A SAÚDE DA CRIANÇA NA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA JOSÉ CELESTINO E A IMPORTANCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE PARASITOSES
ESPECIALIZANDO: DAIME SANTANA
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
Esse relato de experiência tem o objetivo de apontar como microintervenção 5 foi realizada na Unidade Básica de Saúde José Celestino, bem como uma estratégia de educação em saúde para combater o problema de parasitoses que afetam as crianças de 0 a 5 anos de idade no território de abrangência da unidade.
Para identificar esse problema de alto índice e parasitoses nas crianças, a equipe realizou uma reunião para ver se estávamos executando as principais atividades preconizadas pelo PMAQ/AB. Durante a reunião, chegamos a seguinte conclusão:
Percebe-se que a equipe realiza todas as ações preconizadas pelo Ministério da Saúde e pelo PMAQ/AB em relação a saúde da criança na área de cobertura da UBS José Celestino. Entretanto, durante a reunião surgiu a inquietação sobre um problema com alto índice de acometimento de crianças: a parasitose.
Assim, durante o trabalho como médica na UBS, foi observado a alta incidência de parasitoses na comunidade, principalmente em crianças em idade pré-escolar e escolar que em atendimento durante as consultas médicas, eram diagnosticadas com algum tipo de parasitose ou pediculose. No período de Janeiro/2018 a agosto/2018 houve um aumento do número de casos de dores abdominais seguidas de diarreia, além do aumento de casos assintomáticos de parasitoses diagnosticados pelo exame parasitológico de fezes.
Nas consultas médicas evidenciou-se que a maior parte das mães desconhecia o quadro clínico gerado pelos agentes das doenças, assim como as causas de infecções. O baixo nível educacional da comunidade dificulta o estabelecimento de medidas adequadas de tratamento e prevenção.
A situação sanitária na cidade de Currais Novos, RN é bastante precária, principalmente no bairro da UBS, no qual ainda encontram-se ruas com esgoto a céu aberto e coleta de lixo insuficiente. A população residente neste bairro vive em precárias condições de moradia e saneamento básico, que são considerados fatores determinantes para a infecção e transmissão das parasitoses.
As infecções parasitárias são consideradas indicadores do desenvolvimento socioeconômico de um país, pois seus níveis elevados de mono e poliparasitismo, associados a alimentação com baixos níveis de nutrientes, podem perfeitamente comprometer o desenvolvimento adequado do organismo humano, sobretudo nos primeiros anos de vida. Estes fatores desencadeiam, além de problemas gastrintestinais, baixo rendimento corporal e, por consequência, atraso no desenvolvimento escolar, o que constitui um problema de ordem sanitária e social (SILVA et al, 2012).
As parasitoses intestinais ou enteroparasitoses têm como agentes etiológicos protozoários ou helmintos, que em geral infectam os indivíduos através da ingestão de águas e/ou alimentos contaminadas (PEDRAZA; QUEIROZ; SALES, 2014).
Ao final da reunião, a equipe observou que essa falta de infraestrutura sanitária colabora para a manutenção da prevalência dos casos. Além disso, o desconhecimento de princípios de higiene pessoal e de cuidados na preparação de dos alimentos facilita a infecção e predispõe a reinfecção em áreas endêmicas.
Para isso, foi dada a ideia de elaborar um plano de intervenção sobre educação em saúde para combater e prevenir as parasitoses em crianças de 0 a 5 anos de idade em toda a comunidade do bairro.
Esse plano de intervenção será desenvolvido no período de três meses e ainda será elaborado pela equipe, mas pretendemos ter como estratégias: a capacitação da equipe com o tema sobre parasitoses; visitas domiciliares para acompanhamento dos casos; a ação de educação em saúde em forma de rodas de conversa com palestras sobre o tema, tanto com enfoque infantil com figuras, desenhos e brinquedos, como com o enfoque nos pais, alertando sobre a prevenção e tratamento.
Com a continuação dessa microintervenção, espera-se que as crianças, pais e equipe possam aprender e se conscientizar sobre as medidas de higiene que auxiliam no combate e prevenção das parasitoses e colaborar para reduzir os índices de acometimento da doença na região.
REFERENCIAS
PEDRAZA, D. F; QUEIROZ, D; SALES, M. C. Doenças infecciosas em crianças pré-escolares brasileiras assistidas em creches. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 2, 511-528, 2014.
SILVA, E. F; COSTA SILVA, V. B; FREITAS, F. L. C. Parasitoses intestinais em crianças residentes na comunidade ribeirinha São Francisco do laranjal, município de Coari, estado do Amazonas, Brasil. Revista de Patologia Tropical, v. 41, n. 1, 97-101. jan.-mar, 2012.
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