TITULO : As ações desenvolvidas pela ESF devem conhecer e compreender a criança em seu ambiente familiar e social.
ESPECIALIZANDO: Leymis Ramirez Montano
ORIENTADOR: Cleyton Cezar Soto Silva.
O Sistema Único de Saúde (SUS) recebeu do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a atribuição específica de promover à criança e ao adolescente o direito à vida e à saúde, mediante a atenção integral. Esses direitos incluem o acesso aos bens e serviços nos diferentes níveis de atenção, com ações que envolvem promoção da saúde, prevenção, diagnóstico precoce e recuperação de doenças e agravos de forma humanizada (BRASIL, 2010).
Atenção Básica à saúde da criança têm como metas principais promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação. Necessitam da efetiva participação do indivíduo e da sociedade, pressupondo a integração de diversas classes profissionais que atuam em equipe, devidamente calcados nos saberes interdisciplinares e apoiados pelos diferentes níveis de referência do sistema de saúde. Promover e recuperar a saúde e o bem-estar da criança têm sido, há muito tempo, prioridade dentro da assistência à saúde infantil, a fim de garantir o crescimento e o desenvolvimento adequados dos menores nos aspectos físico, emocional e social. Desta forma asseguramos o pleno desenvolvimento do potencial genético da criança, que levará a um adulto mais saudável, capaz e feliz possível, bem como procuramos reduzir as elevadas taxas de morbidade e mortalidade ainda verificadas em diversas populações (Ricco RG, 2001)
A consulta em puericultura tem como objetivo um acompanhamento criterioso do crescimento e desenvolvimento da criança pela equipe de saúde, e engloba um conjunto de medidas de cuidados preventivos, com um olhar abrangente que não só envolva a criança, mas também as condições em que a mãe e a família estão inseridas, adequando-se a consulta à realidade existente, buscando compreender as necessidades individuais. (BRASIL, 2012)
Esse acompanhamento é um importante instrumento para a promoção da saúde das crianças, a fim de garantir o crescimento e desenvolvimento adequados nos aspectos físico, emocional e social, contribuindo para a redução da morbidade e mortalidade infantil. (MALAQUIAS TSM, GAÍVA MAM, HIGARASHI IH, 2015)
Considerando as recomendações do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ/AB, a nossa equipe realiza o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento nas crianças até dois anos (consulta de Puericultura), e ações de promoção, utilizando adequadamente os protocolos voltados para atenção a criança menor de dois anos. Possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território de abrangência com busca ativa de faltosos, prematuros, baixo peso ao nascer, com calendário vacinal atrasado, dentre outros riscos. O estado de saúde da criança é avaliado e registrado na caderneta de saúde e no prontuário (Ficha espelho) da criança, incorporando avaliação do estado nutricional, desenvolvimento, intercorrências, atualização do calendário vacinal, suplementação profiláctica e controle de carências nutricionais, prevenção de acidentes não intencionados. Encaminha em tempo oportuno a realização dos testes de triagem neonatal. A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses e continuado até dois anos ou mais. Além de orientar à introdução de alimentos saudáveis.
No momento não há reporte de caso por violência familiar mas temos em nossa área de abrangência o Abrigo Municipal de Santana onde a equipe tive uma experiência maravilhosa para todos nós e gostaríamos de compartilhar nesta microintervenção.
Tratasse de uma instituição criada recentemente pela prefeitura de nosso município Santana chamada “Abrigo Municipal de Santana” é uma instituição criada para crianças com vulnerabilidades (abandono familiar, violências familiares entre outras questões legal relacionado com as crianças) esta instituição acolhe as crianças com até 12 anos de idade. A equipe foi acionada pela agente comunitário dessa microárea a petição da diretora da instituição, nos personalizamos o enfermeiro, a técnica de enfermagem o diretor da UBS, a ACS, e eu como a doutora da equipe. Nessa instituição tem por enquanto 7 crianças deles uma adolescente de 13 anos mãe de uma criança de dois meses, tem várias crianças chegadas recentemente com escabioses e pediculose, uma menina que chegou com um braço supostamente com fratura, e a criança de dois meses não tinha acompanhamento médico. Esse dia fizemos consulta a todas as crianças, colocamos medicação para as doenças de cada uns deles, solicitação de exames, a menina do trauma no braço indicou-se Raio x. Orientamos á adolescente sobre o cuidado do bebe, a importância de acudir as consultas de rotina no primeiro ano de vida. Cada uns dos presentes se sensibilizou com a situação de aquelas crianças, o enfermeiro da equipe se comprometeu em fazer a interconsulta com o pediatra da UBS do lactante, o gestor da unidade se comprometeu de agendar todas essas crianças para fazer exames complementários em o laboratório municipal.
O dia seguinte fizemos uma reunião com a equipe toda onde os integrantes da equipe ficaram sensibilizado com a situação antes exposta, todos concordamos que tínhamos o dever de ajudar ao cuidado da saúde das crianças que moram por enquanto nesta instituição, a odontóloga se comprometeu em visitar à instituição para fazer práticas preventivas e aplicação tópica de flúor acompanhada da equipe do NASF para interagir com os gestores e as crianças. A menina do trauma no braço realmente tinha uma fratura não afrontada e pelo tempo do trauma foi encaminhada para consulta de ortopedia para cirurgia pela complexidade da fratura. O lactante tem acompanhamento com o pediatra da UBS e pela equipe de saúde assim como a mãe.
A atenção à saúde da criança está sustentada pelos princípios do Sistema Único (SUS), o qual possui o compromisso com a Saúde Integral da Criança quando enfoca o acesso universal, acolhimento, equidade, trabalho em equipe, ações de promoção à saúde e participação da família. Nessa perspectiva à Agenda de Compromissos para a Saúde Integral e a Redução da Mortalidade Infantil propõe como orientação para a ação de todos os professionais que lidam com a criança, seja na unidade de saúde, no domicilio ou espaços coletivos, como a creche, a pré-escolar e a escola ou serviços de alta complexidade, um cuidado integral e multiprofissional. Esse cuidado deve compreender todas as necessidades e direitos da criança por meio de uma visão global das dimensões da vida (SILVA. 2005). Esse foi nosso objetivo ao compartilhar a experiência antes exposta já que uma vez mais se demostra a potencialidades da Equipe de Saúde Familiar quando se faz um trabalho integral e multiprofissional com qualidade das ações desenvolvidas. Uns dos grandes desafios para a equipe es precisamente manter um trabalho integral e multiprofissional com a participação de gestores e trabalhadores desta instituição, esse cuidado deve compreender todas as necessidades e direitos das crianças por meio de uma visão global das dimensões de vida, além de estabelecer uma nova relação entre professionais da saúde e a comunidade, através da humanização do atendimento prestado e de procedimentos executado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
– (BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Construindo a Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes e o Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes 2011 – 2020. Brasília, 2010.
– BRASIL. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. (Cadernos de Atenção Básica, n° 33).
–MALAQUIAS TSM, Gaíva MAM, Higarashi IH. Percepções dos familiares de crianças sobre a consulta de puericultura na estratégia saúde da família. Rev. Gaúch Enferm. 2015;36(1):62-8.
-Ricco RG, 2001) Del Ciampo LA, Almeida CAN. Puericultura: princípios e práticas. Atenção Integral à Saúde da Criança. 1a ed. São Paulo: Editora Atheneu; 2001.
–SILVA, L. R, Christoffel, M.M; Souza, K.V. Histórias, conquistas e perspectiva no cuidado à mulher e à criança. Texto contexto Enferm, Florianópolis 2005
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