3 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Titulo: Ações de saúde para melhorar a linha de cuidado do crescimento e desenvolvimento da criança no PSF Ivan Bezerra.

Especializando: Yanet Huerta Montana.

Orientador: Tulio Felipe Vieira de Melo.

 

            No Brasil, a taxa de mortalidade infantil caiu muito nas últimas décadas, devido principalmente a ampliação da cobertura da Estratégia de Saúde da Família. Essas ações refletiram na diminuição dos óbitos infantis de 47,1 a cada mil nascidos vivos, em 1990, para 15,6 no ano 2010. A maior parte dos óbitos na infância concentra-se no primeiro ano de vida, sobretudo no primeiro mês, considerando-se a prematuridade dentro das 5 primeiras causas (BRASIL, 2015).

            Na nossa unidade vem se trabalhando no melhoramento da atenção com qualidade tanto do planejamento familiar, o pré-natal e puerpério, as quais são condições cruciais para que o crescimento infantil se processe de forma adequada.

            A Unidade Básica de Saúde Ivan Bezerra decidiu realizar uma reunião para avaliar as potencialidades e dificuldades da linha de cuidado da criança no crescimento e desenvolvimento, sobretudo os menores de 5 anos. Para isso, a equipe respondeu ao questionário de acordo com as ações preconizadas pelo PMAQ/AB (ANEXO 1). Assim como determinar as potencialidades e dificuldades que apresenta a unidade nas consultas de puericultura e sobre a existência de violência infantil.          

            A equipe decidiu trabalhar sobre as estratégias adotadas pela OMS, as quais direcionam a atenção à criança, priorizando as cinco ações básicas de saúde que possuem comprovada eficácia como a promoção do aleitamento materno, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, imunizações, prevenção e controle das doenças diarreicas e das infecções respiratórias agudas (MACEDO, 2010).

            Na unidade se realizam as consultas de puericultura até os dois anos de idade. Na primeira semana de vida se garante uma primeira visita domiciliar do agente de saúde, enfermeira, médico e técnica de enfermagem ao binômio mãe e RN no contexto da família, com o objetivo de observar as relações familiares, facilitar o acesso ao serviço de saúde, possibilitar e fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de saúde, escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa vital da família (nascimento de um filho), estimular o desenvolvimento da parentalidade, orientar a família sobre os cuidados com o bebê, falar sobre os maus tratos infantil, situação que até o momento nunca se apresentou na unidade, mas sempre se esta de olho nessa situação.

            Nós também realizamos busca ativa nas mulheres com sinais de depressão puerperal, promovemos o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida, prevenimos lesões não intencionais e identificamos sinais de perigo à saúde da criança. Além disso, se orienta o teste de triagem neonatal (teste do pezinho), preferivelmente entre o terceiro e quinto dia de vida e realizamos orientações sobre os outros testes como o do coraçãozinho e da orelhinha pelo SUS, e teste da linguinha e olhinho particular, recomendando-se fazer antes dos três meses de vida.

            A consulta de puericultura se faz mensalmente até o primeiro ano de vida e depois a cada três meses até o segundo ano de vida. Realizando anamneses da criança, identificando antecedentes pré-natais, perinatais e pós-natais, determinando a classificação do risco pediátrico, além da avaliação do crescimento e desenvolvimento da criança, peso, altura, perímetro cefálico e abdominal, determinando o estado nutricional do lactente, avaliação do desenvolvimento psicomotor e reflexos segundo a idade. A mãe/responsável deve ser muito bem orientada para compreender as informações contidas no Cartão da Criança, como o peso, estatura, circunferência abdominal e perímetro cefálico.

            Na unidade também se realiza atividades de promoção e prevenção para todas as crianças, como palestras, consultas coletivas e dinâmicas de grupos com a participação de todos os integrantes da equipe. As consultas coletivas são muito importante, pois com elas se alcança maior incentivo à participação da família, envolvendo-a com maiores informações sobre os cuidados e problemas de saúde de sua criança, dando maior ênfase nas ações de promoção da saúde, além de fortalecer a integralidade das ações de assistência e a atuação em equipe, assim como a avaliação das medidas antropométricas e orientações individuais ao final da consulta coletiva. Esta experiência coletiva abre caminhos para os membros participantes relatarem suas experiências diárias com a criança, favorecendo a troca de conhecimentos entre todos os indivíduos e facilitando o agir do profissional, tendo como objetivo final o cuidado otimizado da criança.

            A nossa linha de cuidado de atendimento da criança inicia-se com as consultas de crescimento e desenvolvimento até os dois anos de idade, na maioria das consultas seguimos o que é preconizado pelo Ministério da Saúde e pela OMS. Para ter maior controle das consultas, mantemos uma boa comunicação entre familiares e profissionais de saúde, isso nos ajuda a cumprir 100% do esquema de vacinação e alcançando na maioria das vezes um aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. Assim como a utilização do caderno de criança fazendo todas as anotações pertinentes.

            Existem muitas potencialidades da equipe no desempenho das puericulturas, pois se consegue levar um bom seguimento das crianças desde a primeira semana até os dois anos de vida, seguindo os protocolos atualizados nas crianças, e se realizam todas as anotações pertinentes nas cadernetas.

            Para concluir, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento é parte importante da assistência à saúde da criança, tendo em vista, principalmente a vulnerabilidade que ela envolve. Através da continuidade desse acompanhamento, busca-se a redução das doenças e melhor qualidade de vida no crescer e desenvolver das mesmas. Assim como aumentar a satisfação da população.

Anexo 1. Questionário para Microintervenção:

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos (crescimento/desenvolvimento)?

X

 

A equipe utiliza protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos?

X

 

A equipe possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território?

X

 

A equipe utiliza a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento?

X

 

Há espelho das cadernetas de saúde da criança, ou outra ficha com informações equivalentes, na unidade?

X

 

No acompanhamento das crianças do território, há registro sobre:

QUESTÕES

SIM

NÃO

Vacinação em dia

X

 

Crescimento e desenvolvimento

X

 

Estado nutricional

X

 

Teste do pezinho

X

 

Violência familiar

X

 

Acidentes

X

 

A equipe acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de outro serviço (CRAS, Conselho Tutelar)?

X

 

A equipe realiza busca ativa das crianças:

QUESTÕES

SIM

NÃO

Prematuras

X

 

Com baixo peso

X

 

Com consulta de puericultura atrasada

X

 

Com calendário vacinal atrasado

X

 

A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses?

X

 

A equipe desenvolve ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses da criança?

X

 

  1.  

 

 

Referencias Bibliográficas:

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Primária em Saúde. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015c. 184 p. (Cadernos de Atenção Primária em Saúde; n. 23).
  2. MACEDO, Isabelle Pinheiro de. Acompanhando o crescimento e o desenvolvimento da criança: uma intervenção integrada entre enfermagem e família / Isabelle Pinheiro de Macedo. – Natal, 2010. 120 f. : il.
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