9 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

TÍTULO: SAÚDE MENTAL: DIAGNÓSTICO, CONTROLE E ACOMPANHAMENTO

ESPECIALIZANDO: Leopoldo Christian Pessoa Alves

ORIENTADOR: Maria Betânia Morais de Paiva

COLABORADORES: Camila Danielle Carlos de Amorim. Maria Rosenilda Nunes. Nágila de Freitas Oliveira Monteiro. Jaedna Mari Monteiro Dantas.

 

A Microintervenção IV trata da “Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde”. O objetivo, portanto, desta atividade é o de elaborar um documento para ser entregue a todos os pacientes que fazem parte do Programa de Atenção à Saúde Mental da Unidade Básica de Saúde Antônia Simão, no município de Rodolfo Fernandes-RN, a fim de controlar e acompanhar os pacientes quanto ao uso de suas devidas medicações. Para alcançar o objetivo esta Microintervenção contou com três etapas. A primeira etapa consistiu em reuniões da equipe de trabalho da UBS Antônia Simão e elaboração do documento denominado pela equipe de Cartão de Acompanhamento. Na segunda etapa realizou-se um encontro promovido pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) a fim de reunir pacientes diagnosticados com transtornos mentais e que fazem uso de alguma medicação controlada para a distribuição do Cartão de Acompanhamento.  E a terceira e última etapa trata-se de um relato de experiência onde é descrito como se desenvolveu as ações.

Sobre a “Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde” Mello (2007), afirma em casos de municípios de menor porte, isto é, com menos de 20.000 habitantes, que é através da Atenção Básica à Saúde que se estrutura a rede de atendimento a saúde mental. Sendo assim, segundo Mello (2007), para municípios como o de Rodolfo Fernandes, no Rio Grande do Norte, que possui de acordo com a população estimada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 4.545 mil habitantes, a Atenção Básica de Saúde deve ser responsável por organizar e desenvolver o atendimento a esta demanda com o objetivo de acolher e estabelecer vínculos terapêuticos (IBGE, 2017).

Também, de posse do contexto de que em municípios com menos de 20.000 mil habitantes os pacientes diagnosticados com transtornos mentais leves ou graves estão sendo atendidos por Equipes da Atenção Básica (EBA), uma vez que não é possível a implantação de Centros de Atenção Psicossocial, acredita que é viável e essencial a capacitação contínua do profissional (COIMBRA et al.,2007).

Diante, portanto, da importância de se desenvolver uma Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde (APS) com qualidade, a primeira etapa desta Microintervenção IV buscou reunir equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF), juntamente, com os profissionais que fazem parte do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) e integrantes da gestão municipal para elaborar um cartão de acompanhamento, no intuito de ser entregue aos paciente que fazem parte do Programa de Atenção à Saúde Mental da UBS Antônia Simão, a fim de controlar e acompanhar os pacientes quanto ao uso de suas devidas medicações.

A segunda etapa desta Microintervenção contou com a realização um encontro promovido pelo (NASF) a fim de reunir pacientes diagnosticados com transtornos mentais e que fazem uso de alguma medicação controlada para a distribuição do Cartão de Acompanhamento. Além disso, ocorreu na segunda etapa dessa atividade uma triagem realizada por dois profissionais da área da Medicina onde foram analisados casos para se estabelecer a medicação apropriada, ajuste de dosagem e orientação acerca de seu desuso. Na oportunidade a equipe tomou conhecimento da paciente M. C. A. diagnosticada com transtorno depressivo.

Na terceira e última etapa da Microintervenção IV, após a elaboração do cartão de acompanhamento dos pacientes com transtornos mentais da área de atuação, foi realizada uma seleção (triagem), por dois médicos da Unidade, o Dr. Leopoldo Christian Pessoa Alves e o Dr. Patrick Alexandre Galdêncio Cavalcante, para a construção do relato de caso na perspectiva de elaborar uma linha de cuidado e buscar articulação com a rede de apoio à saúde mental do município.  Na oportunidade tomou-se conhecimento do caso da paciente M. C. A. que apresentava em seu histórico a perda de ente querido há aproximadamente três anos. Nesse período M. C. A. procurou a UBS em busca de ajuda psicológica e psiquiátrica relatando muito sofrimento, insônia e perda da vontade de viver, informando também que começou a fazer uso de medicação por conta própria. De base das informações a equipe profissional encaminhou a paciente M. C. A para uma primeira avaliação junto a psicóloga do NASF onde foi diagnosticado um quadro de transtornos depressivo. Diante do quadro apresentado, a paciente foi encaminhada para a consulta médica com o propósito de verificar e estabelecer uma medicação apropriada. Foi observado, também, a possível necessidade de encaminhamento ao serviço especializado. Vale ressaltar que o município de Rodolfo Fernandes – RN não conta com os serviços especializados do Centro de Assistência Psicossocial (CAPS). Neste caso os pacientes diagnosticados com algum tipo de transtorno mental foram encaminhados ao (NASF) para iniciar ou dar continuidade ao acompanhamento psicológico com a finalidade de obter êxito no tratamento. Já os casos mais graves identificados na triagem foram encaminhados ao Psiquiatra.

É importante destacar que com a criação do Cartão de acompanhamento nota-se um avanço no que diz respeito ao tratamento de doenças mentais no município de Rodolfo Fernandes – RN. As reuniões com toda a equipe, desde o Agente Comunitário de Saúde (ACS), passando pela a equipe médica e NASF, possibilitou melhorias para esse tipo de tratamento, uma vez que, foi estabelecido um controle na distribuição de medicamentos e acompanhamento do tratamento.

Durante as reuniões a equipe relatou que, inicialmente, observaram os pacientes receosos com relação à perda da medicação. Todavia, a proposta do Cartão de acompanhamento cumpriu o seu objetivo que é o de controlar o fornecimento dos medicamentos utilizados pelos pacientes. Na prática notou-se que com a implantação do cartão houve melhorias no controle, distribuição da medicação e êxito nos tratamentos prescritos aos pacientes.

Por fim, a perspectiva é que a interação NASF/Consultório Médico melhore cada vez mais a fim de que haja uma atenção e discussão dos casos de forma conjunta, bem como a elaboração de um projeto terapêutico em equipe, o que traria melhorias na obtenção de resultados positivos gerando mais qualidade de vida à população.

 

Referências

COIMBRA, V. C., OLIVEIRA, M.M., VILA, T. C., & ALMEIDA, M. C. A Atenção em saúde mental na Estratégia Saúde da Família. [Versão eletrônica]. Revista Eletrônica de Enfermagem, v.07, p.113 – 111, Goiânia, 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo Populacional (2017). Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/rodolfo-fernandes/panorama>. Acesso em: 15 ago. 2018.

MELLO, M., MELLO, A., KOHN, R.. Epidemiologia Da Saúde Mental No Brasil, (1ª ed.). Porto Alegre: Editora Artmed, 2007.

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