5 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

 

CAPÍTULO V: Titulo: Por uma infância feliz

Autora: Dayanis Lafargue Martìnez

Orientadora : Juliana Ferreira Lemos

 

         Uma parte fundamental do ser humano é formada durante o desenvolvimento infantil. Considera-se que nos primeiros anos de vida a arquitetura do cérebro é formada a partir da interação entre a herança genética e as influências do ambiente em que se desarrola as crianças. A compreensão dos pais e do pessoal de saúde sobre as características e necessidades das crianças facilita seu desenvolvimento integral. Para a promoção da saúde da criança, é essencial compreender suas peculiaridades, bem como as condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento, pois o cuidado cotidiano é o melhor espaço para promover um fenômeno considerado muito complexo.(Juliana Martins; Maria de La Ó. São Paolo, 2015)

       Na área de abrangência do PSF 2 de Arauá- SE o acompanhamento regular ao desenvolvimento das crianças e adolescentes é parte do dia a dia de nosso trabalho, existe aproximadamente 150 crianças entre zero e dois anos, pelo que os esforços por uma atenção de qualidade a este grupo etário é prioridade da equipe. Para debater sobre este tema a equipe se reuniu na sala multifuncional de nossa matriz em Olhos de Água com o objetivo de avaliar nosso trabalho e detectar potencialidades e fragilidades; organizar estratégias e elaborar o plano de intervenção para promover a saúde infantil. Para isto tomamos como base as respostas do questionário para microintervenção que nos ajudou a detectar os problemas e encaminhar nossa labor.

 

Questionário para Microintervenção

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta de puericultura nas crianças de até dois anos (crescimento/desenvolvimento)?

 

X

 

A equipe utiliza protocolos voltados para atenção a crianças menores de dois anos?

 

X

 

A equipe possui cadastramento atualizado de crianças até dois anos do território?

 

X

 

A equipe utiliza a caderneta de saúde da criança para o seu acompanhamento?

 

X

 

Há espelho das cadernetas de saúde da criança, ou outra ficha com informações equivalentes, na unidade?

 

 

X

 

No acompanhamento das crianças do território, há registro sobre:

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

Vacinação em dia

X

 

Crescimento e desenvolvimento

X

 

Estado nutricional

X

 

Teste do pezinho

X

 

Violência familiar

 

X

Acidentes

 

X

A equipe acompanha casos de violência familiar conjuntamente com os profissionais de outro serviço (CRAS, Conselho Tutelar)?

 

X

 

A equipe realiza busca ativa das crianças:

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

Prematuras

X

 

Com baixo peso

X

 

Com consulta de puericultura atrasada

X

 

Com calendário vacinal atrasado

X

 

A equipe desenvolve ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças até seis meses?

 

X

 

A equipe desenvolve ações de estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses da criança?

 

X

 

 

        Depois de responder o questionário se realizou um debate sobre os diferentes tópicos e se concluiu que a equipe tem as seguintes potencialidades:

  1.        Se leva o acompanhamento regular através da puericultura das crianças desde o momento do nascimento até os 2 anos fundamentalmente. Se começa antes dos 7 dias, quando se realiza pela enfermagem o Teste do Pezinho entre o terceiro e o quinto dia. Pela parte médica baseado nos protocolos preconizados pelo o Ministério da Saúde, se faz uma minuciosa revisão do bebe, sua condição física, suas respostas fisiológicas e reflexos em geral que nos permite estabelecer o padrão de cuidados acorde a cada condição pessoal, sendo também as condições socioeconômicas da família um elemento a tomar em conta para uma avaliação adequada.
  2.         Ao nascimento se faz o cadastramento na área da criança com os dados essenciais para sua identificação e condições perinatais e pós-natais de interesse como peso ao nascer, complicações pós-parto e a vacinação, as quais são plasmadas na Caderneta da Criança e no prontuário pessoal deles.
  3.         A vacinação se faz diariamente pela auxiliar de enfermagem nos postos de saúde segundo cronograma de atendimento. Os agentes de saúde ajudam a fiscalizar que não existam crianças com calendário de vacina ou puericultura atrasada.
  4.         Em várias ocasiões nossa equipe tem desenvolvido ações de promoção sobre a importância do Aleitamento Materno e a introdução adequada dos alimentos a partir dos 6 meses, por em consideramos que é um tema sensível que se deve seguir tratando periodicamente.

Se analisou também nossas fragilidades:

  1.         Na área não contamos com um registro oficial sobre os casos de violência familiar e acidentes nas crianças. Temos conhecimentos dos casos que acontecem na área a través do Conselho Tutelar após uma denúncia, os quais são acompanhadas pela equipe conjuntamente com os profissionais de outro serviço como CRAS e Conselho Tutelar. Consideramos que é uma fragilidade porque somos a equipe os que devemos ter uma pesquisa ativa destes casos, detectando fatores de risco familiares para oferecer ajuda e informar às entidades competentes de maneira oportuna e prever assim a violência familiar.

        Baseados em nossas fragilidades detectadas na mesma reunião se decide fazer uma capacitação didática aos agentes de saúde para detectar sinais de violência familiar e fatores de risco de acidentes. Além para o melhor controle destes pacientes se elaborou entre todos uma planilha de registro de casos de violência familiar e acidentes do PSF 2 (Anexo)

        Consideramos que dentro do acompanhamento das crianças temos várias potencialidades, mas não podemos deixar de reconhecer que é um tema muito importante que precisa ser debatido periodicamente. Além em nossa área tem um incremento de mães adolescentes, onde estas não estão suficientemente preparadas para assumir a criação de um infante, somado ao baixo índice educacional de nossa população e o fato que ainda existem muitas mães que não conscientizam a importância que tem as consultas de puericultura como mecanismo de prevenção e orientação, pelo que só querem comparecer ao médico quando acontece alguma doença na criança. Por tanto consideramos que era pertinente realizar uma microintervenção integral abordando os tópicos essenciais sobre o desenvolvimento da criança.

        Com este fim, se aproveitou a Campanha de Vacinação contra o Sarampo que elevou o número de mães com crianças menores de 5 anos assistentes ao posto de saúde de forma massiva ao uníssono, e se fez uma Palestra Integral sobre Saúde da Criança como preâmbulo á vacinação.

        Como objetivo geral de esta microintervenção temos o elevar os conhecimentos sobre o desenvolvimento adequado das crianças físico e psicossocial. Para uma melhor organização dos temas traçamos objetivos específicos como: Ponderar a importância do Teste do Pezinho e as consultas de Puericultura . Orientar sobre a vacinação nos primeiros anos de vida. Promover o Aleitamento Materno até os 6 meses e ablactação das crianças após esta idade. Orientar sobre a importância de evitar acidentes do lar e os mais comuns em cada idade. Orientar sobre os danos psicossociais ocasionados á criança pela violência familiar e diminuir sua incidência.

        Faço a palestra com o apoio da equipe desenvolvendo os tópicos projetados nos objetivos. Após palestrar se deu a palavra aos participantes que fizeram uma série de perguntas e evacuaram suas dúvidas. Além consideraram oportuno haver debatido sobre o tema e fazer uma conscientização às pessoas sobre a importância do cuidado adequado da criança.

        Considero que os resultados da palestra foram satisfatórios e que esta intervenção aumentou os conhecimentos gerais dos pais sobre os diferentes temas abordados, melhorou sua percepção de risco sobre os acidentes do lar e conscientizou sobre as condutas adequadas para prever violência e doenças nas crianças.

 

                                                   

Bibliografia:

  1. Juliana Martins de Souza. Maria de La Ó Ramallo Veríssimo. Desenvolvimento infantil: análise de um novo conceito. Rev. Latino-Americana Enfermagem. São Paolo, 2015 nov/dic; 23(6):1097-104. Disponível em: www.eerp.usp.br/rlae

 

Anexo

Planilha de registro de casos de violência familiar e acidentes do PSF 2

Arauá – Sergipe 

Nome completo                

Data de nascimento

Idade

Endereço

Vítima de violência familiar (tipo)  

Vítima de acidente do lar (tipo)

Data de ocorrência

Acompanhamento pelo CRAS ou Conselho tutelar

Observações

 

 

 

 

 

 

 

sim

não

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

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