TÍTULO: Microintervenção sobre Saúde mental na Atenção Básica.
ESPECIALIZANDO: GRETCHEN BERTHA ESTEPA MARRERO.
ORIENTADOR: ISSAC ALENCAR PINTO.
A Atenção Básica desenvolve dois principais tipos de ações de saúde mental. O primeiro detecta as queixas relativas ao sofrimento psíquico e promove uma escuta qualificada; o segundo compreende as várias formas de solucionar os problemas detectados que pode ser oferecer tratamento na própria atenção básica ou encaminhando para os serviços especializados.
A microintervenção aqui relatada propõe uma abordagem de como são organizadas as ações para as pessoas com sofrimento psíquico, desenvolvidas pela Equipe de Saúde da Família do Bairro da Esperança do Município de Monte Alegre (RN); e seu vínculo com os serviços de saúde mental no território.
Foi constatado que a equipe identifica as pessoas com sofrimento psíquico e transtornos mentais no seu território e faz o acompanhamento delas por meio de atividades individuais e/ou grupais. Assume a coordenação do cuidado e desenvolvem ações que incluem acolhimento, tratamento e acompanhamento destes casos, com o cuidado compartilhado com o NASF, e/ ou outros pontos da rede de atenção psicossocial como o psiquiatra do município e nos casos necessários encaminhamentos para o CAPS de outro município, já que o nosso não conta com esse serviço.
Realiza atendimentos agendados ou de livre demanda. Para isso, utiliza estratégias como: tempo maior de consultas, registro de história de vida, ferramentas de abordagem familiar etc.
Foi realizada uma reunião com toda a Equipe na qual foram discutidas diferentes aspetos relacionados ao complemento de ações direcionadas aos pacientes com transtornos mentais. Durante a mesma foi proposto um instrumento que permite coletar e avaliar os dados referentes ao trabalho desenvolvido com os usuários em uso crônico de benzodiazepínicos e outro psicofármacos (Anexo 1). Além de que foi proposta a criação de um grupo de pacientes com indicação de retirada gradual da medicação, onde serão propostas técnicas de desmame, com apoio dos profissionais do NASF.
Foi discutido também o caso clinico de uma paciente de 61 anos de idade viúva com diagnóstico de transtorno misto ansioso-depressivo diagnosticado há mais de três anos logo após a morte violenta do esposo, e tratada com Clonazepam 2 mg um comprimido a noite e Amitriptilina 25 mg um comprimido pela manhã. A paciente chegou na unidade para renovar suas receitas e com queixas de esquecimento e tonturas que começou há algum tempo atrais.
Foi realizado o acolhimento na consulta médica e tentamos pactuar com a paciente a necessidade de reavaliar o tratamento e foi explicada a possibilidade de que os sintomas relatados tenham relação com os psicofármacos usados por ela há já bastante tempo, sem descartar outras causas orgânicas que poderiam explicar os sintomas. Por esse motivo foram indicados alguns exames e realizado o exame físico completo, além de explicar para ela a importância da redução gradual da medicação e a substituição da Amitriptilina 25 mg por um inibidor da recaptação de serotonina, que tem menos reações adversas e é melhor tolerado por pacientes de essa faixa etária.
Foi agendada outra consulta para que a paciente retornasse com os resultados dos exames e começar sua participação no grupo de pessoas que precisa retirada gradual de psicofármacos; foi pactuada com a equipe uma visita domiciliar para avaliar o entorno familiar da paciente que será fundamental para conseguir os objetivos do tratamento, além da intervenção multiprofissional dos profissionais do NASF e se precisar também do psiquiatra do município.
As principais fragilidades que foram encontradas durante a execução da atividade e a construção do instrumento foram em primeiro lugar: que a maioria dos pacientes com tratamento psiquiátrico não são contrarreferenciados pelo Psiquiatra com o diagnóstico definido da doença mental pela qual são atendidos na consulta do mesmo, o que dificulta o acompanhamento pela ESF; a segunda dificuldade é a resistência de muitos pacientes ao fato de que o tratamento, principalmente com benzodiazepínicos é temporal, e que depois de conseguir o efeito desejado, podem ser suspendidos progressivamente com técnicas adequadas de acompanhamento do desmame.
A principal potencialidade durante a realização da tarefa foi o eficiente trabalho realizado pelos Agentes comunitários de Saúde na coleta dos dados dos pacientes que possibilitou em um curto período de tempo a realização exitosa da atividade.
Anexo
Nome |
Idade |
Sexo |
SUS |
Diagnóstico |
Medicamentos |
Tempo que leva usando a medicação |
Micro área |
ACS |
Avaliações |
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ESF |
NASF |
CAPS |
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Agendado |
Urgência |
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