2 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

TÍTULO: A SAÚDE DA CRIANÇA NA ZONA RURAL DE INDIAROBA (SE)

ESPECIALIZANDO: RODRIGO MOTA GOMES

ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO

 

Sou médico de uma Equipe de Saúde da Familiar (ESF) da cidade de Indiaroba-SE, o número de usuários da minha área é de aproximadamente 3500 distribuídos em cinco povoados. Cada povoado recebe a visita da Equipe de Saúde da Família cerca de uma vez por semana, totalizando ao longo do mês aproximadamente quatro visitas, em cada um dos povoados.

A saúde infantil, com a puericultura, é um dos grandes desafios da atenção básica, pois sabemos que uma criança saudável será um adulto com menos co-morbidades no futuro. Ao começar as atividades na área tentamos introduzir um dia de atendimento as crianças, porém com o decorrer do tempo notamos que a demanda não deixava acontecer, pois sempre tinha adultos, idosos pedindo por atendimento e acabava que nos dias exclusivos para crianças atendíamos muitos adultos que chegavam à Unidade Básica de Saúde (UBS) com queixas de urgência e esses eram atendidos. Então resolvemos retirar o dia exclusivo da puericultura.

Na reunião mensal da equipe para a realização do cronograma e debate de assuntos relacionados ao trabalho da equipe, respondemos ao questionário proposto pela especialização. Notamos que temos algumas falhas no acompanhamento infantil, mas também percebemos que temos alguns pontos positivos.

Infelizmente o acompanhamento da puericultura não é feito de forma adequada e atribuímos ao fato da ESF ser responsável por cinco povoados fazendo com que a demanda seja muito grande e prejudique a realização de certas atividades programáticas. A marcação de uma agenda exclusivamente para uma determinada parte da comunidade fica difícil de ocorrer devido aos poucos atendimentos realizados em cada povoado ao longo do mês.

A primeira consulta muito dificilmente ocorre nos cinco primeiros dias e quando ocorre, depois do quinto dia, muito raramente é em visita domiciliar, pois “perderíamos tempo”, então pedimos para a mãe ir, caso possa, até a unidade para assim realizamos a primeira consulta. Porém, orientamos aos Agentes de Saúde Comunitários (ACS) sobre os sinais de perigo para as crianças menores de dois meses de idade para que, se durante as visitas domiciliares notarem algo de diferente na criança ou a mãe ou qualquer familiar relatar algo, que marque então uma visita domiciliar no próximo dia de atendimento.

Outro ponto que notamos, pelo mesmo motivo citado anteriormente, foi em relação ao teste do pezinho, que dificilmente é realizado até o quinto dia de nascido.

As consultas de puericultura até os dois anos também fica comprometida devido à grande demanda que são os atendimentos. Percebemos que falta elaborarmos ações educativas para as mães, com temas relacionados com a saúde alimentar dos filhos.

Dentre pontos positivos destacamos o fato do registro das crianças da área.

Durante o mês de julho de 2018, tivemos a saída da técnica de saúde da equipe e até o momento estamos sem técnica de enfermagem na equipe. Então as atividades que eram realizadas por ela estão sendo realizada pela nossa enfermeira, sobrecarregando assim toda a equipe.

A microintervenção realizada pela equipe foi à realização do Programa Saúde na Escola (PSE) que consistia na realização do Teste de Snellen em crianças de 5 a 12 anos nas escolas de cada povoado. Aproveitamos o momento para orientar as crianças sobre a alimentação saudável e a importância da vacinação. Porém notamos que tal tema poderá ser mais bem aproveitado se a ação for ampliada para abranger as mães, avós e os cuidadores/responsáveis, de fato, das crianças.

O fato de nossa equipe não estar completa dificulta a realização de algum evento, então projetamos elaborar algo no decorrer do ano abrangendo, não só alimentação infantil saudável e vacinação, como também pretendemos orientar em relação ao crescimento de desenvolvimento infantil.

Quadro 1: Questionário da Microintervenção, 2018.

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos (crescimento/desenvolvimento)?

 

X

A equipe utiliza protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos?

 

X

A equipe possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território?

X

 

A equipe utiliza a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento?

X

 

Há espelho das cadernetas de saúde da criança, ou outra ficha com informações equivalentes, na unidade?

X

 

No acompanhamento das crianças do território, há registro sobre:

QUESTÕES

SIM

NÃO

Vacinação em dia

X

 

Crescimento e desenvolvimento

X

 

Estado nutricional

X

 

Teste do pezinho

X

 

Violência familiar

X

 

Acidentes

 

X

A equipe acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de outro serviço (CRAS, Conselho Tutelar)?

X

 

A equipe realiza busca ativa das crianças:

QUESTÕES

SIM

NÃO

Prematuras

X

 

Com baixo peso

 

X

Com consulta de puericultura atrasada

 

X

Com calendário vacinal atrasado

X

 

A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses?

 

X

A equipe desenvolve ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses da criança?

 

X

Fonte: elaboração própria, 2018.

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