19 de agosto de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TITULO: A AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA ATÉ OS 6 MESES DE IDADE PROMOVE A SAÚDE INTEGRAL DA DUPLA MÃE/BEBÉ. 

ESPECIALIZANDO: MARIA EUGENIA FIGUEROA OLIVERA.

ORIENTADOR: CLEYTON CESAR SOUTO SILVA.

          A atenção à saúde da criança é considerada um campo prioritário quando se fala de saúde das populações. (MACHADO MMT, LIMA ASS, BEZERRA JG FILHO, MACHADO MFAS, LINDSAY AC, MAGALHÃES FB ET AL, 2012). Para que a criança se desenvolvesse de forma mais eficaz, o Ministério da Saúde (MS) lançou, no ano 1984, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC), com ações que visassem assegurar a integralidade da assistência e garantir que a criança desenvolvesse o seu potencial, com o intuito de reduzir a morbimortalidade na faixa etária de 0 a 5 anos. (BRASIL,1984)

          Implantou-se, no ano de 1997, a Estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), com o objetivo de promover uma rápida e significativa redução da mortalidade, bem como a realização de ações integrais e o fortalecimento para que os problemas fossem resolvidos na APS. (BRASIL, 2002)

          A fase inicial da vida compreende um período de mudanças significativas no desenvolvimento físico e neuropsicomotor, o que requer supervisão regular da criança, a fim de detectar precocemente possíveis danos à sua saúde. Esse acompanhamento, que faz parte das ações de monitoramento do desenvolvimento infantil, deve começar desde o nascimento, uma vez que os dois primeiros anos de vida são um período significativo e ideal para intervenções que previnam problemas de desenvolvimento. (OLUSANYA BO, 2011)

           A consulta em puericultura tem como objetivo um acompanhamento criterioso do crescimento e desenvolvimento da criança pela equipe de saúde, e engloba um conjunto de medidas de cuidados preventivos, com um olhar abrangente que não só envolva a criança, mas também as condições em que a mãe e a família estão inseridas, adequando-se a consulta à realidade existente, buscando compreender as necessidades individuais. (BRASIL, 2012)

          Esse acompanhamento é um importante instrumento para a promoção da saúde das crianças, a fim de garantir o crescimento e desenvolvimento adequados nos aspectos físico, emocional e social, contribuindo para a redução da morbidade e mortalidade infantil. (MALAQUIAS TSM, GAÍVA MAM, HIGARASHI IH, 2015)

          O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de imunizações e de orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. As crianças que necessitem de maior atenção devem ser vistas com maior frequência. (BRASIL, 2012)

          Considerando as recomendações do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ/AB, a nossa equipe realiza ações para acompanhamento do crescimento e desenvolvimento nas crianças até dois anos (consulta de Puericultura), e ações de promoção. Com busca ativa de faltosos, prematuros, baixo peso ao nascer, com calendário vacinal atrasado, dentre outros riscos. Utiliza adequadamente os protocolos voltados para atenção a crianças nesta faixa etária. Possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território de abrangência, mas o mesmo deve ser atualizado sistematicamente devido a mudanças frequentes de domicilio.  O estado de saúde da criança é avaliado e registrado na caderneta de saúde e no prontuário (Ficha espelho) da criança, incorporando avaliação do estado nutricional, desenvolvimento, intercorrências, atualização do calendário vacinal, suplementação profiláctica e controle de carências nutricionais, prevenção de acidentes não intencionados. Encaminha em tempo oportuno a realização dos testes de triagem neonatal. No momento não há reporte de caso por violência familiar.

          A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses e continuado até dois anos ou mais. Além de orientar à introdução de alimentos saudáveis. Neste caso não podemos dizer que tudo caminha bem, o nível de conhecimentos sobre o aleitamento materno exclusivo ainda é insuficiente na população feminina, fato pelo qual a continuidade do aleitamento materno exclusivo até os seis meses nem sempre é cumprida, além de fatores culturais, econômicos, ambientais, sociais entre outros.

          A história da amamentação é tão antiga quanto a humanidade, sendo considerada um elemento chave na alimentação infantil, onde o crescimento e desenvolvimento da criança depende muito de uma amamentação adequada (ÁLVAREZ SINTES, ROBERTO. 2001)

          Diante do exposto, esta Microintervenção centra seu objetivo em promover atividades educativas que possam elevar o conhecimento das mães de crianças menores de 6 meses, sobre aleitamento materno exclusivo, na comunidade Fonte Nova, no município de Santana.

          Uma das melhores ferramentas para promover as mudanças de hábitos e estilos de vida na população, são as intervenções educativas, portanto nossa equipe decidiu promover ações educativas, que buscaram ampliar o conhecimento das mães sobre a importância do aleitamento materno exclusivo até 6 meses de nascido. Para o desenvolvimento dessas ações, na reunião da equipe, em conjunto com o NASF, refletimos sobre o cenário mais adequado, e concordamos realizar palestras educativas nos dias de vacinação e da consulta de puericultura, por ser os dias de maior afluência das usuárias a unidade de saúde.  O local elegido foi a sala de recepção. Concordamos ademais em realizar capacitações aos Agentes Comunitários de Saúde, por ter a responsabilidade de visitar as mães faltosas e promover saúde “Cara a Cara”.

          Durante as palestras incentivou-se ás mães ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses, explicando as vantagens do mesmo, e após esse período introdução de alimentação complementar. Realizamos intercâmbio de ideias entre as participantes, e atividades práticas com demonstração de uma mãe amamentando o seu filho com o objetivo de mostrar a técnica correta de amamentação, o qual nos permitiu avaliar o grau de conhecimento sobre o tema.

          A equipe considerou que a experiência foi positiva, e que elevou o nível de conhecimento dos profissionais de forma geral. As mães ficaram satisfeitas com as atividades realizadas, tendo proporcionado maior conhecimento e conscientização sobre o tema. Mas sabemos que com a continuidade dessas ações alcançaremos melhores resultados, além de que em microintervenções futuras pode-se realizar uma segunda etapa para avaliar o grau de conhecimentos adquiridos pelas participantes.

          Os desafios são contínuos, mas o trabalho em equipe, a troca de saberes, a multiprofisionalidade e as tarefas compartilhadas constituem uma verdadeira fortaleza para a obtenção de serviços de excelência.

Referencias

 ÁLVAREZ SINTES, ROBERTO. Tópicos de medicina geral. Volume II. Principais condições do indivíduo na família e contextos sociais. A Havana. LH: Editorial Ciência Médicas de 2001.

 BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Assistência integral à saúde da criança: ações básicas. Brasília: Ministério da Saúde; 1984.

 BRASIL. Ministério da Saúde (BR), Organização Mundial da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. AIDPI Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância: curso de capacitação.2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2002.

 BRASIL. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. (Cadernos de Atenção Básica, n° 33).

 MACHADO MMT, Lima ASS, Bezerra JG Filho, Machado MFAS, Lindsay AC, Magalhães FB et al. Características dos atendimentos e satisfação das mães com a assistência prestada na atenção básica a menores de 5 anos em Fortaleza, Ceará. Ciênc. Saúde Coletiva. 2012;17(11):3125-33.

  MALAQUIAS TSM, Gaíva MAM, Higarashi IH. Percepções dos familiares de crianças sobre a consulta de puericultura na estratégia saúde da família. Rev. Gaúch Enferm. 2015;36(1):62-8.

 OLUSANYA BO. Priorities for early childhood development in low-income countries. J Dev Behav Pediatr. 2011;32(6):476-81.

 

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