1 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

                

           TÍTULO: ATENÇAO EM SAÙDE MENTAL: PARAZINHO/RN

           ESPECIALIZANDA: ILIANA PUENTES BARROSO

           ORIENTADORA: MARIA BETÂNIA MORAIS DE PAIVA

          A atenção à saúde mental de nossa comunidade é um aspecto primordial na Atenção Primária à Saúde (APS), por isso é um dos pontos controlados pelo Programa de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção (PMAQ), com o objetivo de garantir maior atenção e qualidade de vida à nossa população.

          Para ter um bom controle de nossos pacientes com transtornos mentais, nossa equipe de saúde preparou uma planilha ou ficha espelho para registrar dados de importância destes. A primeira proposta do instrumento e com a qual começamos trabalhar, foi bastante geral, ou seja, tinha dados inconclusivos, por isso foi necessário criar um novo instrumento que é o que usamos atualmente. (Foto1)

 

 

            Para garantir um bom atendimento aos nossos pacientes não basta registrá-los em nossa unidade, também é necessário ter um bom fluxo na rede de atenção psicossocial do município, començando pela APS, que no caso da minha equipe, destinamos um expediente para a atençao à saùde mental.  Para uma melhor compreensão disso, mostraremos através da atenção psicossocial oferecida a um de nossos usuários.

            Trata-se de uma paciente do sexo feminino, de 39 anos, técnica de enfermagem desempregada, produto da mudança de gestão do município, casada, mora com o marido que é pedreiro e dois filhos menores de idade. Cheguo à consulta referindo insônia, falta de vontade de fazer as tarefas domésticas e até de cuidar de si mesma, ela também disse estar muito preocupada porque tem dificuldades econômicas para comprar as coisas necessárias para o dia a dia da casa, onde ficava a dia inteiro pensando sobre a situação que ela estava passando, durante toda a entrevista ela chorou incontrolavelmente e estava deprimida.

            Levando em conta o quadro clínico da paciente diagnostiquei um Transtorno Depressivo e indiquei tratamento antidepressivo e decidi enviá-lo para acompanhamento pelo  Núcleo de Apoio à Saúde da Famíla (NASF), onde encontrei a dificuldade de ausência do psicólogo na equipe e a falta de vaga para ser atendido pela fisioterapeuta, por isso, foi difícil fazer um tratamento integral adequado na APS. Após um mês de medicação terapêutica, a paciente retorna para reavaliação psicológica e relatou sentir o mesmo e que desejava morrer. Diante dessa situação de risco de vida, resolvi encaminhar a paciente para atendimento psiquiátrico especializado, que ocorre no município a cada quinze dias, ou seja, duas vezes por mês, uma vez para APS e outra para o Centro de Apoio PsicoSocial (CAPS). A paciente foi atendida pelo psiquiatra, que diagnosticou Transtorno Depressivo Grave e julgou necessário acompanhà-la no CAPS, no entanto, só fiquei ciente dessa realidade despois de certo tempo através de informações repassadas pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS) da paciente, pois não recebi contrarreferência do especialista, dificuldade muito frequente no meu dia a dia. Atualmente a usuária está em processo de desmame da terapia psicotrópica pela melhora clínica evidenciada.

            A partir da história anterior, podemos concluir que a atenção psicossocial em Parazinho acontece, mas não da maneira que deveria, ou seja, há muito a melhorar nesse fluxo de atendimento. Temos fragilidades como a ausência de um Psicólogo no município, cuidados de Fisioterapia insuficiente, a dificuldade que aìnda persiste em receber uma contrarreferência de especialistas, deixando o diagnóstico e a terapêutica final do paciente “no ar” a maior parte do tempo. Todos esses aspectos foram apontados novamente na reunião de nossa equipe de saúde e expostos à direção do município para serem resolvido.

 

 

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