13 de outubro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

CAPÍTULO IV: SAÚDE MENTAL: O CUIDADO NECESSÁRIO

ESPECIALIZANDO: LARISSA BEZERRA DA SILVA

ORIENTADORA: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA

COLABORADORES: AGENTES  COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

         Desde a Reforma Psiquiátrica, por volta dos anos de 1970 e 1980, houve uma nova perspectiva sobre a saúde mental no Brasil, na tentativa de descentralizar o cuidado e acompanhamento exclusivo pelos psiquiatras. Houve assim, a instituição da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) em dezembro de 2011, objetivando o cuidado dos usuários com sofrimento ou transtorno mental no âmbito da Unidade Básica de Saúde (UBS) (FRATESCHI et al., 2016).

         Para isso, o conhecimento da composição dos usuários em saúde mental do território se faz necessário. Um dos quesitos para facilitar é o registro e controle das medicações utilizadas pelos pacientes. Logo, utilizando uma tabela no Excel, dividiu-se por subáreas e seu agente comunitário de saúde (ACS’s).

         Em reunião de equipe foi discutido quais melhores parâmetros para compor a tabela de controle dos psicotrópicos, ficando definida a presença de: nome, prontuário, data de nascimento, diagnóstico, medicamentos, tempo de uso e data da última consulta.

CONTROLE PSICOTRÓPICOS

ÁREA: 801

Nome

Prontuário

Data de Nascimento

Diagnóstico

Medicamentos

Tempo de uso

Data da última consulta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Dessa forma, combinou-se de deixar essa tabela no computador do consultório para realizar novas atualizações conforme consultas médicas e/ou visitas domiciliares.

            É sabido pelos profissionais de saúde a respeito do uso inadequado e crônico dos benzodiazepínicos na atenção básica, utilizado por vários motivos, como insônia, problemas socioeconômicos, sócio familiares ou, até mesmo, ansiedade.

            Diante disso, iniciei a realizar o desmame dos benzodiazepínicos dos usuários. Atualmente, há 19 pacientes registrados no desmame. Um deles, paciente masculino, 72 anos, usuário crônico de Clonazepam 2 mg (0-0-1), há mais de 20 anos devido a estresse pós-traumático. Iniciei os desmame com Clonazepam 2,5 mg/mL, 16 gotas à noite, com redução de 02 gotas a cada semana. Não apresentou dificuldades ou efeitos colaterais nas 04 primeiras semanas, porém nas seguintes, apresentou queixa de insônia, associei um fitoterápico (Sintocalmy 600 mg, 0-0-1), porém sem efeitos. Logo, prescrevi Amitriptilina 10 mg (0-0-1). Paciente conseguiu realizar antes do uso do tricíclico um ECG e Fundoscopia, ambos sem alterações. Atualmente, usuário permanece e uso da Amitriptilina 10 mg (0-0-1), sem outras queixas.

             Contudo, a maioria dos pacientes é resistente à realização do desmame e apresentam outras comorbidades e queixas, necessitando o uso de outros medicamentos psicotrópicos. Para isso, utilizo o auxílio da psiquiatra do Centro de Apoio Psicossocial CAPS nas reuniões de matriciamento no CAPS, no intuito de orientar a associação de outras medicações durante essa fase.

              Espero que com o auxílio do serviço do CAPS e com a planilha do controle dos psicotrópicos, regularize o uso das medicações e aperfeiçoe o cuidado da saúde mental dos usuários.

REFERÊNCIA

FRATESCHI, Mara Soares; CARDOSO, Cármen Lúcia. Práticas em saúde mental na atenção primária à saúde. Psico, v. 47, n. 2, p. 159-168, 2016.

 

 

 

 

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