Ministério da Saúde implantou, em 2006, o sistema VIGITEL – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. (BRASIL, 2010)

          A equipe 020 da UBS Igarapé da Fortaleza realiza consultas de cuidados continuados a todos os pacientes com Doenças Crônicas não Transmissíveis, normalmente a primeira consulta é realizada no consultório ou nas visitas domiciliar, também é estudado  os pacientes com antecedentes familiares destas enfermidades. É usado o protocolo de estratificação de riscos dos usuários com hipertensão, além de uma avaliação da existência de comorbidades e fatores de riscos cardiovasculares nos mesmos.

          Importante mencionar que a equipe possui um cadastro de pacientes Hipertensos e Diabéticos identificando aqueles de maior gravidade, os quais são visitados pela equipe com mais frequência, aliás, de contar com consultas planejadas periodicamente segundo as caraterísticas clinicas e pessoal de cada paciente, oferecendo um serviço de realização de exame de laboratório, para a avalição metabólica, e agora contamos com um laboratório no município, providenciado pelo SUS, o qual tem sido de muita ajuda no acompanhamento dos usuários, sobre tudo daqueles que tem mais dificuldades econômicas. Os pacientes com maior risco cardiovascular são solicitados exames mais específicos como Eletrocardiograma (ECG), mapa, Ecocardiógrafia, e se precisar são encaminhados para o serviço de cardiologia se apresentar alguma complicação, porque o município não conta com o número de especialistas  necessários para cobrir as necessidades da população.

          À todos os pacientes diabéticos em consultas programadas na UBS realiza-se glicemia em jejum para avaliar as condições metabólicas do mesmo, além disso, no momento da consulta é realizado um exame físico exaustivo focado na busca de afecções dos órgãos alvo, como por exemplo, coração, rins e a perda da sensibilidade nervosa causante de pé diabético, para maior detalhe são solicitados exames como hemoglobina glicosilada, creatinina, ureia, entre outros, ou seja toda a química sanguíneas e fundo de olho. Também se oferece muitas informações relacionadas com a importância da dieta e exercícios físicos. Para todo usuário a equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) calcula-se índice de massa muscular, e aqueles que apresentem sobrepeso ou qualquer grau de obesidade, sendo consultados com a nutricionista da equipe do NASF.

          Tendo em vista que precisamos de maior controle dos pacientes com Doenças Crónicas Não Transmissível (DCNT) para evitar complicações, a equipe realizou uma reunião para a melhora da qualidade do registro destes pacientes, onde se levaram varias proposta de formato de diferentes registros. Foi aceito um registro feito por um colega de outra UBS que compartilhou no fórum do modulo atual, achamos muito interessante já que solicita vários dados importantes para o controle destas doenças, também a equipe combinou de fazer mais frequentes ações voltadas a prevenção de complicações em pacientes com doenças crônicas na área.

          Como atividade exitosa a equipe em conjunto com o NASF fez várias palestras com pacientes hipertensos, diabéticos e obesos, na comunidade, que teve bom acolhimento por parte dos usuários, sendo distribuídos vários folhetos explicando a importância do exercício físico, mudança no estilo de vida, e da dieta saudável para se manter o nível de glicose, colesterol e triglicérides no sangue em parâmetros dentro a normalidade. A  importância de tomar as medicações diária e aprender os nomes que cada uma. A  equipe ficou muito contente com o resultado obtido, pois eles tiraram dúvidas e voltaram para as casas com mais informação sobre sua doença.

          A maior potencialidade para responder este questionário foi que a equipe conta com registros atual, e trata diariamente pacientes com esse tipo de doenças, então já conhece sobre o assunto e tenta trabalhar pelas diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Outra vantagem é que já o município conta com um laboratório funcionando pelo SUS, o que beneficia a muitos pacientes, sobre todo idosos com varias doenças crônicas que estavam precisando de controle metabólico, e assim evitar a perda de uma boa avaliação em consulta por falta de realização de exames, aliás, todas as unidades contam com glicômetro para avaliar os pacientes diabéticos no momento da consulta.

          Houve varias dificuldades para realizar essa micrintervenção, a mais relevante foi que o município não conta com endocrinologista e apenas um cardiologista pelo SUS, então fica difícil para uma avaliação especializada para os pacientes, a vezes é muito demorado para marcar uma consulta com esses especialistas, mas o atendimento individual e em grupos são mantidos na UBS e assim os usuários não ficam sem acompanhamento médico. Também mensalmente é entregue os medicamentos controlados segundo o perfil de todos dos usuários de doenças crônicas não transmissível.

            Após essa microintervenção a equipe espera que os pacientes sejam mais disciplinados e voltarem a consulta quando eles são citados, também que estejam ciente da importância de fazer bem o tratamento e as medidas preventivas, o autocuidado para evitar complicações como  infarto agudo do miocárdio (IMA), acidente vascular cerebral (AVC), retinopatias, neuropatias, entre outras complicações muito frequente do aparelho cardiovascular e  o endócrino metabólico principalmente.

         As mudanças positivas do SUS e na forma de pensar dos usuários é ainda um verdadeiro desafio na atualidade para todo profissional de saúde, mas temos que continuar batalhando no dia a dia para levar a saúde aos 100% da população, e sobre todo uma atenção de qualidade e humanizada, fortalecer as equipes de estratégia de saúde da família,  continuar oferecendo atividade educativa de saúde á população para garantir o conhecimento e que eles, em verdade saiba como agir ante qualquer problemas de saúde, que saibam qual médico procurar e não esperar que seja tarde de mais para um atendimento, já que isso gera perda de vidas humanas, e em alguns casos deficiências permanentes.

 

Referencias:

-Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília: Ministério da Saúde, 2013

-BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: MS, 2011. (Série G. Estatística e Informação em Saúde).

 

 

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