6 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CAPITULO IV:

TEMA: OS CUIDADOS E DEVERES DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA MARLENE RICARDO COM OS USUÁRIOS DE SAÚDE MENTAL

MÉDICO: LEONARDO PEREIRA DOS SANTOS

ORIENTADORA: MARIA BETANIA MORAIS DE PAIVA

COLABORADORES:

ENFERMEIRA: GISLAYNE

EQUIPE: NASF E CAPS

                             

Neste trabalho desenvolvido pelo Médico com a colaboração da enfermeira da Equipe de Saúde da Família (ESF) Marlene Ricardo, sob supervisão da facilitadora Maria Betânia Morais Paiva, é direcionado para a população em que estamos comprometidos a ajudar e melhorar sua qualidade de vida por se trata de pessoas carentes, muitos, abandonados pelos familiares ou pela sociedade. Desse modo o objetivo desse relato é demonstrar como se oferta o cuidado de pacientes com transtornos psíquicos em nosso território, e como é o fluxo dos mesmos a traves dos órgãos competentes do Sistema Único de Saúde (SUS) em nosso município de Currais Novos/RN.

O trabalho discorre na seguinte ordem;

1)      Ficha espelho para atendimento inicial dos usuários com transtornos psíquicos.

2)      Explicar quais os serviços de saúde mental temos em nosso município e como funcionam

3)      Selecionaremos um paciente que necessite de atendimento integral pela nossa equipe e construiremos uma linha de cuidado junto com os demais serviços de saúde mental.

 Primeiramente como dito anteriormente foi desenvolvido um ficha espelho usando os critérios: perfil de usuário, identificação pessoal, quais medicações em uso, hábitos de vida e se está sendo acompanhado por algum órgão em comum, a ficha modelo segue a baixo.

 

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

UNIDADE DE SAÚDE MARLENE RICARDO

FICHA DE ATENDIMENTO DE SAÚDE MENTAL

Nome:

Idade:                                                Telefone:

Endereço:

Cartão SUS:

Primeira consulta: Sim (  )   Não (  )

Internação: Sim (  )  Não (  )

Em Acompanhamento com NASF: Sim (  )   Não (  )

Em Acompanhamento com CAPS: Sim (  )  Não (  )

Psicofarmaco em uso:

Uso Regular de Medicação: Sim (  )  Não (  )

Uso de Drogas:

Tabagista: Sim (  )  Não (  )                              Etilista: Sim (  )    Não (   ) 

Outros;

Na composição da rede de saúde mental do munícipio contamos com o apoio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) que junto com a Unidade Básica de Saúde (UBS) Marlene Ricardo compõe a rede de atenção de saúde mental.

O NASF do município de Currais Novos/RN está constituído por duas equipes da modalidade 1 formados por uma composição de profissionais de nível superior entre eles estão psiquiatra, nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudióloga, assistente social, educador físico     e         psicólogo,

                Define-se que cada NASF 1 equipe que realize suas atividades vinculadas a no mínimo, 8 (oito) equipes de Saúde da Família e no máximo, 15 (quinze) equipes de Saúde da Família e/ou equipes de     atenção             básica para     populações     específicas.

Entre as atribuições realizadas pelo NASF tem-se o matriciamento em saúde mental realizado de forma sistemática e periódica com as ESF que tem como foco de atuação as atividades em grupo voltado para a questão da saúde mental, diabetes, hipertensão, entre outros

O CAPS do nosso município do tipo II que atende também a usuários de álcool e drogas ilícitas é composta por uma equipe multiprofissional com 1 psiquiatra, 2 psicólogos, 1 educador físico, 1 professor de terapia ocupacional, 2 técnicos de enfermagem, 1 recepcionista e 1 enfermeiro. Este serviço foi constituído para atender um perfil de pacientes com surto psicótico grave, que não necessita de internação, mas requer uma abordagem multiprofissional com acompanhamento diário no CAPS. Para os paciente em surto com necessidade de abordagem mais complexa se faz o encaminhamento para o CAPS III, localizado em outro município. No momento o CAPS municipal absorve uma demanda de aproximadamente 250 usuários para realizar o acompanhamento na UBS. No entanto, tais paciente continuam em atendimento no CAPS, pois sentem-se inseguros e temem recaídas.

Além do mais o CAPS conta com um grupo de tratamento alternativo denominado TERAPIX que inclui tratamento com terapia ocupacional, auriculoterapia, yoga, acupuntura, antes dos usuários iniciarem esses tratamentos são acolhidos e feitos uma triagem para ver o perfil de cada pessoa e se encaixa para o tratamento no local.

Também são realizados momentos de interação entre os CAPS com atividades em grupo promovendo saúde através da música, dança, jogos esportivos na perspectiva de se inserir os pacientes ao contexto social em que vivem

Nesse terceiro momento será exposto o acompanhamento que está sendo feito com um usuário da unidade, para preservar a integridade das pessoas, os nomes aqui citados são fictícios.

Mario é um adulto jovem irmão mais velho de Maria, uma adolescente especial pois nasceu com hidrocefalia e precisou fazer uma derivação ventrículo peritoneal quando bebê, ambos convivem com a mãe separada de seu marido, Mario no entanto começou a desenvolver um quadro de depressão junto com uma fobia social, quase não se alimentava, era de pouca conversa e passava a maior parte do tempo trancado em seu quarto, não dava ouvido para o que a mãe falava, sempre muito triste e a través do ACS da área fomos fazer uma visita e realmente foi constatado que estava como mencionado. A partir desse momento acolhemos Mario com muita cautela, escutamos as poucas palavras que tinha para falar no entanto conseguimos um vínculo, orientamos a mãe sobre o cuidado que deve e medicamos Mario, marcamos retorno com 30 dias para nova avaliação. No dia da reavaliação já foram observados alguns sinais positivo em relação ao tratamento, uma vez que o paciente já estava se alimentando, com mais interação persistindo ainda o medo de sair de casa. No seu depoimento refere-se a sua casa como o lugar mais seguro e que estando ali nada vai acontecer e se sair pode acontecer algo grave inclusive morrer. Diante da realidade avaliada foi mantida a medicação por mais 30 dias e como não houve uma resposta favorável em relação a fobia social, mudamos a medicação para duas drogas mais fortes e conduta expectante por mais 60 dias, caso não melhore será agendado uma visita domiciliar com o psiquiatra para avalição geral do paciente. Desse modo, vale destacar que o caso relatado consistiu na situação mais difícil de ser enfrentada na minha área de atuação, pelo fato da pessoa não sair de sua casa.

Desse modo como potencialidade posso afirmar que a experiência vivenciada tem contribuído para crescimento e aprendizagem acadêmica, destacando a humanização do atendimento realizado pela ESF. A experiência de aproximação com o CAPS e NASF foi bastante proveitosa, pois demonstraram disponibilidade para comunicação e estreitamento dos laços profissionais e se colocaram à disposição para novos contatos.


 

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