TÍTULO: ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA
ESPECIALIZANDO: WILIAN OSVALDO PEREZ TORRES
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
Uma das prioridades da Estratégia da Saúde da Família (ESF) diz respeito à atenção integral à saúde da criança e aponta para o compromisso de promover qualidade de vida, de forma que a criança possa crescer e desenvolver todo seu potencial. No contexto atual, diante dos desafios apresentados e reconhecendo as iniciativas e o acúmulo de experiências, o Ministério da Saúde organizou uma grande estratégia, a fim de qualificar as Redes de Atenção Materno-Infantil em todo o país com o objetivo de reduzir as taxas, ainda elevadas, de morbimortalidade materna e infantil no Brasil. Trata-se da Rede Cegonha, implantada em parceria com estados e municípios, gradativamente, em todo o território nacional. Ela traz um conjunto de iniciativas que envolvem mudanças no modelo de cuidado à gravidez, ao parto/nascimento e à atenção integral à saúde da criança, com foco nos primeiros dois anos e em especial no período neonatal (BRASIL, 2012)
Para dar resposta ao formulário, e saber sem a equipe realiza as ações preconizadas para o PMAQ/AB, sobre atenção à saúde da criança, primeiramente nossa equipe fez uma reunião com a participação de todos os integrantes, onde com um análise crítica, cada um estava dando suas considerações sobre o assunto, encontrando seis pontos em que a equipe praticamente não realizava ações demostrando fragilidades do ponto de vista assistencial. Esses pontos foram: A equipe não possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território, não há espelho das cadernetas de saúde da criança, ou outra ficha com informações equivalentes, na unidade, não há registro de violência familiar, de acidentes, a equipe não acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de outro serviço (CRAS, Conselho Tutelar) e a equipe não desenvolve ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses da criança.
Com o objetivo de superar as fragilidades encontradas e melhorar a qualidade da atenção a nossas crianças, decidimos fazer essa micro intervenção. Em nossa UBS a atenção à saúde da criança é feita através das consultas de puericulturas de forma alternada médico e enfermeiro (Terça e Sexta). Estas são primeiramente agendadas pelos agentes de saúde, priorizando as crianças de 0 a 2 anos de idade. É importante enfatizar que contamos com os recursos necessários para realizar uma puericultura com qualidade. Os agentes de Saúde após o conhecimento das gravidas da sua micro área e as datas prováveis de parto, fazem busca ativa dos recém-nascidos para encaminhá-los para nossa consulta antes da primeira semana de vida, e recém-nascidos prematuros ou com baixo peso nas primeiras 48 horas de chegados à área da saúde.
A partir da constatação do alto índice de absenteísmo nas consultas agendadas de puericultura na Unidade de Saúde de Poço Redondo, as equipes após várias reuniões e discussão no grupo decidiram fazer uma atividade educativa com todas as gestantes de nossa área, onde foram distribuídas palestras, vídeos e folhetos sobre a importância de levar as crianças à consulta.
Durante a realização da atividade, as gestantes expressaram sua opinião sobre o assunto e levantaram os principais problemas para os quais muitas mães não levaram seus filhos para consulta, eles foram: a distância do posto de saúde, que não tinham dinheiro para pagar o transporte, outras sugeriram que, não podiam faltar ao trabalho, já que as empresas descontariam de seu salário as horas faltantes, isso no final do mês acarretaria em perda de benefícios (sacolão, vale-alimentação, gratificação de assiduidade, entre outros), outras consideraram que se a criança estava bem, não havia necessidade de levar a consulta. Também começamos a fazer consultas de puericultura para todas as criança com menos de 2 anos de idade, que chegaram à UBS por demanda espontânea o por outro motivo (para realizar teste de pezinho ou para vacinação).
Ao terminar esta mico intervenção, foi possível fazer o cadastramento de todas as crianças até 2 anos de idade, o que demonstra nosso potencial ao fazer o trabalho em equipo, isto facilitaria a implementação de atividades de promoção e prevenção da saúde nesta faixa etária. Com esta intervenção, nossa equipe aprendeu a organizar melhor as agendas das consultas para as crianças e a buscar alternativas no planejamento de nosso trabalho. A principal mudança foi que a equipe conseguiu se adaptar da melhor maneira possível para resolver os problemas identificados. Esperamos que, com a continuidade desta micro intervenção, se obtenha uma diminuição significativa do índice de absenteísmo nas consultas agendadas de puericultura na UBS.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Cadernos de Atenção Básica, n. 33).
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