10 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CAPITULO 4

ANALISANDO A REALIDADE DA SAUDE MENTAL DA COMUNIDADE ÁFRICA.

ESPECIALIZANDO: LUIS ANDRES CARRASCO GARATE 

ORIENTADOR: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA

COLABORADORES:

IRIS ALVES DA CUNHA, diretora da UBS.

EDNA MARIA MENEZES, administradora da UBS.

ANALU RODRIGUES XAVIER, cirurgião dentista da estratégia de saúde da família.

ENAURA ALMEIDA SILVA, enfermeira da estratégia de saúde da família.

FRANCIELMA BATISTA DE ARAUJO, auxiliar de enfermagem da estratégia de saúde da família

CAROLINE ALVES MAIA EMIDIO DE OLIVEIRA, técnico de enfermagem da estratégia de saúde da família.

CRISTIANE DE FARIAS DAS CHAGAS, agente comunitário de saúde.

FRANCISCO GILBERTO DOS ANJOS DA SILVA, agente comunitário de saúde.

LUCIANA ANDRE DO NASCIMENTO, agente comunitário de saúde.

MARIA DA CONCEIÇAO GOMES, agente comunitário de saúde.

JOSINEIDE FERREIRA DA SILVA, agente comunitário de saúde.

 

Considerando a importância de identificar as fragilidades na saúde mental e a necessidade da sua avaliação se necessita de um instrumento de autoavaliação que auxilie no planejamento de ações da equipe de saúde, que permita à identificação dos principais problemas que devem ser trabalhados, assim como, as ações de intervenção que devem ser implementadas.

Nesta experiência será relatado o processo de autoavaliação dos serviços de saúde prestados pela Equipe de Atenção Básica (EAB) 93 da Unidade Básica de Saúde (UBS) África – Distrito Sanitário Norte I, Natal Rio Grande do Norte.  Através dos critérios avaliativos do Programa de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção – PMAQ.

Será descrito o processo de realização e elaboração de uma planilha onde possamos começar a registrar as informações que são solicitadas pelo PMAQ de acordo com o relato que se segue: para a realização e elaboração da ficha espelho foi convocada uma reunião com toda a equipe 93 da UBS ÁFRICA, foram avaliados vários critérios que são requisitos do PMAQ. Nessa direção, foi constatado que o registro da unidade de usuários em uso crônico de benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, antidepressivos, estabilizadores de humor, bem como, os ansiolíticos de um modo geral, é realizado por cada Agente Comunitário de Saúde (ACS) em coordenação com o médico, mas estes registros em alguns casos estavam desatualizados. Desse modo, foi acordado que até o final do mês os registros deveriam ser atualizados e avaliados em uma nova reunião. Não houve nenhuma dificuldade na avaliação dos registros nem na proposta de melhoras, por parte da equipe e foi observado também, que a equipe mantém adequadamente um registro dos casos mais graves de usuários em sofrimento psíquico.

Foi elaborada também, uma ficha de atendimento em saúde mental  com a finalidade de ter um melhor acompanhamento e registro dos pacientes, foi acordado que os ACS, realizariam um novo levantamento dos usuários em uso crônico de benzodiazepínicos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, antidepressivos, estabilizadores de humor bem como, os ansiolíticos de um modo geral, mas esses dados deveriam ser registrados na ficha elaborada e anexada ao prontuário do paciente, com a finalidade de  facilitar o acompanhamento  da história clínica do paciente por ocasião do atendimento na UBS. Essa ficha será revisada e reavaliada pelo médico para conferir ou corrigir as informações dadas pelo paciente. Segue abaixo o modelo da ficha utilizada:

 

 

   

Dando continuidade a intervenção será relatada como está organizada a rede de saúde mental em nosso território seguindo a linha de cuidado de um paciente que realiza acompanhamento em Saúde Mental na nossa UBS.

Trata-se de um caso específico de um paciente da nossa comunidade de 20 anos de idade, com diagnóstico de autismo que apresenta um importante déficit cognitivo, há alguns meses. O paciente estava trancado em casa já que apresentava crises de agressividade, motivo pelo qual a mãe teve que fechar a casa com chaves. O paciente fazia usos de medicação oral há alguns anos, mas não tinha nenhuma melhoria e este ia se tornando cada vez mais agressivo. A família já tinha procurado a UBS e nas visitas domiciliares realizadas o paciente apresentava-se tranquilo. A equipe solicitou uma consulta com o psiquiatra através da regulação da UBS para avaliar melhor o caso, o que demandaria um tempo indeterminado de espera para o agendamento enquanto o paciente ia se tornando ainda mais agressivo, gerando mal-estar nos vizinhos. Diante dessa realidade a equipe articulou os profissionais do NASF para avaliar o caso e o paciente foi referenciado para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). mas, toda vez que a família tentava levar o paciente este tornava-se violento, foi então que  a equipe entrou em contato com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Natal, e estes por sua vez articularam o serviço do  Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). Também foi articulada uma visita domiciliar ao paciente por um especialista e foi constatado que efetivamente as medicações que o paciente estava usando desde a adolescência não estavam surtindo o efeito esperado, e foi prescrito um neuroléptico de uso parenteral (intramuscular) que deverá ser aplicado a cada 28 dias. Atualmente a equipe realiza acompanhamento semanal do paciente, renovação das receitas das medicações, preenchimento e solicitação da medicação de uso parenteral que são entregues na Unidade Central de Agentes Terapêuticos (UNICAT). O paciente encontra-se estável, foi agendada uma nova visita domiciliar ao paciente para acompanhamento sistemático de seu caso clínico.

Já se falarmos de uma forma geral sobre como está organizada a saúde mental na nossa comunidade, temos que, por exemplo, o paciente em sofrimento psíquico procura a UBS através do ACS, dependendo do caso o paciente é agendado para uma consulta médica ou se for necessário é atendido no mesmo dia, este paciente após avaliação segue um fluxo conforme organização da rede de saúde mental na nossa UBS,

Pacientes que precisam um atendimento de urgência ou em crise poderão ser encaminhados a uma Unidade de pronto Atendimento – UPA, ao Hospital Psiquiátrico João Machado, ao hospital Municipal de Natal, e se o paciente apresentar alguma comorbidade poderá ser referenciado ao HUOL – Hospital Universitário Onofre Lopez, o ACS realiza o seguimento do caso, para após alta do paciente continuar com o acompanhamento.

No entanto, pacientes que já realizam acompanhamento psiquiátrico ou já tem diagnóstico prévio, são encaminhados à Policlínica Norte, através da regulação na UBS.

No caso de pacientes com necessidade decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas na nossa comunidade, mesmo que os Centros de Apoio Psicossocial – CAPS, e o CAPS Álcool e Drogas – CAPS-AD sejam porta aberta, os pacientes podem ser encaminhados para estes serviços e após atendimento os pacientes retornam par a UBS para o acompanhamento.

 Uma fortaleza na Nossa Comunidade é poder contar com o NASF que realiza atividades próximo a nossa UBS e existe uma excelente comunicação por parte da equipe 93 e de toda a UBS, com os profissionais do NASF. São realizadas reuniões sistemáticas cada 15 dias ou até semanalmente, contando com a presença da psicóloga, da fisioterapeuta ou do nutricionista, organizando assim, a linha de cuidado dos pacientes mais graves em sofrimento psíquico.

1 Star2 Stars3 Stars4 Stars5 Stars (No Ratings Yet)
Loading...
Ponto(s)