TITULO: EXPERENÇA SOBRE SAÚDE MENTAL NA UBS PLANALTO.
COLABORADORA: YULIA BARNET RICARDO.
FACILITADOR: TULIO FELIPE VIEIRA DE MELO.
Ao longo da historia da humanidade a atenção aos problemas de Saúde Mental passou por múltiplos estágios, com iniciações muito tristes e degradantes; hoje o mundo e Brasil passam por um processo de transformação para obter uma atenção melhor e mais humanizada aos pacientes que sofrem dessas doenças.
Tendo como noção de Saúde Mental, diferentemente da visão patologizante de Psiquiatria, inclui a problemática de saúde e da doença, sua ecologia, a utilização e avaliação das instituições e das pessoas que a usam, o estudo de suas necessidades e dos recursos necessários, a organização e a programação de serviços de tratamento e de prevenção das doenças e de promoção de saúde. ( Saraceno 2001).
Transformando esse conceito de compreensão do fenómeno da loucura, em um usuário do sistema de saúde, para ganhar em autonomia e emancipação do indivíduo. ( GUIMARAES, TORRE, AMARANTE, 2001).
Nesse sentido foi observada também a definição de Reabilitação Psicosocial proposta por Pita (1996), com um conjunto de programas e serviços desenvolvidos para facilitar a vida das pessoas com problemas severos e persistentes de saúde mental. (Pita, 1996).
Tenório (2002) aponta que deve haver consideração dos fatores políticos e biopsicossocioculturais como determinantes do processo saúde-doença e não apenas de maneira genérica. Para isso ele apontou que devem ser usados como meios básicos as psicoterapias, laborterapias, socioterapias e um conjunto amplio de dispositivos de reintegração sociocultural, destacando as cooperativas de trabalho. (Tenorio 2002).
Aqui eu considero importante enfatizar que dentro do que foi aprendido neste assunto, desempenha um papel fundamental el processo de desintitucionalização, caracterizado por uma nova política de Saúde Mental por meio da mobilização e da participação, centralizando o trabalho terapêutico para enriquecer a existência global, completa e concreta desses indivíduos, e a construção de estruturas externas por substituir a internação no manicômio. (Rotelli et al, 2001).
A Reforma Psiquiátrica Brasileira surgiu no bojo da Reforma Sanitária, tendo armazenado consigo princípios e diretrizes que norteiam esta última, em especial a universalidade, integralidade, descentralização e participação popular. Durante o seu desenvolvimento, que seguiu um sentido particular e nem sempre coincidente com aquele da Reforma Sanitária, esforços foram dirigidos na esperança de reaver esse sentido original, sobretudo no que tange à constituição de uma rede integrada de assistência ao portador de transtorno mental (NUNES; JUCÁ; VALENTIM, 2007).
Segundo Maciel (2007) o trabalho na comunidade e na família, e a ênfase na prevenção primária exigem, entre outras coisas, uma equipe grande e qualificada. Os profissionais, a comunidade e a família precisam estar preparadas para receber e prestar assistência aos pacientes desospitalizados. Além disso, deve haver a criação de espaços de assistência extra-hospitalares em número suficiente para atender toda a população.
Em nossa UBS Planalto temos também um alto número de pacientes com doenças de saúde mental, com uso indiscriminado de psicofármacos e por um tempo de uso muito prolongado, para lograr uma visão mais específica e poder traçar um palno de ação para melhorar o estado de saúde dessa população, nossa equipe fez uma reunião e depois de unificar critérios foi criado um instrumento que nos permitiu registrar as informações necessárias nesse sentido. Determinamos uma planilha para esvaziar os seguintes dados: Nome completo, identificação de SUS, sexo, data de nascimento, endereço, escolaridade, antecedentes pessoais, antecedentes familiares, especificando antecedentes familiares de doenças mentais e suicídio ou intentos, fatores de risco sociais, psicotrópicos que usam, tempo de uso destes, acompanhamento por psicólogo e/o psiquiatra. Com esse instrumento foi possível identificar aos pacientes de saúde mental o em uso de psicotrópicos até sem um diagnóstico estabelecido.
Assim derivamos ações como avaliar a todos esses pacientes novamente e de forma integral, referenciar segundo as necessidades para avaliação por psicólogo e/o psiquiatra.
Em nosso município contamos com um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que não es suficiente para satisfazer as necessidades pela demanda que es grande, más está funcionando. Também temos uma equipe de NASF, composta por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que atuam de maneira integrada e apoiando os profissionais das Equipes Saúde da Família, das Equipes de Atenção Básica.
Aqui temos dificuldades como expliquei anteriormente porque é insuficiente para atender a todos os pacientes do município pelo que es vezes é muito demorada a marcação das consultas e dos retornos, também dificulta nosso trabalho nas UBS que não recebemos a contra referência e muitas vezes é só escutar o que o paciente fala sobre sua consulta com os especialistas sem ter certeza do diagnóstico que ele concluiu e a conduta, assim resulta impossível dar um acompanhamento adequado e menos a possibilidade de aplicar desmame.
Podemos dizer que dentro das fortalezas temos logrado atividades educativas e participativas com a equipe do NASF nas UBS, a integração de grupos importantes além dos usuários de psicotrópicos, aqueles com uso de álcool, ganhando em conhecimento e consciência da população.
BIBLIOGRAFÍA:
SARACENO, B. Libertando Identidades da reabilitação psicossocial à cidadania possível. Instituto Franco Basaglia. 2. ed. Belo Horizonte/Rio de Janeiro: Te Corá, 2001. 178 p.
GUIMARÃES, E. M.; TORRE, E. H. G.; AMARANTE, P. Protagonismo e subjetividade: a construção coletiva no campo da Saúde Mental. Ciência e Saúde Coletiva, v. 6, n. 1, p. 73-85, 2001.
PITTA, A. Reabilitação psicossocial no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1996. 158 p.
TENÓRIO, F. A reforma psiquiátrica brasileira da década de 1980 aos dias atuais: história e conceito. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 9, n. 1, p. 25-59, 2002.
ROTELLI, F. et al. Desinstitucionalização uma outra via: a reforma psiquiátrica italiana no contexto da Europa Ocidental e dos “países avançados”. In: NICÁCIO, F. (Org.). Desinstitucionalização. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2001. p. 17-59.
NUNES, Mônica; JUCÁ, Vládia Jamile; VALENTIM, Carla Pedra Branca. Ações de saúde mental no Programa Saúde da Família: confluências e dissonâncias das práticas com os princípios das reformas psiquiátrica e sanitária. Caderno saúde pública, v. 23, n. 10, p. 7584, 2007.
MACIEL, Silvana Carneiro. Exclusão/inclusão social do doente mental/ louco: representações e práticas no contexto da reforma psiquiátrica. Tese de Doutorado, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. 2007.
Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica.Disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/nasf_perguntas_frequentes.php
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