8 de novembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

 

ESPECIALIZANDO: FARLEY SOARES CANTIDIO

 

ORIENTADOR: JÂNIO RODRIGUES REGO

 

As ações de saúde relacionadas à criança, especialmente o crescimento e desenvolvimento, necessitam ser rotineiramente presentes pelos profissionais, porque é, mediante as discussões, que a equipe consegue obter diagnósticos precoces e propor terapêutica eficiente com resultados satisfatórios.

A criança, inserida no cenário da Atenção Primária à Saúde, é acompanhada desde o pré-natal, quando os recursos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), são disponibilizados para o acompanhamento concepcional e a manutenção da saúde na gravidez. A fim de que a gestação, o parto e o puerpério ocorram com o mínimo de complicações possíveis, reduzindo, assim, os fatores que eventualmente contribuam para a mortalidade neonatal e infantil, algumas questões precisam ser respondidas por todos os que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

A partir desse propósito, os trabalhadores da UBS Dalmo Silva Feitosa se reuniram para identificar as atividades que possuíam e aquelas que precisavam ser implementadas. A equipe concluiu que realizava puericultura semanalmente, às quintas-feiras, com agenda fixa e programada, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde e utilizava a caderneta de saúde da criança durante o atendimento. Com relação ao acompanhamento da infância, os profissionais concordaram sobre a necessidade e o dever de continuar a registrar no prontuário a situação vacinal, o crescimento e desenvolvimento, o estado nutricional, os testes de triagem neonatal, a violência familiar e os acidentes.

Após considerar a importância dos registros, todos discutiram sobre a ausência do cartão espelho na UBS, o que poderia dificultar a busca ativa dos casos de crianças faltosas para a puericultura, vacinas, crescimento e desenvolvimento, triagem neonatal e acidentes domésticos, incluindo os casos de violência familiar, prematuridade e baixo peso. Todavia, alguns pontos foram considerados positivos e praticados pela equipe no tocante à pediatria, tais como as ações de promoção do aleitamento materno exclusivo até o 6º mês, estimulado no grupo de gestantes e durante o atendimento de pré-natal e puericultura; além do incentivo aos “10 passos para uma alimentação saudável”, presente no Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos.

Apesar de não contar com esse cartão, um tipo específico de estratégia para a busca ativa das crianças, a equipe concordou que a integração entre médicos, enfermeiros e odontólogos, vacinadores e técnicos de enfermagem é essencial para a obtenção de melhores resultados com a saúde infantil. Em outras palavras, o reconhecimento de todos os funcionários de que a criança requer uma atenção plural e integrativa, configura uma estratégia exitosa. Por exemplo, o médico que, no momento da consulta de puericultura, identifica a criança, cujo cartão de vacina esteja incompleto e sem a primeira dose de vitamina A, e logo encaminha o paciente para a dose do suplemento e, em seguida, para a imunização, mantém a boa comunicação entre os profissionais e segue comprometido com a visão multiprofissional da assistência. Simultaneamente, o técnico de enfermagem, ao verificar os dados antropométricos de um pré-escolar, identifica uma alteração nas curvas de crescimento e desenvolvimento e, consequentemente, comunica ao médico, a fim de que a situação seja imediatamente avaliada, contribui para o sucesso das ações integrativas. Assim, esses dois casos ilustram e confirmam o grau de importância de uma equipe coesa na assistência pediátrica.

Outro ponto que precisa ser estimulado pelas equipes de saúde é a realização de grupos e rodas de conversa para a discussão dos principais temas infantis, reunindo a comunidade, os pais e, até mesmo, contando com a adesão dos professores nas escolas como co-participantes desse processo. Nesse momento, os profissionais descontroem o binômio paciente-consultório e se aproximam de um ambiente cada vez mais familiar. Dessa forma, é possível o melhor entendimento dos principais problemas por que passam as crianças do território, o reconhecimento das situações de vulnerabilidade, a fim de que estratégias sejam traçadas para solucioná-los.

A dimensionalidade que norteia a saúde da criança chama a atenção pelo fato de que ela normalmente ultrapassa as linhas do tempo. Isto é, o profissional de saúde precisa compreender que aquela criança obesa poderá ser a mesma da geração futura com doenças crônicas, quem sabe diabética, ora com síndrome metabólica e hipertensão arterial, ora com déficit de desenvolvimento, representando a catástrofe de um processo mal construído e ineficazmente acompanhado durante a infância.

Os resultados dessa intervenção revelam que há muito a ser feito pela saúde das crianças e que, embora alguns serviços já estejam consolidados, sempre sobram espaços para retificar e rediscutir as ações, porque as sociedades são dinâmicas e evoluem no decurso do tempo. Portanto, a equipe precisa se preparar para as novas demandas sociais, adequar-se ao modelo atual e propor soluções a partir dos dados encontrados.

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