RELATO DE EXPERIÊNCIA
TÍTULO: ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL
ESPECIALIZANDO: REINIER HERNÁNDEZ RODRÍGUEZ
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
Este relato é sobre saúde mental:
“Que não é mais que um conceito vago que engloba desde transtornos como dislexia, autismo, síndrome de down, demência senil, depressão, que se manifestam de diferentes formas e com diferentes sintomas, até distúrbios psicológicos e de comportamento- ansiedade e estresse, por exemplo-diretamente relacionados com as condições de vida impostas pela sociedade atual” (VARELA, 2012, s/p.).
O movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira teve início na década de 1970, criticando o modelo biomédico que estava configurado no modelo centrado apenas na prática individual e produtivista, sendo considerado ineficiente, já que o usuário era privado do convívio social (SINIBALDI, 2013)
Na década de 1980, com a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, as mudanças necessárias ao setor da saúde exigiram reformas mais profundas, ampliando as intervenções (promoção, prevenção e recuperação da saúde). Dessa forma, foi proposto um modelo de substitutivo de saúde mental pautado na atenção e assistência em redes intersetoriais (BRASIL, 1986).
Pensando nisso, decidimos escrever um relato de uma experiência que aconteceu na UBS Josefa Barbosa dos Reis Romão, no Município Lagarto (Sergipe), tendo como objetivo conhecer os pacientes que fazem uso de medicamentos controlados, pois, em nossa unidade, temos um registro (ver abaixo) dos pacientes que se encontram em uso desses medicamentos, o que permite um melhor controle dos mesmos.
Nome e sobrenome. |
Medicamento |
Diagnostico. |
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Os pacientes recebem atendimento duas vezes no mês, em consulta ou em visita domiciliar, com periodicidade variando em função do controle do quadro clínico, sendo orientados que podem comparecer na unidade sempre que quiserem e que precisarem. Com eles, realizamos atividades educativas para ajudar ao desmame das medicações, naqueles pacientes em que é possível, além de oferecer algumas Práticas Integrativas como tratamento complementar.
Para compreender melhor como é realizado o atendimento dos pacientes com saúde mental em nosso munícipio, é necessário conhecer como esta conformada a rede de saúde mental. Ela conta com quatro serviços: CAPS-AD (Álcool e outras drogas); CAPS-II (transtornos mentais); Residências Terapêuticas, que constituem o serviço de desinstitucionalização dos hospitais psiquiátricos; AUA (Unidade de Acolhimento do Adulto), onde os pacientes que não tem boas condições socioeconômicas permanecem por um período não superior a 6 meses. Existem também as equipes de matriciamento que capacitam as UBS, para que estas compreendam, mais menos, como agir diante de um paciente em crises, e no suporte para ações de promoção e prevenção que podem ser realizadas, e sobre quais os serviços de urgência e emergência que podem ser acionados, via apoio multiprofissional do NASF.
Os pacientes podem ter acesso a esses serviços através de um encaminhamento realizado pela UBS, por meio dos familiares ou através de demanda espontânea, sendo atendidos por um técnico de referência, que faz uma pré-consulta e adequam o paciente ao plano terapêutico, passando logo a frequentar o serviço. A periodicidade vai depender do que a equipe multiprofissional vai sugerir, de acordo com a singularidade do projeto terapêutico, onde participam de atividades educativas efetuados na própria unidade. Temos como referência o Hospital regional de lagarto e hospital de Aracajú, usados nos casos que os pacientes se encontram em crise.
Tivemos um caso de um paciente que os familiares levaram até a nossa unidade procurando ajuda, pois ele se encontrava agressivo demais, só falava que iria atentar contra sua vida, e os familiares se encontravam nervosos e preocupados porque poderia acontecer alguma coisa com ele. O caso foi avaliado em equipe, onde decidimos acionar o CAPS, que atendeu com muita rapidez, inserir um plano terapêutico singular que norteará a recuperação do paciente. Atualmente o usuário se encontra estabilizado, em uso de medicamentos. O seguimento está sendo realizado na unidade, inclusive com atividades em grupo para promover uma melhor atenção em busca de sua integração na sociedade.
Dentro das principais dificuldades se encontra que não recebemos contra referência dos casos encaminhados o que dificulta muito o manejo e atendimento dos usuários, pois em muitos casos, não conhecemos o diagnostico emitido para esse paciente, ou período que ele vai usar o remédio. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, nossa equipe continua trabalhando para oferecer o melhor atendimento a estes pacientes para que tenham uma vida mais plena. Com a realização desta micro intervenção, nossa equipe aprendeu muito sobre o manejo dessas situações, além do que, passei a conhecer com mais profundidade a Rede de Saúde Mental de nosso município.
Referencias:
BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório Final da VIII Conferência Nacional de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 1986.
SINIBALDI, B. Saúde mental infantil e atenção primária: relações possíveis. Rev. Psicol. UNESP, Assis, v.12, n.2, p.61-72, 2013.
VARELA, D. Saúde Mental. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/saude-mental/>. Acesso em: 30 Jul. 2018.
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