TÍTULO: MUDANÇAS PARA MELHORAR A LINHA DE CUIDADOS DA SAUDE DAS CRIANÇAS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DR. PEDRO DIÓGENES JÚNIOR.
ESPECIALIZANDA: KENIA DEL CARMEN CESPEDES SANCHEZ
ORIENTADORA: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA
COLABORADORA: ENFERMEIRA: ANTÔNIA ROMILLA FILGUEIRA
A atenção à saúde da criança vem passando por transformações em função da mudança de perfil epidemiológico dessa população, dos avanços científicos, da incorporação de tecnologias e da constante mudança nos modelos assistenciais, com apelo para a preocupação com a qualidade de vida e a defesa dos direitos humanos.
Por essas questões e também diante da maior vulnerabilidade em seu processo de crescimento e desenvolvimento, a criança é considerada uma prioridade nas políticas públicas de saúde. Tais políticas vêm evoluindo com foco na consolidação de uma assistência integral, por meio da oferta de ações e serviços de prevenção e promoção à saúde em consonância com a Atenção Primária à Saúde (APS), buscando garantir a redução da morbimortalidade infantil por causas evitáveis e sua sobrevivência com qualidade de vida.
Todavia, apesar do cuidado à criança buscar promover o acompanhamento sistemático do crescimento e desenvolvimento pela interação entre serviços-profissionais-família-comunidade e um agir compartilhado frente à implementação das ações de prevenção, cura, reabilitação e promoção da saúde infantil, ainda é possível se deparar com um cuidado descoordenado, com ações fragmentadas e pouco resolutivas frente às demandas de saúde da criança e sua família, o que dificulta a integralidade do cuidado na APS.
No cenário brasileiro, além das unidades de saúde da família (USF) que direcionam ações e práticas para o cuidado à criança em busca da atenção integral, coexistem outros modelos de APS: as Unidades Básicas de Saúde (UBS) tradicionais e as consideradas como UBS mistas. As UBS tradicionais concentram a assistência à saúde na figura do médico com atendimento pela tríade de especialistas clínico, ginecologista e pediatra, além da equipe de enfermagem e odontologia e as unidades mistas que articulam diferentes modelos na USF, integram os processos de trabalho da Estratégia Saúde da Família (ESF) com o modelo tradicional para a mesma população (SANTOS et al, 2018).
A linha de cuidado de saúde da criança na UBS Dr. Pedro Diógenes Junior é de vital importância para toda a equipe, desde o agente de saúde que faz as pesquisas nas áreas, enfermagem, odontólogos, médico, entre outros que de uma forma ou outra colaboram no acompanhamento dessas crianças desde o período da gravidez à adolescência. Assim, de um ponto de vista prático a equipe tem planejado diferentes ações para um melhor controle.
Para a realização da microintervençao a foi feita uma reunião com a participação de todos os membros da equipe, o principal tema a tratar foi o debate do questionário contendo as ações preconizadas pelo Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ/AB, onde demos respostas a todas as perguntas de forma satisfatória, chegando á conclusão que na UBS vem desenvolvendo essas ações de saúde com a criança desde o nascimento, coletando registros com todas as informações necessárias neste período de crescimento e desenvolvimento. Desse modo, não tivemos dificuldades para dar respostas às perguntas, pois os temas abordados são recomendações do PMAQ que estão sendo cumpridas pela equipe.
As puericulturas se realizam de forma compartilhada pela médico e enfermagem, inicialmente se faz a consulta na primeira semana de vida do recém-nascido que pode ser nas visitas domiciliares ou na UBS, essa primeira consulta é feita pela enfermeira, no caso de crianças saudáveis, com peso adequado, fazemos as sete consultas de formas alternadas de acordo a estabelecido nos protocolos do Ministério da Saúde (MS).No caso de recém-nascido de risco que nasceu com alguma enfermidade, procuramos a depender da gravidade da patologia, alternativas para aumentar o número de consultas, na perspectiva da vigilância em saúde. Após um ano de idade as consultas são realizadas a cada três meses, além de duas consultas no segundo ano de vida e já a partir desta idade as consulta são anual próxima à data de aniversário da criança. Além disso, os dados das crianças 0 a 2 anos são registrados em fichas espelhos com a finalidade de realizar a monitoramento, avaliação e controle pela equipe de saúde.
Por outro lado no âmbito das estratégias de educação e saúde são realizadas numerosas atividades educativas entre as quais se destaca o grupo de gestante onde são repassadas as primeiras orientações sobre os cuidados necessários com as crianças neste período, ampliando o conhecimento das mães sobre essa nova etapa da vida que é a chegada do filho; também realizamos atividades com as crianças de 0 a 5 anos, onde se faz atendimento multiprofissional por diferentes especialistas entre eles o profissional da odontologia, que além de ofertar o atendimento odontológico realizam atividades educativas para melhorar a saúde bucal; a nutricionista colabora e orientam as mães sobre como ofertar uma boa alimentação às crianças, ressaltando a importância do aleitamento materno e da adoção de hábitos alimentares saudáveis; outra abordagem é feita pelo fonoaudiólogo, sobretudo para crianças que apresentam dificuldade na fala ou algum transtorno na linguagem.
Como dificuldades podemos destacar falta de responsabilidades de algumas mães que não levam as crianças para consultas de puericulturas ou na maiorias das vezes, o faz de forma atrasada; a resistência de mães para participar nas atividades educativas realizadas pela equipe e a falta de assiduidade com o calendário de vacinação. Como potencialidade pode ressaltar a aprendizagem dos profissionais da equipe acerca deste tema, ampliando os conhecimentos e melhorando a atenção à saúde das crianças na área de abrangência.
A partir da microintervençao se observam já algumas mudanças, entre elas a maior participação das mães com as crianças nas atividades, espera-se seguir dando continuidade à linha de cuidado e que cada dia possam aperfeiçoar o acompanhamento e saúde das crianças de forma resolutiva e com atenção integral.
REFERÊNCIAS:
SANTOS, Nathanielly Cristina Carvalho de Brito et al. Presença e extensão dos atributos de atenção primária à saúde da criança em distintos modelos de cuidado. Cadernos de saude publica, v. 34, p. e00014216, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Temática de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Caderneta de Saúde da Criança: passaporte para a cidadania. Brasília, 2013b.
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