13 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

FACILITADOR: TÚLIO FELIPE VIERA DE MELO

ESPECIALIZANDO: HENRY RODRIGURZ PEDROSO.

 

            A equipe a qual trabalho encontra-se na Unidade Básica de Saúde (UBS) Saudade que fica a zona rural no município de Serra Negra do Norte, Estado Rio Grande do Norte. A equipe multiprofissional (Equipe de Saúde da Família – ESF) composta por: (I) Médico generalista, (II) Enfermeiro generalista; (III) Técnico de enfermagem; e (IV) Agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais Equipe de Saúde Bucal: cirurgião-dentista e auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.

            Nesta equipe se faz uma reunião mensal onde se analisam principalmente as fragilidades do mês anterior e se debate o que se pode ser feito para melhorar, também planejamos as atividades do mês seguinte, cada membro da equipe fala sobre sua preocupação na realização de seu trabalho nas microáreas da zona rural.

 

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos (crescimento/desenvolvimento)?

  X

 

A equipe utiliza protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos?

X

 

A equipe possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território?

X

 

A equipe utiliza a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento?

X

 

Há espelho das cadernetas de saúde da criança, ou outra ficha com informações equivalentes, na unidade?

X

 

Vacinação em dia

X

 

Crescimento e desenvolvimento

X

 

Estado nutricional

X

 

Teste do pezinho

X

 

Violência familiar

X

 

Acidentes

X

 

A equipe acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de outro serviço (CRAS, Conselho Tutelar)?

X

 

Prematuras

X

 

A equipe realiza busca ativa das crianças?

X

 

Com baixo peso

X

 

Com consulta de puericultura atrasada

X

 

Com calendário vacinal atrasado

X

 

A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses?

X

 

A equipe desenvolve ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses da criança?

X

 

 

 

            A equipe tem grupos de trabalho priorizados como são as crianças de zero a dois anos, esta etapa da vida é fundamenta e muito importante porque será onde a criança está mais vulnerável e precisa de mais cuidados. Durante a reunião fazemos o planejamento das consultas às crianças que tem dois anos ou menos de idade onde se avalia o crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor da criança.

            O Ministério da Saúde recomenda-se sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de imunizações e de orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. As crianças que necessitem de maior atenção serão vistas com maior frequência.

            A primeira consulta se faz na casa da criança, esta é uma consulta muito importante, podendo ser feita pela enfermeira, médico e o agente de saúde ao binômio mãe e reciem nacido (RN) no contexto da família, para orientação de toda a família sobre o cuidado de ambos. Orientamos também as ações programadas para a primeira semana de saúde na APS, se possível oportunizando tudo para uma mesma data: consultas para ambos (Mãe e RN), estimulando a presença do pai sempre que seja possível, apoio ao aleitamento materno, imunizações, coleta de sangue para o teste do pezinho, o objetivo é um acompanhamento cuidadoso do crescimento e do desenvolvimento da criança pela equipe de saúde.

            O teste do pezinho, feito na criança logo após o seu nascimento, conforme estabelece o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), permite a detecção da fenilcetonúria e do hipotireoidismo congênito (fase 1 do programa) e de hemoglobinopatias (fase 2), doenças que podem ser tratadas, prevenindo o retardo mental (que as duas primeiras enfermidades podem ocasionar) e as infecções e outras complicações que frequentemente podem ocasionar a morte de crianças com hemoglobinopatias. O teste deverá ser feito entre o 3º e o 7º dia de vida da criança (BRASIL, 2004b).

            Com a aproximação da equipe de saúde do contexto de vida das famílias, a visita domiciliar torna-se um instrumento importante para a troca de informações vinculadas às necessidades particulares de cada indivíduo, favorecendo, desta forma, atividades educativas e mais humanizadas.

            A visita domiciliar é uma das atribuições das equipes de saúde de atenção básica e é uma das principais atividades preconizadas para o agente comunitário de saúde, em todas as visitas domiciliares, é fundamental que o profissional de saúde saiba identificar sinais de perigo à saúde da criança. As crianças menores de 2 meses podem adoecer e morrer em um curto espaço de tempo por infecções bacterianas graves, são sinais que indicam a necessidade de encaminhamento da criança ao serviço de referência com urgência

            Os principais objetivos da primeira visita domiciliar ao recém-nascido e à sua família são os seguintes: 1) Observar as relações familiares; 2) Facilitar o acesso ao serviço de saúde; 3)  Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de saúde; 4) Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital da família (nascimento de um filho); 5) Estimular o desenvolvimento da parentalidade; 6) Orientar a família sobre os cuidados com o bebê; 7) Identificar sinais de depressão puerperal; 8) Promover o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida; 9) Prevenir lesões não intencionais; e 10) Identificar sinais de perigo à saúde da criança. (Ministério da Saúde | Secretaria de Atenção à Saúde | Departamento de Atenção Básica)

         A Unidade Básica de Saúde dispõe de todas as vacinas do calendário básico do Programa Nacional e Estadual de Imunização. O calendário de vacinação é definido pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde e pelo calendário estadual. A UBS organiza e estrutura meios para facilitar o acesso às vacinas básicas e aumentar a cobertura vacinal no território. Estão garantidos os seguintes imunobiológicos: BCG, hepatite B, tetravalente/pentavalente, poliomielite/Salk, rotavírus, pneumocócica 23-valente, pneumocócica 10 e meningocócica C, tríplice viral, febre amarela e tríplice bacteriana, dupla adulto, varicela, influenza sazonal.

            A equipe possui um cadastro o qual é atualizado pelos agentes de saúde durante as visitas domiciliares de todas as crianças de zero a dois anos de idade, durante a reunião se faz o planejamento das crianças que tem que ser vacinadas. As crianças recebem, entre o 6º mês até os 5 anos de idade, a vacina Influenza, durante a Campanha Anual de Vacinação Contra a Gripe, conforme calendário do MS. Para os acompanhamentos se utilizam cadernetas onde se preenche todas as informações referentes à criança, todos os dados são armazenadas de forma organizada em a unidade básica de saúde.

            O crescimento adequado de uma criança depende múltiplos fatores, dentre os quais a alimentação saudável e a ausência de doenças orgânicas, sendo relacionada diretamente ao calendário vacinal completo. A primeira alimentação é o leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. O leite materno contém a quantidade de água suficiente para as necessidades do bebê, mesmo em climas quentes e secos. Após 6 meses deve-se dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno.

            Ao completar 8 meses, a criança já pode receber a alimentação básica da família desde que não sejam utilizados temperos industrializados, pimenta, alimentos gordurosos como bacon, banha, linguiça, entre outros. Deve-se oferecer à criança diferentes alimentos ao dia, uma alimentação variada é uma alimentação colorida.

            Os progressos quanto ao crescimento e desenvolvimento assim como seu estado nutricional das crianças é avaliado pelo médico nas consultas preenchendo no prontuário e nas cadernetas das crianças, devendo informar a mãe da criança sobre o crescimento e desenvolvimento. Para que a monitorização do crescimento seja efetiva faz-se necessário a aferição adequada dos dados antropométricos e a pontuação exata nas referidas curvas. A curva de crescimento deve ser construída com o mínimo de três pontos: Ascendente= NORMAL, Horizontal= ATENÇÃO, Descendente=PERIGO. O desenvolvimento depende da maturação (mielinização) do sistema nervoso. A aprendizagem neuropsicomotora se estabelecerá principalmente ao longo da infância, podendo sofrer a influência de fatores nutricionais, genéticos e ambientais.  (CADERNO ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA PRIMEIRO ANO DE VIDA)

            A criança com história de baixo peso ao nascer (peso< 2.500g) deve ser considerada de risco nutricional e deve ser acompanhada com maior assiduidade pelos serviços de saúde, principalmente no primeiro ano de vida

         Os agentes de saúde tem uma função muito importante nas microáreas onde eles trabalham já que devem informar sobre as famílias disfuncional e as famílias que tem uma má relação, entre elas as que sejam violentas. As crianças que moram com estas famílias tem um risco muito alto de sofrer acidentes ou ficar com uma personalidade violenta quando adultas.

            Durante a reunião de equipe falamos que a prevenção é a principal solução para a problemática dos acidentes com crianças, as crianças devem dormir em colchão firme, de barriga para cima, cobertos até a altura do peito com lençol ou manta, presos embaixo do colchão e os bracinhos para fora. O colchão deve estar bem preso ao berço (não mais que dois dedos de espaço entre o berço e o colchão) e sem qualquer embalagem plástica. As grades de proteção do berço, que devem estar fixas e não devem ter mais que 6 cm de distância entre elas. Remova do berço todos os brinquedos, travesseiros e objetos macios quando a criança estiver dormindo, para reduzir o risco de asfixia. Compre somente brinquedos apropriados para a criança. (CADERNO ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA PRIMEIRO ANO DE VIDA).

            Quanto às potencialidades: A equipe tem controle das crianças que da área e fazemos visitas a todas as crianças menores de 1 ano de idade.

     Os agentes de saúde fazem promoção e prevenção com a família sobre a alimentação no primeiro ano da vida.

     A equipe tem identificado as famílias com problemas de violência doméstica.

 

            Quanto às fragilidades: As famílias que são disfuncionais não colaboram com os encaminhamentos a os especialistas como a psicologia.

    A zona rural tem população que são de difícil acesso e a unidade não dispõe de transporte suficiente para visitar todas as famílias com crianças que precisam ser visitadas.

    A população da zona rural passa muito tempo trabalhando e em muitas ocasiões as casas ficam fechadas, dificultando as visitas programadas.

        Durante a reunião se falo sobre todas as questões referentes ás crianças das micro áreas da zona rural de Saudade, cada agente de saúde falo sobre os principais problemas com as famílias que tem meninos de cero a dois anos de idades, se falo também sobre qual de estas crianças é doente e qual são as doenças que tem. O médico da equipe com o apoio da enfermeira e a psicóloga fiz conversas com os agentes de saúde,  onde os temas foram as visitas das crianças com prioridades, como são as crianças com doenças, crianças com problemas de violência em suas famílias. Também se abordaram temas como a organização das cadernetas de saúde da criança, vacinação dos meninos, estado nutricional das crianças com problemas econômicos em suas famílias. Os agentes de saúde aumentaram seus conhecimentos sobre a importância do teste do pezinho entre três e sete após o nascimento. Se acordo pôr a equipe durante a reunião fazer o cadastramento atualizado de crianças até dois anos de idade. Como estratégia a equipe decidiu aumentar a participação das famílias das crianças menores de dois anos das micro áreas da zona rural, com o objetivo de desenvolver ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses, ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses a dois anos de idade da criança.

 

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manual de apoio. Brasília-DF: Organização Pan-americana da Saúde, 2004. 179 p. Disponível em: Acesso em: 7 maios 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Programa de Agentes Comunitários de Saúde – Pacs. Brasília: Editora MS, 2001.

 (CADERNO ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA PRIMEIRO ANO DE VIDA)

Ministério da Saúde | Secretaria de Atenção à Saúde | Departamento de Atenção Básica

 

 

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